1º Encontro Nacional de Mulheres de Arquibancada

Data início: 31/12/1969Data de encerramento: 31/12/1969Horário de início: 10:00Horário de encerramento: 18:00Local: Museu do Futebol

mulheresarquibancada

Resistência e Empoderamento, essa é a bandeira que o 1° Encontro Nacional de Mulheres de Arquibancada levanta no dia 10 de junho, das 9h às 18h, no auditório do Museu do Futebol, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.

O evento reunirá 350 mulheres representantes de mais de 50 torcidas e coletivos, de 11 estados brasileiros, que além da paixão por seus clubes compartilham o desejo de democratizar as arquibancadas, ampliando e facilitando a presença feminina. A programação dará voz às iniciativas e experiências de participação de mulheres nos espaços de torcer, pensar e fazer o futebol.

Dadá Ganan, uma das organizadoras do evento, conta que a ideia do Encontro surgiu a partir de um grupo no Whatsapp: “Eu e mais três mulheres criamos um grupo para conversar sobre a presença feminina nos jogos de futebol e ações para conquistar espaço, direito e liberdade de torcer. Partindo daí, decidimos criar um evento nacional para todas as torcedoras participarem e debaterem sobre o assunto. Agora, realizaremos esse sonho, no Museu do Futebol”.

Além de Dadá, organizam o evento Kiti Abreu e Penélope Toledo, do Rio de Janeiro, e Natália Moreira, de Campinas.

“Sempre me senti incomodada com o machismo e via que muitas torcedoras não o percebiam. Aí organizamos o grupo para debater esses temas de mulher. No começo foi devagar, muitas meninas não se interessaram, mas depois deslanchou. Então veio o encontro, que concretiza essa possibilidade e nos dá perspectiva de desenvolver ações conjuntas para combater o machismo e ampliar a presença feminina na bancada”, conta Penélope Toledo. Para Natália Moreira, a arquibancada ainda é um local de proibições às mulheres, somente pelo fato de serem mulheres: “O que se faz mais presente é o tal do ‘você não pode porque é mulher’. Por exemplo, tocar em uma bateria, participar de um ensaio pra aprimorar etc”.

Para Kiti Abreu, “a luta diária de uma mulher é também a luta da outra, e conseguimos reunir num fato inédito mais de 300 meninas de diferentes times e torcidas do Brasil para um debate, deixando a rivalidade de lado em prol do respeito nas arquibancadas”.

Foram quase três meses de negociação com as Torcidas Organizadas de todo o país e o espaço do auditório ficou pequeno para receber todos os interessados. Por isso, o evento será transmitido na sala anexa ao auditório e também pela internet no canal do Museu no Youtube.

Entre as torcidas presentes no encontro estarão: Jovem Garra Tricolor (Fortaleza Esporte Clube – CE), Bamor (Esporte Clube Bahia – BA), Raça Rubro Negra (Clube de Regatas Flamengo – RJ), Força Independente do Vasco (Club de Regatas Vasco da Gama – RJ), Dragões da Real (São Paulo Futebol Clube – SP), Gaviões da Fiel (Sport Club Corinthians Paulista – SP), Mancha Verde (Sociedade Esportiva Palmeiras – SP), Torcida Jovem (Santos Futebol Clube – SP), Esquadrão (Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba – SP), Torcida Fúria Independente (Guarani Futebol Clube – SP), Feministas do Galo (Clube Atlético Mineiro – MG), RAP Feminista (Cruzeiro Esporte Clube – MG), Força Jovem Goiás (Goiás Esporte Clube – GO), Torcida Jovem Chape (Associação Chapecoense de Futebol – SC), Camisa 12 (Sport Club Internacional– RS) entre outras.

O Museu do Futebol tem se dedicado, desde 2015, a ampliar as informações e as fontes de pesquisa sobre a presença feminina no esporte. “O contato com essas mulheres é fruto desse trabalho, especialmente da pesquisa realizada pelo Centro de Referência do Futebol Brasileiro do Museu do Futebol. É uma grande satisfação saber que conquistamos o reconhecimento das mulheres para apoiar esse tipo de iniciativa”, declara Daniela Alfonsi, Diretora do Museu.

O 1º Encontro Nacional de Mulheres de Arquibancada é uma realização do Museu Futebol, coletivos “Torcedores pela Democracia”, “Arquibancada, Ampla, Geral e Irrestrita – AGIR”, “Respeito FC e Futebol”, “Mídia e Democracia” e da Associação Nacional de Torcidas Organizadas – ANATORG.

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