31º Simpósio Nacional de História – Simpósios Temáticos Esporte
ST 069. História do Esporte e das Práticas Corporais
Autor(es)::
Coriolano Pereira da Rocha Junior (UFBA), André Alexandre Guimarães Couto (CEFET/RJ)
Resumo: Em âmbito nacional e internacional, o avanço da produção acadêmica estimulou o aumento dos debates, estudos, fontes e metodologias que tratam da articulação entre os esportes e as práticas corporais, com as peculiaridades e especificidades do local, bem como a sua relação com o global. Tais transformações, ocorridas em diferentes áreas do conhecimento, adentraram no campo historiográfico e abriram as suas fronteiras para a análise de novos objetos históricos, tornando possível o primeiro Simpósio de Esportes da ANPUH, em 2003, em João Pessoa, iniciando uma sequência de eventos que tem possibilitado a troca de ideias e experiências de pesquisa entre historiadores, que têm o esporte como objeto de investigação. O esporte é entendido aqui como uma manifestação cultural com sentido amplo: prática institucionalizada nas escolas, atividade de lazer, ou ainda como técnica complexa de movimentos que visam o rendimento, apreciada por um público consumidor considerável. No Brasil, ainda que existam estudos desde o século XIX, a pesquisa em história do esporte é um campo recente de investigação. Mesmo que o fenômeno esportivo não tenha escapado ao olhar atento de teóricos brasileiros no decorrer do século XX, somente nas duas últimas décadas começaram a despontar quantitativa e qualitativamente tais pesquisas, bem como a adquirir maior organicidade e reconhecimento científico. A complexidade do campo esportivo e a aderência da população global às práticas corporais despertaram o interesse de pesquisadores, que vislumbram nelas, a possibilidade de ampliar a compreensão de contextos sociais mais complexos. Hoje, o tema encontra-se disseminado em programas de pós-graduação de diferentes áreas. No bojo dessa ampliação do campo, destaca-se, sobretudo na última década, a criação de laboratórios em universidades de vários estados brasileiros, fato que potencializou a publicação de livros, capítulos e artigos em periódicos, assim como a realização de diversos eventos acadêmicos. Assim, apontamos a pertinência de inserção de um simpósio que trabalhe com a perspectiva de utilizar o esporte como uma chave para compreender, interpretar e/ou explicar cenários culturais, políticos, econômicos e sociais, contribuindo ainda mais para a ampliação destes estudos no campo da História.
ST 070. História do Lazer e dos Usos Sociais do Tempo Livre
Autor(es)::
Flávia da Cruz Santos (Universidade Federal de Juiz de Fora), Lídia Rafaela Nascimento dos Santos (Universidade Católica de Pernambuco)
Resumo: A produção científica nacional sobre a história o lazer, dos divertimentos, das sociabilidades e dos mais diversos usos do tempo livre de trabalho, apesar de existente desde pelo menos a década de 1970, é dispersa. Falta organicidade a essa produção, bem como um fórum que a impulsione. Este simpósio temático pretende cumprir esse papel, e reunir trabalhos dedicados a história das mais diversas práticas de lazer, tais como o teatro, o cinema, a música, o carnaval, a prostituição, o circo, os esportes, a leitura, o turismo, as festas, o consumo de bebidas, os jogos, as brincadeiras, o hábito de sair às compras como passatempo, o entretenimento por meio do rádio, da televisão ou da internet, bem como outras formas de diversão e sociabilidades cotidianas, especialmente aquelas com propósitos lúdicos. Além de promover discussões articuladas a respeito de distintas práticas de divertimento, desenvolvidas em regiões do país e períodos variados, o simpósio temático pretende ainda abranger uma série inter-relacionada de assuntos: o mercado de entretenimento e as indústrias culturais, a regulação das jornadas de trabalho, os mecanismos de censuras sobre diversões, políticas culturais e envolvimento governamental na oferta de oportunidades de lazer, o papel das associações civis em tais processos, as oscilações na quantidade de tempo livre disponível, e ainda as transformações nos modos de produção e seus efeitos sobre o uso do tempo livre, entre outras possibilidades nesse sentido. Pretende ainda, ser um espaço de compartilhamento de descobertas científicas, de diálogos teóricos e metodológicos.
ST 090. Histórias de Vida no campo do Esporte e da Educação Física
Autor(es)::
Ester Liberato Pereira (Universidade Estadual de Montes Claros), Janice Zarpellon Mazo (Escola de Educação Física – UFRGS), Vanessa Bellani Lyra (Centro Universitário Estácio de Santa Catarina)
Resumo: O escopo deste simpósio temático consiste na promoção do compartilhamento de estudos históricos e narrativas que proponham um olhar sobre as histórias de vida de personalidades no esporte e na Educação Física. Isto não significa enfocar apenas personalidades conhecidas; mas, dar visibilidade às pessoas que fazem o dia-a-dia do esporte, da Educação Física, enfim, da História. Assim, o simpósio sugere, como possibilidade, o emprego das histórias de vida no esporte e na Educação Física como uma base para apreender, decifrar e/ou elucidar panoramas históricos, culturais, políticos, econômicos e sociais. Olhar para as pessoas: propõe-se o debate entre pesquisadores(as) que, no centro de suas investigações, se dedicam a uma análise das vidas e si mesmas, relacionadas ao cenário esportivo e/ou educacional. Recebem atenção especial, assim, nesta proposta, o diálogo entre trajetórias de vida de personagens, sujeitos e atores do campo esportivo e da Educação Física, tais como atletas, professores(as), alunos(as), técnicos(as), treinadores(as), dirigentes, assistência, dentre outros, bem como suas relações estabelecidas com outros sujeitos, instituições, normas e leis. O objetivo desta proposta, portanto, reside em agrupar pesquisadores(as) empenhados no estudo de uma história do esporte e da Educação Física por meio da abordagem teórico-metodológica da História de Vida, proporcionando um espaço para o debate. Poderão ser exploradas e compartilhadas, assim, experiências e possibilidades de utilização e aplicação da supracitada técnica para a coleta e a análise de relatos, bem como as eventuais dificuldades e limitações emergidas ao longo de vivências de práticas de pesquisas em que se optou por este método. Ao permitir uma aproximação entre o(a) pesquisador(a) e os sujeitos, a História de Vida propõe a dimensão subjetiva da sensibilidade na realização de uma investigação que pressuponha obter uma narrativa descrita pela pessoa que a vivenciou ou seja, o sujeito que se formou pela experiência. Por fim, procuraremos desenvolver encaminhamentos de respostas para o seguinte questionamento: será que os(as) pesquisadores(as) da História do Esporte e da Educação Física estão escutando o sujeito dessa sensibilidade?
