II Seminário Pedagogias do Futebol e do Torcer

Data início: 31/12/1969Data de encerramento: 31/12/1969Horário de início: 14:30Horário de encerramento: 19:00Local: OnlineData limite inscrição: 31/12/1969

Em função do COVID-19 muitos eventos foram cancelados ou adiados. Como precisarmos seguir discutindo nossos trabalhos e, também, precisamos estar juntos, resolvemos fazer uma edição online de nosso seminário.

PROGRAMAÇÃO

27/05 – 14h30-17h30 – GT 01 Política
18h-19h – O futebol nas ciências humanas no Brasil – Sérgio Settani Giglio

28/05 – 14h30-17h30 – GT 02 Futebóis 
18h-19h – Futebol amador, cultura e violência – Roberta Pereira e Raphael Rajão

29/05 – 14h30-17h30 – GT 03 Violências
18h-19h – Diálogo entre Europa e América do Sul através do futebol – Martin Curi        

APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS:

Receberemos trabalhos acadêmicos concluídos ou em andamento, ensaios ou relatos de experiência.O prazo para envio é sexta-feira, dia 15/05!  Prazo prorrogado para quarta-feira, dia 20/05!
As apresentações acontecerão nos três dias, 27, 28 e 29 de maio das 14h30 às 17h30
As propostas de apresentação devem ser encaminhadas para o e-mail pedagogiasdofuteboledotorcer@gmail.com com arquivo anexo nos formatos doc ou docx contendo título do trabalho, resumo (até 1500 caracteres com espaço) e palavras-chave (entre 3 e 5).
Será necessário escolher um GT (descrição dos GTs em outros posts do evento):
01 – Política
02 – Futebóis
03 – Violências
A divulgação dos trabalhos aprovados se dará através de nossa página no Facebook a partir do dia 22/05.

Assista ao evento!


GT Política:
Futebol e política não se misturam, alguns dizem. A evocação desse espaço de neutralidade para o futebol, convenientemente, esconde as possibilidades de pensamento sobre as formas como se produzem esse esporte complexo e polissêmico. Ao ignorarmos a sua dimensão política temos como alguns de seus efeitos a não participação na construção do próprio esporte, a submissão nas relações de poder e hierárquicas, a instituição de algumas formas de jogar e vivenciar o futebol como mais legitimas que outras, e a manutenção do status quo – que o deixemos como está e nas mãos de quem estiver. Defender que futebol e política não se misturam, portanto, pode compor uma forma de pedagogia para manter as coisas como estão. Ainda nesse sentido, entende-se também que o futebol não é mera representação da sociedade. É parte viva, componente, constituída e constituinte das formas de ser e de viver e de governar condutas, dos modos de conduzir o espetáculo e da própria conduta de dirigentes, jogadorxs, torcedorxs e outrxs. Entender as políticas que tecem o futebol é reconhecê-lo como espaço de embate, conflitos e resistências que o constitui. Dessa maneira, este eixo temático acolherá trabalhos que tenham como prioridade a discussão sobre as relações de poder, políticas (institucionais ou não) de clubes, torcidas organizadas e outras instituições, organizações e grupos que produzam e alimentem o futebol.

GT Futebóis:
Quais os desdobramentos científicos das pesquisas que pensam o futebol no plural? Se futebóis nasceu da necessidade de visibilizar as diferenças entre o modus operandi entre as associações amadoras em relação aos principais clubes de futebol do país, com o tempo, tais desdobramentos sobre o esporte bretão incluíram versões mais diversificadas de apropriação desse jogo. Diferente do que o esporte mainstream reafirma como definição e transformação ao longo de mais de cem anos, hoje, nas primeiras décadas do século XXI, futebóis, termo cunhado pelo antropólogo Arlei Damo, torna-se cotidianamente mais palatável nos debates dentro e fora da academia, e acolhe, de maneira muito generosa, temas caros a compreensão do fenômeno futebol no cotidiano dos brasileiros. O futebol de mulheres, o futebol amador (de várzea, do baba, da brincadeira-séria), de grupos originários (indígenas e quilombolas matriarcais), políticos (anarquistas, refugiados e callejero – futebol de rua) somam-se a uma verdadeira variedade de expressões de afirmações de outras identidades e culturas, ainda que brasileiras e operantes no que conhecemos como futebol. A transversalidade atingiu o futebol de tal modo que cada vez mais os temas em torno desse esporte se acomodam à formatações, adaptações e reinterpretações de uma modalidade esportiva pluralizada e que tensiona a sua vocação originalmente inglesa, burguesa e masculina.

GT Violências:
A violência é um dos temas mais presentes nas discussões sobre o futebol. Com forte expressão na mídia especializada, rende intermináveis debates, especialmente, nas discussões que envolvem as torcidas, com maior constância quando se tratam das torcidas organizadas. Práticas corporais dos atletas poderão ser chamadas de violentas ou serem entendidas como parte inerente das partidas. Durante as partidas, a utilização da força para vencer uma jogada poderá ser utilizada como registro legítimo. Nos estádios de futebol, alguns cânticos ou xingamentos endereçados aos adversários ou às torcidas de equipes rivais poderão ser chamados de violentos, enquanto outros não receberão a mesma adjetivação. Essa diferenciação não acontece apenas se examinarmos as manifestações dos torcedores em dimensão histórica, acontece também se fizermos este exame num corte apenas contemporâneo. Não há uma concordância definitiva acerca do que seja considerado violento ou não em termos de cânticos e xingamentos, e este é um terreno para sempre movediço, sujeito à ação de muitos atores. Por vezes, a violência que não inclui enfrentamentos corporais acaba sendo naturalizada, especialmente em contextos de multidões como os estádios de futebol. O legítimo e o ilegítimo, assim como a violência, são produzidos na cultura e seus diferentes significados são construídos em um terreno de lutas por significação. Nesse grupo de trabalho pretendemos discutir essas diferentes violências presentes nos estádios de futebol. Como se constituem, de que forma são naturalizadas, quais os processos de enfrentamento ou de legitimação dessas violências.

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