13° Congresso Alemão de Lusitanistas – “Futebol e política: transculturação e transformação no mundo da língua portuguesa”

Data início: 31/12/1969Data de encerramento: 31/12/1969Local: Universidade de AugsburgoData limite inscrição: 28/03/2400

Secção 2.2 “Futebol e política: transculturação e transformação no mundo da língua portuguesa”

Coordenação – Elcio Loureiro Cornelsen (Belo Horizonte) e Marcel Vejmelka (Mogúncia/Germersheim)

A espacialidade do mundo de língua portuguesa, suas fronteiras e passagens, tema da 13ª edição do Congresso Alemão de Lusitanistas, possibilita associações com a cultura, a história e a dimensão política do futebol. O futebol é um jogo do espaço e de espaços, cuja concretude no próprio jogo ascende ao plano metafórico (“a profundidade do espaço”, “estreitar espaços”, “ocupar espaços” etc.). A partir desse ponto de vista evidenciam-se de maneira patente os significados simbólicos e discursivos, que partem dos relvados e são projetados ou assimilados pela sociedade. Isso começa com o estádio enquanto espaço de encontro e de segregação, atende às possibilidades complexas do espaço midiático e, hoje em dia, conduz quase que imediatamente ao espaço virtual. O futebol, por sua relevância social e por sua carga simbólica, pode ser ele próprio um lugar de memória ou produzir tais lugares de memória, ele é o campo de disputa para utopias e distopias, atravessa ou estabiliza fronteiras com sua significativa atuação, dependendo de como é politicamente empregado, usado e até mesmo manipulado. Por exemplo, o Estádio do Maracanã, “templo de futebol” localizado no Rio de Janeiro, em sua forma original era o símbolo de uma visão democrática de espaço, porém, tornou-se o lugar da memória traumática da nação brasileira na Copa de 1950 e, através da reforma para a Copa de 2014, converteu-se em símbolo da comercialização e da exclusão de amplos segmentos da população. O lendário Eusébio (1942-2014) foi um exemplo ideal do jogador modelo do regime colonial salazarista, mas, ao mesmo tempo, foi também propulsor da valorização e da elevação de auto-estima das colônias portuguesas em África. Além disso, alguns nomes importantes nos movimentos de independência africanos, como o do político de Guiné-Bissau, Amilcar Cabral (1924-1973), mantinham laços estreitos com o meio futebolístico em seus países de origem. A transculturação em si já significa transformação dos atores e de forças envolvidas e, ao mesmo tempo, representa uma das forças mais poderosas de mudança social. Nesse sentido, o futebol no mundo de língua portuguesa é um excelente exemplo dos mais diversos e variados processos de transculturação no passado e no presente. O jogo com a bola de couro era uma atividade de lazer das elites coloniais ou neocoloniais e, ao mesmo tempo, uma forma de auto-afirmação e de libertação de povos e grupos populacionais oprimidos, marginalizados e discriminados. O futebol tornou-se instrumento de luta a favor e contra as demarcações sociais e, sobretudo, étnicas, bem como meio de afirmação de construções identitárias “híbridas”. No Brasil, em Portugal e nos países africanos de língua portuguesa, o futebol é um elemento central da cultura popular há décadas e tem uma capacidade elevada de evocar o sentimento de identidade. Em nossa secção, pretendemos examinar essa densidade e complexidade do futebol, que o torna um motor, um meio e também um objeto de transculturação e de transformação. Serão muito bem-vindas contribuições sobre os desenvolvimentos históricos e atuais do futebol, de suas culturas e de sua representação discursiva no ou entre diferentes âmbitos do mundo lusófono. As línguas da seção são o português, o alemão e o galego.

Por favor, envie o seu resumo até dia 30 de abril de 2019 para: Prof. Dr. Elcio Loureiro Cornelsen: [email protected] Dr. Marcel Vejmelka: [email protected]


Call for Papers – auf Deutsch Sektion 2.2 – „Fußball und Politik: Transkulturation und Transformation in der portugiesischsprachigen Welt“

Sektionsleitung: Elcio Loureiro Cornelsen (Belo Horizonte) und Marcel Vejmelka (Mainz/Germersheim)

Die dem 13. Deutschen Lusitanistentag als Thema überschriebene Arealität der portugiesischsprachigen Welt, ihre Grenzen und Übergänge, ermöglicht unmittelbare Übergänge zur Kultur, Geschichte sowie sozio-politischen Dimension des Fußballs. Fußball ist ein Spiel des Raums und der Räume, deren Konkretheit bereits im Spiel selbst ins Metaphorische erhöht wird („die Tiefe des Raumes“, „die Räume eng machen“, „in die Räume gehen“ usw.). Von dort aus erschließen sich auf sehr anschauliche Weise die symbolischen und diskursiven Bedeutungen, die vom grünen Rasen aus in die Gesellschaft eingespeist oder von dort aus projiziert werden. Das beginnt mit dem Stadion als Raum der Begegnung und Segregation, erfüllt die komplexen Möglichkeiten des medialen Raums und führt heutzutage fast übergangslos bis in den virtuellen Raum. Der gesellschaftlich relevante und symbolisch aufgeladene Fußball kann selbst Erinnerungsort sein oder solche Erinnerungsorte hervorbringen, er ist Spielfeld für Utopien und Dystopien, überschreitet mit seiner Bedeutungsarbeit Grenzen oder verstetigt sie, je nachdem, wie er politisch eingesetzt, genutzt, ja manipuliert wird. So war der „Fußballtempel“ Maracanã in Rio de Janeiro in seiner Ursprungsform das Symbol einer demokratischen Raumvision, wurde bei der WM 1950 zum traumatischen Erinnerungsort der brasilianischen Nation und durch den Umbau für die WM 2014 zum Inbegriff der Kommerzialisierung und des Ausschlusses weiter Bevölkerungsteile. Der legendäre Eusébio (1942-2014) war ein idealer Vorzeigespieler des spätkolonialistischen Salazarregimes, zugleich aber Vorreiter für die Aufwertung und das Selbstwertgefühl in den afrikanischen Kolonien Portugals. Außerdem hatten einige bedeutende Namen der afrikanischen Unabhängigkeitssbewegungen, wie etwa des guinea-bissauischer Politikers Amilcar Cabral (1924- 1973), enge Beziehungen zum Fußballmilieu in ihren Heimatländern. Transkulturation ist selbst bereits Transformation der beteiligten Akteure und Kräfte, zugleich eine der wirkmächtigsten Kräfte des gesellschaftlichen Wandels. In diesem Sinne bildet der Fußball in der portugiesischsprachigen Welt ein hervorragendes Beispiel für die vielfältigsten und vielgestaltigsten Transkulturationsprozesse in Vergangenheit und Gegenwart. Das Spiel mit dem runden Leder war elitäre Freizeitbeschäftigung kolonialer oder neokolonialer Eliten und zugleich Form der Selbstbehauptung und Befreiung unterdrückter, marginalisierter, diskriminierter Völker und Bevölkerungsgruppen. Fußball wurde zum Instrument des Kampfes für und wider soziale wie vor allem auch ethnische Grenzziehungen, zugleich auch zum Mittel der Affirmation „hybrider“ Identitätskonstruktionen. In Brasilien, Portugal sowie in den luso-afrikanischen Ländern ist der Fußball seit Jahrzehnten zentrales Element der Populärkultur und hochgradig identitätsstiftend. In unserer Sektion wollen wir diese Vielschichtigkeit und Komplexität des Fußballs untersuchen, die ihn zu einem Motor, Mittel und auch Gegenstand der Transkulturation sowie der Transformation machen. Beiträge zu historischen wie aktuellen Entwicklungen des Fußballs, seiner Kulturen und diskursiven Repräsentation in oder zwischen verschiedenen Bereichen der portugiesischsprachigen Welt oder darüber hinaus sind herzlich willkommen.

Sektionssprachen sind Portugiesisch, Deutsch und Galicisch. Bitte schicken Sie Ihre Zusammenfassung bis zum 30.04.2019 an: Prof. Dr. Elcio Loureiro Cornelsen: [email protected] Dr. Marcel Vejmelka: [email protected]

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