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A cena do boxe: um gesto de revolta (parte VI)

José Paulo Florenzano 4 de junho de 2020

A revolta racial no verão de 1964, no Harlem, provocada pelo assassinato de um adolescente negro por um policial branco, prenunciava os acontecimentos dramáticos que acabariam por deixar a sociedade norte-americana à beira de uma nova guerra civil no transcorrer dos anos sessenta. Com efeito, um ano depois, no verão de 1965, a repetição da brutalidade policial contra os afro-americanos desencadeou, no gueto de Watts, em Los Angeles, uma “insurreição armada”, consoante a definição do chefe da Guarda Nacional, força repressiva enviada às pressas para restaurar a ordem, mas recebida pelos moradores locais com barricadas nas ruas, armas incendiárias e depredações nos estabelecimentos comerciais.[1]

Ninguém conseguia refrear os protestos de Watts, nem mesmo Martin Luther King. Convocado pelas autoridades públicas para serenar os ânimos, o paladino dos Direitos Civis foi acolhido com vaias e insultos pelos jovens manifestantes, episódio que assinalava de forma dramática a distância que separava o movimento que ele liderava das massas deserdadas dos guetos urbanos.[2] A frente ampla do movimento pela repactuação das relações entre negros e brancos começava a ser desfeita. Para os setores mais radicalizados tornava-se imprescindível adotar uma nova estratégia de luta, bem como redefinir o objetivo almejado. De acordo com a formulação cáustica de H. Rap Brown, figura representativa do processo de radicalização em curso: “O movimento pelos Direitos Civis está morto e graças a Deus”.[3]

A ruptura exprimia-se em vários aspectos: ao invés da integração racial, advogava-se cada vez mais a separação entre negros e brancos; no lugar do princípio da não violência, invocava-se a prática concreta da autodefesa; em substituição ao slogan “liberdade agora”, utilizado pelo movimento dos Direitos Civis liderado por Martin Luther King, lançava-se a palavra de ordem “poder negro”, empregada pelos grupos mais identificados com o Nacionalismo Negro apregoado por Malcolm X.[4]

Punho cerrado e levantado: gesto característico do movimento negro.

Com efeito, foi nesse contexto de efervescência política e cultural que veio a lume a expressão Black Power, binômio explosivo destinado a percorrer o mundo e incendiar o imaginário dos grupos subalternos que se debatiam contra a hierarquia racial em todos os lugares em que ela estava implantada. Como se sabe, ela irrompera contexto das jornadas de junho de 1966, no Mississipi, marcado pelo atentado racista contra o estudante universitário James Meredith, alvejado com um tiro nas costas quando peregrinava pelo estado sulista reivindicando o direito de voto para o segmento afro-americano.[5]

Lançada pelo líder do Comitê Nacional de Coordenação dos Estudantes, Stokeley Carmichael – a expressão acabaria desencadeando na sociedade estadunidense um acirrado debate a respeito do significado que ela encerrava, sendo tomada, de um lado, com temor nas zonas residenciais privilegiadas dos brancos, onde evocava imagens de guerrilha urbana; e, de outro lado, com entusiasmo nas áreas marginalizadas habitadas pelos negros, onde projetava utopias de redenção.[6] Todavia, qual a real significação de Black Power? Existe certo consenso na historiografia quanto à indefinição do termo, isto é, as múltiplas possibilidades interpretativas que ele ensejava, bem como a imensa gama de acepções em que era empregado. Mas, de modo geral, podemos afirmar que o slogan traduzia e expressava a reivindicação de autonomia política dos negros; a recusa intransigente de qualquer forma de tutela; a exigência de participação efetiva no exercício do poder, em todos os níveis, nas mais diversas esferas da vida social.[7]

O Poder Negro caracterizava-se, antes de tudo, como poder de criação imanente à coletividade afro-americana, isto é, para empregarmos o conceito formulado por Cornelius Castoriadis, significação imaginária social. Nesse sentido, Black Power articulava um conjunto coeso de representações e de imagens; conferia um novo sentido à ação antirracista e difundia um sentimento de solidariedade transversal, situado aquém e além das fronteiras nacionais.[8] A noção desvelava, por certo, inúmeras possibilidades de realização, configurando-se tanto no estado separado da Nação do Islã, quanto na comunidade autogovernada dos guetos urbanos, ou, ainda, no partido político dos Panteras Negras. Ela se materializava, ademais, em uma miríade de atos, gestos, símbolos e enunciados, amálgama a partir do qual os sujeitos coletivos extraíam sentido e moldavam uma nova ação revestida de múltiplas dimensões: política, cultural, estética.

Dessa maneira, do punho cerrado à efígie do felino, passando pela afirmação de que black is beautiful, a significação imaginária social se cristalizava em um leque muito diverso de instituições, práticas e narrativas, localizadas em vários pontos estratégicos do circuito transatlântico, espaço simbólico onde ela se mesclava e fundia com noções correlatas, entrava em choque e duelava com crenças e tradições antagônicas, recolhendo ao longo do percurso, de uma maneira ou de outra, contribuições valiosas para o processo de sua contínua reelaboração.[9]

Tommie Smith e John Carlos mostrando o punho levantado no pódio após a corrida de 200m nos Jogos Olímpicos de 1968. Foto: Wikipedia.

Estas contribuições, por sua vez, provinham de vários espaços da vida social, da arte de rua, do palco de teatro, da pista de atletismo. A cena do punho cerrado em protesto contra a opressão racial nos Estados Unidos, protagonizada por Tommie Smith e John Carlos, nos Jogos Olímpicos de 1968, no México, ocupa com justiça um lugar proeminente na iconografia do Black Power. Mas, eis o ponto que merece reter a nossa atenção: por que razão devemos subtrair ao conjunto de imagens do referido movimento o punho cerrado que socava o ar, imortalizado por Pelé nos gramados espalhados pelo mundo? Afinal de contas, por que no verão de 1966, quando o Santos se encontrava em Nova York, grupos ou associações no Harlem expressaram o desejo de homenageá-lo? Uma pista acerca da atenção despertada nos Estados Unidos pelo assim chamado Rei do Futebol encontra-se no testemunho de Kareem Abdul Jabbar, antigo atleta do Los Angeles Lakers e expoente do movimento negro no esporte estadunidense: “Vi o Santos jogar em Nova York, com Pelé e Edu, e foi incrível”.[10]  

Decerto, os responsáveis no Harlem pelo convite ao principal nome do soccer viam-no como mais um representante da “raça” negra, condição que, de acordo com o relato de A Gazeta Esportiva, o atleta, no entanto, hesitava em assumir perante a comunidade do gueto. A análise semiológica, no entanto, nos ajuda a decifrar a linguagem não verbal que o referido gesto de Pelé transmitia, isto é, a mensagem de protesto que ele também veiculava, integrando, dessa maneira, o repertório de imagens do Black Power. No depoimento prestado ao Museu da Imagem e do Som, em meados dos anos setenta, Pelé explicava a gênese do gesto, deixando entrever o sentido político que ele encerrava:

Aquele gesto de dar murros no ar, depois de um gol, nasceu em 1957, na rua Javari. Toda vez que eu pegava a bola, em jogos contra o Juventus, a torcida me vaiava. Fiquei com raiva. Tive a sorte de marcar um gol bem perto da torcida. Quando fiz, comecei a esmurrar o ar e saí correndo em direção aos que me vaiavam.[11]

Parece-nos bastante plausível inferir que, em meio aos apupos que lhe eram endereçados das arquibancadas, intercalavam-se injúrias raciais. Elas não se encontravam, porém, circunscritas ao estádio localizado no bairro da Mooca. Os jogos realizados no interior do estado de São Paulo, pelo Campeonato Paulista, representavam verdadeira prova de fogo para os jogadores negros. Conforme registrava A Gazeta Esportiva Ilustrada, em dezembro de 1960, na goleada de 6 a 1 do Santos sobre o Taubaté, ao comemorar junto ao alambrado o gol de Coutinho, fruto da tabela que os distinguia como uma das maiores duplas do futebol mundial, Pelé foi xingado pela torcida local de: “Macaco! Macaco!”[12] Em outubro de 1965, na vitória por 2 a 0 sobre o Comercial, de Ribeirão Preto, a perseguição parece ter sido mais cerrada. De acordo com o relato de A Tribuna, um torcedor “lusitano”, na arquibancada, que padecia de “complexo com jogadores de cor”, de “minuto a minuto” ordenava aos zagueiros do Comercial para dar um “pontapé” em Pelé. E quando o atleta do Santos fez uma falta, revidando as pancadas sofridas, o aludido torcedor não se conteve, berrando-lhe a plenos pulmões: “Vai pra Guiné, vagabundo!”.[13] Finalmente, consoante a revista Placar, durante os onze intermináveis anos do tabu, quando o Corinthians padecia a hegemonia do rival, não restara outro consolo à chamada Fiel Torcida senão aguardar a saída de Pelé. No momento em que ele deixava o gramado do Pacaembu em direção ao vestiário, explodia “o coro revoltado” nas arquibancadas: “Macaco! Macaco!”.[14]  

As manifestações de cunho racial, no entanto, raramente apareciam nas reportagens, e, nas poucas vezes em que isto ocorria, eram cercadas de todos os cuidados impostos pela etiqueta da mitologia nacional, a qual desaprovava a abordagem franca do tema. A imprensa as registrava invariavelmente como “vaias”, rubrica conveniente para escamotear o problema do preconceito latente que, nos estádios de futebol, encontrava terreno propício para ser vocalizado, inclusive, contra Pelé, como podemos inferir a partir de sua narrativa sobre a invenção do gesto característico de socar o ar nas comemorações dentro de campo. Inserido, porém, na moldura da democracia racial, tal gesto acabava despojado de todo e qualquer significado político, denotando simples extravasamento pelo gol marcado.

O gesto do soco no ar feito por Pelé foi transformado em selo comemorativo pela Casa da Moeda do Brasil devido ao milésimo gol em 1969. Foto: Wikipedia.

A terceira excursão do Santos aos Estados Unidos permite-nos mostrar mais claramente a estratégia ideológica acionada pela imprensa brasileira. De fato, no verão de 1967, enquanto o Santos se apresentava em Nova York, verificavam-se “os piores distúrbios da história da nação”.[15] O levantamento feito pelas autoridades policiais apontava mais de cento e cinquenta distúrbios raciais, deflagrados em cerca de cento e trinta cidades, com o resultado de oitenta mortos.[16] A impressão que prevalecia então no país era a de que o movimento de libertação dos negros havia atingido o patamar da insurreição armada.[17] Após dez dias de revolta e quase vinte mortos, o prefeito de Detroit tinha a visão de uma cidade devastada por uma guerra: “Parece Berlim em 1945”.[18] A cobertura jornalística da viagem do time praiano, no entanto, abstraía o jogo do contexto social no qual ele se realizava. Ainda assim, o colunista de A Tribuna, De Vaney, discorria sobre as virtudes do camisa dez do Santos a fim de tranquilizar a todos:

Pelé não se deixou fascinar pela questão da raça… Pelé não entende o choque entre as raças… Pelé não fala como preto… Pelé não acredita em que exista, no Brasil, a propensão a segregar o preto. Pelo contrário: a confraternização das raças é cada vez mais constante e mais patente. [19]

De modo geral, a vertente mais conservadora da imprensa esportiva aproveitava as incursões de Pelé pelo território conflagrado da sociedade estadunidense para estabelecer o contraponto entre duas realidades consideradas por ela diametralmente opostas. Tratava-se, com efeito, de afirmar a distância incomensurável que as separava, concluindo pela incolumidade assegurada pela suposta existência da democracia racial na sociedade brasileira, mito cuja existência a figura de Pelé deveria personificar e difundir pelos quatro cantos do mundo. O mundo, contudo, o enxergava sob os mais variados prismas, em contraste flagrante com o discurso interno que pretendia reduzi-lo a uma significação unívoca e despojá-lo de todo e qualquer traço de identificação com a negritude, vínculo que uma pequena nota jornalística acabava por restituir, ao afirmar, em tom jocoso, que a delegação do Santos, ao chegar ao aeroporto de Nova York, “teve complicações com a polícia” porque foi “confundida com passeata contra o racismo”.[20]

Embora inserida em uma seção humorística, a nota zombeteira publicada pela Cidade de Santos captava e exprimia aquilo que a ideologia da mestiçagem ocultava e rechaçava, a saber, a identidade negra não apenas de Pelé, como da equipe de Vila Belmiro, a qual se expressava e redefinia no contexto histórico mais amplo dos anos sessenta, caracterizado pela imbricação crescente da política e do esporte, coquetel explosivo detonado na Conferência do Poder Negro realizada no mês de julho de 1967 na cidade de Newark.[21]  Floyd Mckissick, dirigente nacional do Congresso de Igualdade Racial (CORE), reivindicava no Black Manifesto a restituição à Muhammad Ali do título de campeão mundial dos pesos pesados.[22]  Em uma nova conferência, desta feita em Nova York, Harry Edwards, o idealizador do Projeto Olímpico para os Direito Humanos, entidade responsável pela campanha de boicote aos Jogos do México, inseria na lista do movimento a mesma exigência formulada pelo líder do CORE.[23]

Além de Harry Edwards e Floyd McKissick, o encontro de Nova York contara também com a participação do presidente da Conferência Sulista de Liderança Cristã, Martin Luther King.[24] Com efeito, devido às posições corajosas assumidas pelo pugilista em relação à questão racial, e graças à ousadia em desafiar abertamente as instituições estadunidenses mais identificadas ao poder branco, Muhammad Ali transformara-se na principal referência esportiva, não apenas para o movimento Black Power, como, de modo geral, para o amplo espectro ideológico no qual se dividia a comunidade afro-americana.[25]  Esta condição, contudo, lhe colocava imensos desafios. Na segunda metade dos anos sessenta, ele iria se deparar com o mais difícil e ameaçador de todos os adversários que até então havia enfrentado: a luta contra o governo dos Estados Unidos.


Notas

[1] Ao longo de cinco dias de revolta, deflagrada em agosto no gueto de Watts, trinta e quatro pessoas morreram, mais de mil ficaram feridas e mais de quatro mil foram presas. Cf. “More were killed and jailed in Watts in 65 than in Newark”, The New York Times, 17 de julho de 1967.

[2] Farnetti, Paolo Bertella (1995). Storia e mito del Black Panther Party. Milano, ShaKe Edizioni, pp.18-20.

[3] Cf. “Watts fete led by Cassius Clay”, The New York Times, 14 de agosto de 1967.

[4] Guérin, Daniel (1973) De l`Oncle Tom aux Panthères Noires. Paris, Les bons caractères.

[5] Um ano depois ele retomaria a marcha, para mostrar aos negros do Mississippi que o “medo pode ser eliminado”. Cf. “Meredith marching in Mississippi again”, The New York Times, 25 de junho de 1967.

[6] Fundada em 1960 com a denominação Studant National Non-Violent Coordinating Committee, e alinhada ao movimento pelos direitos civis, a organização estudantil viria se radicalizar ao longo da primeira metade dos anos sessenta, renomeando-se, a partir de 1966, Studant National Coordinating Comittee.

[7] Cf. Guèrin, Daniel, op. cit., p.219. Cf. Farnetti, Paolo Bertella, op. cit., p.24.

[8] Castoriadis, Cornelius (2004) Figuras do impensável: as encruzilhadas do labirinto VI. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

[9] Cf. Gilroy, Paul (2001) O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34; Rio de Janeiro: Universidade Cândido Mendes/Centro de Estudos Afro-Asiáticos.

[10] Cf. “Lenda da NBA, Kareem Abdul Jabbar visita Santos e conhece Neymar”, revista Veja, 28 de janeiro de 2012. Ele se achava no Brasil na condição de embaixador cultural dos Estados Unidos;

[11] Cf. “Autorretrato”, Folha de S. Paulo, 30 de setembro de 1974. De acordo com Nascimento, Guilherme (2012) “Almanaque do Santos”, São Paulo, Magma Cultural e Editora. Santos e Juventus não se enfrentaram na rua Javari em 1957. Ao que tudo indica, o gesto deve ter sido surgido entre 1958 e 1959, nas vitórias do Santos sobre o Juventus na Rua Javari, respectivamente por 2 a 0 e 4 a 0.

[12] Cf. “Nossas ´tabelinhas’ vão abalar o mundo.” A Gazeta Esportiva Ilustrada, nº 183, 1º Quinzena de maio de 1961. Aliás, a charge de Pelé e Coutinho na revista os retratava com traços simiescos.

[13] Cf. “Santos, combativo e confiante, ganha de 2 a 0”, A Tribuna, 12 de outubro de 1965.

[14] Cf. “… Ainda faltam seis anos”, revista Placar, nº 545, 10 de outubro de 1980. A matéria era assinada pelo jornalista Celso Kinjô.

[15] Cf. “Violence and the cities”, by William V. Shannon; “Pele has trouble getting either ball or decision”, The New York Times, 27 de agosto de 1967. A edição de domingo do jornal dava destaque para a partida amistosa no Yankee Stadium contra a Internazionale de Milão.

[16] Os protestos tiveram início na área gueto de Newark. Cf. “Racial violence erupts in Newark”, The New York Times, 13 de julho de 1967.

[17] Cf. Farnetti, Paolo Bertella, op. cit., p.56.

[18] Cf. “U.S. Troops sent into Detroit; 19 Dead; Johnson decries riots; New outbreak in East Harlem”, The New York Times, 25 de julho de 1967.

[19] Cf. Coluna: De Vaney, A Tribuna, 18 de setembro de 1967.

[20] A seção do jornal Cidade de Santos chamava-se “A Toca”. As referências à excursão do Santos pelos Estados Unidos aparecem nas edições de 27 e de 28 de agosto de 1967. As notas pretendiam-se de humor e para alcançar tal efeito recorriam ao uso de termos pejorativos e evocam situações relacionadas aos conflitos raciais que abalavam a sociedade americana: “A turma de escurinhos do Santos ficou presa no hotel em Nova York. Não foi por causa dos caçadores de autógrafos, foi por causa dos caçadores racistas”.

[21] Cf. “Newark meeting on Black Power attended by 400”, The New York Times, 21 de julho de 1967.

[22] Cf. “McKissick`s message on Black Power never changes”, The New York Times, 1 de outubro de 1967. O Congress of Racial Equality (CORE) era uma das principais organizações do movimento pelos Direitos Civis.

[23] Edwards, Harry (2018) The revolt of the Black athlete. Chicago, University of Illinois Press, p.53. Segundo Alexandre Roos, op. cit, p.75, a Universidade de San Jose, na Califórnia, constituía-se no berço do movimento de contestação dos atletas afro-americanos. O próprio idealizador do Olympic Project for Human Rights (OPHR) era um ex-atleta de basquete e professor de sociologia na referida universidade.  

[24] Cf. “Negro Olympic Boycott Group demands Brundage resign”, The New York Times, 15 de dezembro de 1967.

[25] Cf. Guérin, Daniel, op. cit., p.228.

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José Paulo Florenzano

Possui graduação em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1994), mestrado em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da PUC-SP (1997), doutorado em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da PUC-SP (2003), e pós-doutorado em Antropologia pelo Programa de Pós-Doutorado do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (2012). Atualmente é coordenador do curso de Ciências Sociais e professor do departamento de antropologia da PUC-SP, membro do Conselho Consultivo, do Centro de Referência do Futebol Brasileiro (CRFB), do Museu do Futebol, em São Paulo, membro do Conselho Editorial das Edições Ludens, do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre o Futebol e Modalidades Lúdicas, da Universidade de São Paulo, e participa do Grupo de Estudos de Práticas Culturais Contemporâneas (GEPRACC), do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP. Tem experiência na área de Ciências Sociais, com ênfase em Antropologia Urbana, Sociologia do Esporte e História Política do Futebol, campo interdisciplinar no qual analisa a trajetória dos jogadores rebeldes, o desenvolvimento das práticas de liberdade, a significação cultural dos times da diáspora.

Como citar

FLORENZANO, José Paulo. A cena do boxe: um gesto de revolta (parte VI). Ludopédio, São Paulo, v. 132, n. 10, 2020.
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