111 Anos de Corinthians: Duílio assumiu o Player 1
Na última quarta-feira, o Sport Club Corinthians Paulista completou 111 anos de história e vivenciou no último mês, um dos raros momentos de empolgação na sua história recente, já que numa tacada de mestre ou, talvez, num ato de desespero trouxe quatro jogadores com potencial para jogarem em 95% dos clubes do país e até de fora dele. Giuliano, Renato Augusto, Roger Guedes e Willian (sem citar João Pedro e Carlos Miguel que vieram para compor elenco apenas) chegaram para dar um salto de qualidade a um elenco que por três anos se acostumou com a mediocridade.
Como um assíduo usuário de jogos eletrônicos de futebol, fica difícil não traçar um paralelo entre o que aconteceu nesse agosto em que petróleo foi descoberto na zona leste do estado, com o que frequentemente acontece nos modos de jogo do Pro Evolution Soccer, Fifa e Football Manager, quando assumimos a gestão de uma equipe de futebol e temos que montar o elenco ao nosso gosto, se adaptando ao que o clube nos oferece.
A busca por jogadores consagrados e sem contrato é uma das maneiras mais antigas de se construir elencos bons nesses jogos e a sensação que fica é de que depois de Andrés Sanchez ter tentado de todas as formas fazer as coisas darem errado, Duílio, que por muitos anos sentou no sofá e assistiu Andrés centralizar e decidir sozinho os rumos que o clube tomaria, dessa vez tomou o controle das mãos de Sanchez e assumiu a Master Liga trazendo de volta a empolgação da Fiel.
Se desfazendo de diversos jogadores de talentos questionáveis e salários astronômicos que pouco, ou nada ajudavam dentro de campo e investindo em jogadores da base (também com talentos questionáveis, entretanto com salários muito menores e com potencial de evolução/venda) fechamos o primeiro semestre em lucro dos últimos anos, ocasionando numa boa folga financeira mensal.
E quem joga Football Manager sabe que um Orçamento de Salários disponível deve ser usado para reforços, sendo assim, o Corinthians trocou mais de 10 jogadores que nada mais retornariam em campo por quatro jogadores com poucas chances de dar errado. E, convenhamos, é muito melhor trocar três jogadores que recebem R$300.000,00 e que não resolvem o seu problema por um de R$700.000,00 que pode te dar um retorno esportivo tremendo. Na lógica dos games, faz sentido trocar 3 jogadores com uma nota geral mediana por um jogador com a nota geral alta, já que esse, de melhores atributos, vai trazer uma taxa de eficácia muito melhor e um custo-benefício bem mais vantajoso a todos. Tal estratégia também foi adotada pelo PSG na Europa (com Donnaruma, Sergio Ramos e Messi, todos sem contrato).
Porém, como nem tudo que dá certo nos games, dá certo na vida real – quem joga GTA sabe disso muito bem – a próxima preocupação do time deve ser no ônus que esses investimentos causarão no futuro de uma equipe endividada até o pescoço.
A ideia de ter um time melhor, que brigue pelas primeiras posições em todos os campeonatos, fazendo com que mais dinheiro de premiação, patrocínio e bilheteria entrem no clube, com que jovens jogadores se destaquem e se desenvolvam, rendendo vendas muito maiores do que as que estamos acostumados a ver, me parece consciente e plausível. E mesmo que eu queira acreditar que tudo foi meticulosamente planejado, sei que a palavra planejamento não encaixa bem em uma frase que tenha futebol brasileiro e/ou Corinthians.
Basta torcer agora para que Duílio se mostre um jogador PRO (ou pelo menos melhor do que o Desmanches), torcer também para que a bateria do controle ou do PC não acabe no meio do caminho e que ele consiga levar o clube a glória eterna novamente e, principalmente, para que o fim de tudo não seja um game over.
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