Futebol e política – XII Congresso Alemão de Lusitanistas

Data início: 31/12/1969Data de encerramento: 23/04/0000Local: Universidade Johannes GutenbergData limite inscrição: 31/12/1969

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Secção 11: Futebol e política Coordenação – Elcio Loureiro Cornelsen (Belo Horizonte) e Marcel Vejmelka (Mogúncia/Germersheim)

Futebol e política estão associados de maneira estreita e profunda desde o surgimento dessa modalidade esportiva, hoje mundialmente popular. Ao enfocar o mundo lusófono, marcado por intenso entusiasmo pelo futebol, surgem ideias muito interessantes sobre as linhas de desenvolvimento histórico de suas nações, sociedades e culturas. No universo atual do futebol, também se refletem crises sociais e políticas, bem como cisões do presente. O futebol sempre foi e ainda é uma questão política num sentido positivo e negativo; a profissionalização do esporte nas primeiras décadas do século XX fez com que certas barreiras de classe e de “raça” se rompessem; regimes autoritários, com grande frequência, não medem esforços em instrumentalizar e ideologizar esse esporte preferido das massas, seja como “ópio do povo”, seja em forma de seleções nacionais carregadas de sentido ufanista. Ao mesmo tempo, o futebol sempre foi um instrumento de protesto e de resistência política, e até mesmo objeto de reflexão político-filosófica sobre o chamado “futebol de direita e de esquerda”. Tomada em sentido mais amplo, a política também permeia o futebol e suas culturas, e pode ser investigada com base em discussões históricas e atuais. Exemplos disso seriam certos aspectos como a “política” de transferência de clubes no futebol globalizado, a transformação de “heróis” tradicionais em “ídolos” globais, bem como o conflito entre torcedores tradicionais e a crescente comercialização do jogo. O futebol apresenta um paradoxo aparente: enquanto jogo, prescinde de palavras para desenvolver os seus significados. No entanto, esse jogo é rodeado e atravessado por uma rede complexa de vozes, enunciados e discursos que constituem, continuamente, a sua importância cultural e social. Compreendido como “fenômeno social total” (Marcel Mauss), o futebol reúne em si uma série de vozes: a de seus atores e agentes − jogadores, técnicos, árbitros etc. −, as vozes da assistência − torcedores em geral, torcidas organizadas etc. −, e as vozes da mídia − Rádio, Imprensa, TV, redes sociais etc. Tais vozes podem ganhar expressão também na literatura, na música e nas artes. Nesta seção serão bem-vindas contribuições que reflitam sobre a relação entre o futebol e a política no mundo lusófono a partir de uma perspectiva específica, bem como inter ou transdisciplinar. Além do diálogo entre abordagens culturalistas, linguísticas e sociais, através da totalidade das contribuições, a seção tem por meta também possibilitar um olhar comparativo para o futebol em suas diversas dimensões nacionais e regionais da Lusofonia. Porque, por seu caráter transdisciplinar e polifônico, o futebol enquanto objeto de estudo em sua relação com a política permite uma série de possibilidades, potencializadas no universo lusófono, em que há “uma língua” e “muitas vozes”. As línguas da seção são o português, o alemão e o galego.

Por favor, envie o seu resumo até dia 30 de abril de 2017 para: Prof. Dr. Elcio Loureiro Cornelsen: [email protected] Dr. Marcel Vejmelka: [email protected]

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