Lançamento do livro: Sabe aquele gol que o Pelé não fez? Eu fiz!
“Em uma época na qual o futebol de mulheres não tinha visibilidade midiática, Duda foi uma das primeiras referências no Rio Grande do Sul. Além disso, obteve reconhecimento na formação de várias gerações de jogadoras, desconstruindo a representação de que a prática e o gerenciamento deste esporte são predominantemente masculinos.
Para narrar a história da Duda atleta e da Duda gestora, que permeia a própria trajetória do futebol praticado por mulheres no Rio Grande do Sul, pesquisamos reportagens de jornais e revistas, fotografi as e outros registros que ilustrassem cada passo dela relacionado ao esporte. Vale destacar que o acesso ao seu acervo pessoal foi determinante para que pudéssemos construir este livro, visto que muito do que aqui descrevemos provém do seu cuidado em preservar suas memórias e, por conseguinte, sua própria história.
Além de nos debruçarmos sobre fontes documentais, buscamos outro modo de nos aproximarmos daquilo que Duda viveu e vive: a oralidade. Ou seja, entrevistamos não apenas a protagonista deste estudo mas alguns de seus familiares, amigos e amigas, colegas de trabalho e pessoas ligadas ao futebol gaúcho, sobretudo o praticado pelas mulheres. Por certo, aquilo que apresentaremos nas páginas que se seguem não comporta tudo o que Duda viveu, nem tampouco fornecem indícios para o que ainda viverá no futebol. No entanto, o recorte que priorizamos tem o objetivo de ressaltar uma trajetória marcada pela dedicação ao esporte. Uma dedicação que certamente inspirou e inspira outras mulheres a investir no futebol como uma possibilidade de atuação, não somente como atleta ou gestora, mas em várias outras funções que gravitam este esporte.
Por fim, entendemos ser política a divulgação da presença das mulheres no futebol brasileiro, visto que desde os seus primórdios elas estiveram presentes, seja como jogadoras, seja como torcedoras. Presença essa que foi gradativamente se ampliando, mas que a história oficial da modalidade não se preocupou em registrar.
Escrever sobre a Duda é também escrever sobre a história do futebol de mulheres no Brasil. Reconhecer seu protagonismo significa, em última instância, afirmar que o futebol também lhes pertence”.