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A saga de um Leão centenário (parte II)

Caio Araujo 9 de abril de 2019

Os cinco anos que antecederam a inauguração do Estádio Alcides Santos foram talvez os melhores de toda a trajetória do Fortaleza. Após encerrar o jejum de cinco anos sem conquistas desde o bicampeonato cearense (1953-54), o tricolor repetiu o feito em 1959-60, época em que se inaugurou o modelo unificado da competição nacional com alguns dos principais times do país – a Taça Brasil. Devido à restrição financeira dos clubes, que tinham dificuldade em arcar com o alto custo das passagens interestaduais, e à infraestrutura logística deficitária do país, o torneio foi organizado da maneira mais econômica possível, reunindo apenas os campeões estaduais em módulos eliminatórios.

Na primeira edição do campeonato (1959) – que deveria ter começado em 1955, mas não foi possível em função do calendário trienal aprovado pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD) visando a Copa do Mundo de 1958 – o Bahia, que havia sofrido a maior goleada da competição (0 x 6 para o Sport), derrotou (3 x 1) no terceiro jogo da final o maior time do mundo – o Santos de Pepe, Coutinho e Pelé[1] –, no maior estádio do mundo – o Maracanã –, tornou-se o primeiro campeão brasileiro no dia do aniversário de 411 anos de Salvador e se classificou para a primeira edição da Copa Libertadores da América[2].

Campeão cearense em 1958, o Ceará representou o estado na primeira edição da Taça Brasil. Depois de despachar por 2 a 1 o ABC (RN) no terceiro jogo do mata-mata pela primeira fase da competição, perdeu em seguida pelo mesmo placar e também no terceiro jogo do mata-mata para o futuro campeão, Bahia. A glória devolveu o protagonismo ao futebol nordestino que, a exemplo do que fizera a seleção baiana com a conquista do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais (CBSE) em 1934, voltava a quebrar a hegemonia dos rivais paulista e carioca.

O CBSE foi uma competição que reunia os melhores jogadores dos 22 estados, convocados pelas suas federações locais. Inicialmente chamado de Campeonato Brasileiro de Futebol, esta denominação foi abandonada quando passou a designar a disputa entre os clubes do país, em 1971. Posteriormente, com o reconhecimento da CBF de que Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa eram as versões da época do certame nacional, o Brasileirão regressou a 1959. Disputada entre 1922 (ainda na era amadora) e 1987[3], Rio de Janeiro (antigo Distrito Federal) e São Paulo polarizaram as conquistas, com 16 e 13 títulos, respectivamente. Apenas Bahia (1934) e Minas Gerais (1962) quebraram este domínio.

A segunda edição da Taça Brasil foi disputada nos mesmos moldes da primeira, mas com a inclusão de uma equipe do Sergipe (Santa Cruz), que não enviara representante no ano anterior, totalizando, assim, 17 participantes.  Dividida em três etapas – regional, (Norte, Nordeste, Leste e Sul); zonal (Norte e Sul) e nacional (fases semifinal e final com os vencedores da fase anterior) – todos os duelos foram jogados no sistema eliminatório, em jogos de ida e volta. Caso as equipes vencessem um duelo cada, independente do saldo de gols, haveria um terceiro confronto. Se ainda assim persistisse o empate, aí sim se classificaria o time com melhor saldo. E, se neste critério também houvesse igualdade, a definição se dava no cara e coroa[4]. Os campeões de São Paulo (Palmeiras) e Pernambuco (Santa Cruz), estados finalistas do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais de 1959, entraram automaticamente na terceira fase da competição. O vencedor do torneio teria vaga assegurada na edição seguinte e representaria o Brasil na Libertadores.

Sob o comando do técnico França, talvez o maior da história do clube (ao lado de Gilvan Dias, quem levaria o Leão a sua segunda e última final do Brasileiro oito anos depois, e de Moésio Gomes, quem por mais vezes – 290 – dirigiu o clube), esta foi a primeira e a melhor das 20 aparições do Fortaleza na séria A. Após bater o ABC (RN) e o Moto Clube (MA) no grupo Norte, se credenciou à segunda fase da competição. Nesta etapa, deu o troco no então campeão Bahia ao vencer a primeira partida por 2 a 1 no Estádio Presidente Vargas e segurar o empate sem gols em Salvador. Chegou assim às semifinais ao lado de Fluminense, Santa Cruz e Palmeiras.

No dia 23 de novembro de 1960, quarta-feira, o Presidente Vargas lotou para acompanhar a vitória de virada do Leão sobre o Santa Cruz, de novo por 2 a 1. A partida de ida, no Recife, terminara empatada em 2 a 2. O Fortaleza chegava, portanto, a sua primeira final de nível nacional, feito que só voltaria a acontecer oito anos depois para nunca mais. Apesar das duas derrotas para o Palmeiras na final – 1 x 3, no Presidente Vargas, e 2 x 8, no Pacaembu – o vice-campeonato é até hoje considerado a maior glória do clube. O elenco base daquela campanha – Pedrinho, Mesquita, Sanatiel, Toinho, Sapenha, Ninoso, Benedito, Wálter Vieira, Moésio Gomes, Charuto e Bececê – é reconhecido como o melhor que já vestiu o manto das três cores. Bececê foi o artilheiro do campeonato, algo que nenhum outro jogador do Fortaleza repetiria. Vinícius, em 2002, Rinaldo, em 2004 e Marcelo Nicácio, em 2009, também alcançaram a proeza, mas pela série B, além de Assisinho, em 2013, pela C.

Com toques de primeira, passes de letra e dribles ousados, Djalma Santos e Julinho Botelho foram os grandes destaques no primeiro dos quatro títulos brasileiros que o Palmeiras conquistaria naquela década perfeita (Taça Brasil: 1960 e 1967, e Roberto Gomes Pedrosa: 1967 e 1969), façanha que nenhum outro clube à exceção do Santos, hexacampeão (de 1961 a 1965 e 1968[5]), até hoje igualou. O sentimento na época era de que nada de diferente poderia ter ocorrido naquela final. O alviverde era simplesmente imbatível – e isso ficou muito claro, inclusive para o próprio Fortaleza, já no primeiro duelo em casa. Sem nenhum arrependimento, sem nenhuma amargura, o máximo que o tricolor poderia ter conquistado era mesmo o vice-campeonato, e não havia razão para não comemorá-lo.

Ao estilo consagrado por Pelé e Coutinho no Santos e por Garrincha e Jairzinho no Botafogo – os times que escandalizavam o mundo com um jogo que desafiava a razão –, o técnico Rubens Minelli acresceu um aspecto tático importante cujo principal fundamento era o de que os jogadores não precisavam obedecer com tanta rigidez às funções típicas de cada posição, de tal maneira que os defensores, os maiores beneficiados pelo sistema, tinham carta branca para em dado momento se aventurarem no ataque, o que, claro, só foi possível devido à leva de zagueiros e volantes habilidosos garimpada pelo Verdão, dentre eles Baldochi, Eurico, Alfredo e o maior de todos: Luís Pereira.

Luís Pereira chegou ao Parque Antártica no início dos anos 70 ao lado de Edu Bala, Leivinha e Nei. Eles se juntaram a Dudu, Ademir da Guia e César Maluco – o trio mágico do Tri – e a Zeca e Leão, contratados em 1968 para formar, sob o comando de Osvaldo Brandão, a segunda versão da Academia, o esquadrão imortal bicampeão brasileiro em 1972-73, um dos melhores times de todos os tempos, que a S.E.P. reverenciaria ao término daquele ciclo vitorioso com o título do Paulistão de 1976 e ao longo dos 17 anos seguintes de jejum[6].

A Taça de Prata foi idealizada a princípio como uma ampliação do torneio Rio-São Paulo de modo a acolher os principais clubes desses estados. Entre 1954 e 1966, o nome oficial deste campeonato regional era Roberto Gomes Pedrosa – uma homenagem ao ex-jogador de Botafogo e São Paulo na década de 30 – por isso a Taça de Prata ficou conhecida como “Robertão”, uma analogia ao torneio Rio-São Paulo aumentado. O intuito desse novo formato era fazer com que os grandes times do eixo Sudeste-Sul, e não apenas os campeões estaduais, se enfrentassem numa competição mais curta, ao contrário da Taça Brasil que preenchia todo o segundo semestre. Logo no ano de estreia (1967), reuniu 15 das maiores forças do futebol brasileiro: Corinthians, Palmeiras, Portuguesa, Santos e São Paulo (SP); Bangu, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco (Guanabara); Grêmio e Internacional (RS); Atlético Mineiro e Cruzeiro (MG) e Ferroviário (PR).

O sucesso de renda e público e a ampla cobertura da imprensa atraíram equipes de outras regiões na segunda edição, esta já organizada pela CBD. Bahia e Náutico, vice-campeão da Taça Brasil em 1967, entraram como convidados e o Atlético Paranaense herdou a vaga do Ferroviário (PR). O número maior de participantes forçou a extensão do calendário, que passou a concorrer com o da Taça Brasil no segundo semestre de 1968, sendo que este certame avançou ao longo do ano seguinte por conta da demora em ser remarcado duelos de desempate. Por conta deste atraso, a CBD não pôde indicar os representantes brasileiros na Copa Libertadores de 1969, já que a Taça Brasil de 1968 não terminaria antes do início desta. Isso fez com que Palmeiras e Santos, na dificuldade em conciliar as duas competições e as irrecusáveis excursões ao exterior, optassem pela Taça de Prata na esperança de que esta os credenciasse à competição continental.

Eles não precisaram fazer essa escolha em 1967 – tanto que o alviverde venceu as duas competições, alcançando o impossível: ser bicampeão brasileiro no mesmo ano – porque os calendários ainda não coincidiam. No final das contas, o Santos conquistou a Taça de Prata de 1968, mas também não disputou a Libertadores de 1969 porque a CBD não concordou com o critério de distribuição de vagas da Conmebol. A exemplo do que ocorrera em 1966 e 1967, quando Vasco, Cruzeiro e Santos (duas vezes) desistiram do campeonato sul-americano, o Brasil não teve representantes em 1969.

A decisão dos gigantes paulistas em abandonar a Taça Brasil influenciou os outros grandes a priorizarem o novo torneio, cujo formato – uma mescla de pontos corridos (fase de grupos) com mata-mata – lhes parecia mais adequado. Sem a presença dos clubes tradicionais, a Taça Brasil perdeu o atrativo e foi extinta no final da temporada 1968-69, após doze edições. A Taça de Prata a substituiu como o maior campeonato nacional de clubes em 1969 e 1970.

A principal diferença entre elas, além do formato, foi a redução no número total de times no “Robertão” (de 23 para 17) em decorrência da menor participação das equipes do Nordeste (Náutico e Bahia, em 1968; Santa Cruz e Bahia, em 1969) e a total exclusão das do Norte em favor das do Sul e Sudeste. Este modelo se manteve no Campeonato Brasileiro de 1971 – o primeiro com esta denominação –, mas foi revisto nas edições posteriores por pressão política, o que desencadeou no retorno crescente dos representantes do resto do país. O ápice da “nacionalização” se deu em 1979, ano em que o torneio, a mando dos militares, agrupou 94 times numa mesma divisão.

Na última edição da Taça Brasil (1968), o Fortaleza repetiu a campanha de 1960 e chegou pela segunda e última vez à final da maior competição do país. 23 times de 22 unidades federativas estavam inscritos no início do torneio. Apenas o Acre não tinha um representante[7]. São Paulo era o único estado com duas equipes: o Palmeiras, porque era o atual campeão, e o Santos, campeão paulista de 1967, e ambos já estavam classificados para a fase final do certame, assim como o Náutico, atual vice-campeão, e o Botafogo, campeão do estado da Guanabara.

Na primeira fase, Fortaleza e Bahia voltaram a se enfrentar pela final da Zona Norte, e outra vez o tricolor cearense levou a melhor ao vencer a terceira partida em casa por 2 a 1 – havia perdido a primeira por 1 a 0 e ganhado a segunda pelo mesmo placar. O adversário na sequência seria o Palmeiras, mas devido à preferência do alviverde pela Taça de Prata, o Leão avançou de fase, não se sabe se por W.O. ou por ausência de rival. Restaram na competição, já sem o mesmo encanto e relativamente esvaziada, Fortaleza, Náutico, Cruzeiro e Botafogo, que, apesar do favoritismo, penara para dispensar o surpreendente Metropol, que havia se classificado no grupo do Grêmio.

O time de Criciúma (SC) não se abalou com a goleada sofrida no Rio (6 a 1) e derrotou o glorioso no segundo confronto em casa por 1 a 0, o que forçou um terceiro duelo que, de acordo com o regulamento, deveria ocorrer no mesmo local do anterior. Porém, como a partida fora marcada à noite, e o estádio do Metropol não atendia às condições de iluminação adequadas, o time catarinense solicitou o adiamento da partida. A CBD transferiu o duelo para Florianópolis, mas o Metropol não concordou, dando início ao longo impasse extracampo que retardaria em quatro meses o andamento da competição.

De modo a pôr fim a peleia, a CBD decidiu que o terceiro jogo seria no Rio. E finalmente a partida aconteceu no dia 02 de abril de 1969. O Fogão saiu atrás, mas Rogério igualou de escanteio (gol olímpico). O empate favorecia os donos da casa, mas aos 13 minutos do segundo tempo caiu um temporal e a partida foi interrompida. Pelo regulamento, a interrupção por motivo climático anulava a partida iniciada. Um novo confronto, portanto, deveria ser marcado. A CBD anunciou que seria dois dias depois. A brevidade pegou de surpresa o Metropol, que já havia retornado à Criciúma e não teria como comparecer a tempo no Maracanã. O Botafogo foi declarado o vencedor por W.O.

Para que o Fortaleza não fosse direto para a final, a CBD trocou o Náutico de chave, promovendo uma semifinal nordestina. No outro lado, botafoguenses e cruzeirenses vislumbraram Jairzinho e Tostão em campos opostos, mas eles foram servir à seleção, assim como Paulo Cézar Caju e Piazza, e o duelo dos sonhos transcorreu sem os maiores craques. Nos desfalques, pelo menos, estavam quites.

No primeiro jogo no Presidente Vargas, o Fortaleza bateu por 2 a 1 o Náutico, que devolveu o placar no Recife. Na partida de desempate, o tricolor abriu o placar fora de casa e se segurou na defesa para garantir a vitória magra e a vaga na final. Na outra perna, Ferretti e Palhinha não deixaram sem estrelas o duelo tão aguardado, mas quem brilhou no Mineirão foi Roberto, que empatou a dez minutos do fim e classificou o Botafogo para a decisão, já que o alvinegro vencera a partida de ida por 1 a 0.        

Fortaleza estava em festa para receber a primeira partida da final no dia 03 de setembro de 1969. Milhares de fanáticos tomaram as ruas para celebrar o carnaval fora de época. Os vendedores de cachorro-quente no Mucuripe não podiam acreditar nas filas que se formavam em frente às barraquinhas. Os ambulantes se espremiam entre os foliões no Pici e leiloavam a torcida por qualquer negócio. O elenco tricolor, condenado ao tédio da concentração, recebia todo tipo de apoio triunfalista. O mais dramático deles foi o do Seu Cabra, o ourives mais velho da cidade. Com um alto-falante e de joelhos, ele jurou na Igreja do Rosário três anos de caridade em caso de glória.

O prefeito declarara feriado municipal na quinta (o jogo foi quarta), o que na prática já vinha ocorrendo desde a sexta-feira anterior. Uma carta assinada por um general da reserva chegou às mãos do presidente do clube e chamou atenção pela quantidade de hipérboles. O abuso da narrativa bélica o instigou tanto que na resposta deixou a entender que o comandante havia ido longe demais. Até o técnico Caiçara, que como todo bom disciplinador é muquirana, prometeu um boi no rolete se os comandados se superassem.

As penitências, claro, acabaram não sendo necessárias. Como havia ponderado a impressa na véspera do confronto, mesmo sem contar com Jairzinho e Paulo Cézar Caju, mais uma vez na seleção, o adversário era favorito, e os 15 mil felizardos que conseguiram ingresso e abarrotaram o Presidente Vargas tiveram de se contentar com o 2 a 2. O Leão chegou a abrir boa vantagem no primeiro tempo com os gols de Erandir e Joãozinho, mas cedeu a pressão na segunda etapa e Ferreti, duas vezes, deixou tudo igual. O estádio se calou. Os torcedores voltaram para casa ressabiados, apesar da esperança de alguns empolgados de que no Maracanã seria diferente. Mas o clima já não era tão festivo. As ruas esvaziaram. E os vendedores de cachorro-quente foram forçados a reduzir o valor para não ficar no prejuízo.

Sabe-se lá o teor da bronca de Caiçara no vestiário, mas os próprios jogadores se reapresentaram cabisbaixos no dia seguinte. A sensação era de derrota: o time vencia por 2 a 0 e deixara o rival empatar. Tivesse sido o inverso, isto é, se o Fortaleza fosse quem arrancara o empate, o ambiente seria outro. E o privilégio por estar em uma final cedeu aos poucos ao lamento antecipado, como se a derrota na volta fosse certa.

Durante o mês que antecedeu a decisão (o jogo foi no dia 04/10/69), os editoriais do jornal “O Nordeste” enalteceram o clube e tentaram espalhar um otimismo que até para o mais assíduo leitor na Praça dos Leões soava exagerado. Era condizente, porém, com o espírito provinciano ainda bastante cultivado pelas mesmas elites de sempre, apesar do aparente contraste para uma capital, então com 900 mil habitantes, que se abria ao polo automotivo. Na verdade, ninguém queria jogar a toalha, mas todo mundo sabia que se o Botafogo, campeão carioca, já era o favorito antes do primeiro confronto, derrotá-lo diante da sua torcida e ainda com os seus craques em campo era mais que improvável, era impossível. 

E de fato o Fortaleza não viu a cor da bola. Jairzinho se machucou, mas não fez falta. Aos 07 minutos, Roberto abriu o placar. O tricolor recuou e apanhou. Ferretti marcou duas vezes e Afonsinho encerrou a goleada. A Gazeta Esportiva trazia na capa: “Botafogo ‘queimou’ o Fortaleza no Rio”. Foi o primeiro título nacional do alvinegro carioca e de Zagallo como técnico[8]. Jairzinho foi campeão sem jogar uma partida sequer. Gérson, que havia se transferido para o São Paulo, também foi lembrado. Foi também o mais próximo que um time cearense alcançou do topo da elite do futebol brasileiro, pela segunda vez.

Entre 2010 e 2018, o Fortaleza adotou seis estrelas em seu escudo, as quatro inferiores marcavam o tetra estadual de 2007 a 2010, e as duas superiores homenageavam dois títulos regionais, a Copa Cidade de Natal de 1946 e o Norte-Nordeste de 1970. Foto: Reprodução.

No início da década de 70, o Fortaleza conquistou pela segunda vez a Copa Norte-Nordeste, edição que reuniu três representantes de cada estado dessas regiões. Depois de liderar o seu grupo e terminar o hexagonal na vice-liderança, o Leão chegou ao quadrangular final na companhia de Sport (PE), Fast (AM) e Tuna Luso (PA)[9]. Dos seis jogos (ida e volta), venceu dois, empatou três e perdeu um. A derrota foi para o Sport, que terminou a competição com os mesmos sete pontos do tricolor, mas com o saldo de gols inferior (- 2 contra +3). Aquela foi a última edição do torneio, que retornaria décadas depois como Copa do Nordeste (Nordestão ou Lampions League), mas sem a presença das equipes do Norte.

Dois anos depois do título regional, veio o bicampeonato cearense (1973-74), com direito a duas vitórias sobre o arquirrival na primeira final (melhor de três) disputada no Estádio Governador Plácido Castelo, o Castelão, inaugurado em novembro de 1974, diante de 70 mil pessoas. A conquista içou o Fortaleza ao grupo dos 16 melhores clubes do país, segundo o ranking da Revista Placar, porém mal sabia a legião de tricolores que, apesar dos 12 jogos de invencibilidade na série A daquela temporada, a melhor sequência que o time conseguira no nacional, já havia começado o longo período durante o qual o clube reduziria sua força aos limites do estado.  

Na década de 80, o presidente Ney Rebouças trouxe uma penca de jogadores que estavam em baixa nos grandes times do Rio na esperança de pôr fim à turbulenta fase sem conquistas. Desde 1974 que o Fortaleza não ganhava nada. Tadeu, ex-Fluminense, e Marquinhos Gama, ex-Vasco, reorganizaram o setor defensivo, que vinha sendo culpado pelos fracassos recentes. A dupla Wescley e Edson, dispensada pelo Botafogo, assumiu a criação. O atacante Luisinho das Arábias e o ponta-esquerda Júlio César Uri Geller, preteridos no Flamengo, se juntaram a Geraldinho, Adilton, Miltão, Nélson, Pedro Basílio e Assis Paraíba para formar a espinha-dorsal da máquina tricolor bicampeã em 1982-83. Três anos depois, sob o comando de Pepe, o craque santista aposentado, e com o elenco bastante modificado, o Fortaleza comemorou o seu vigésimo sétimo título estadual. No ano seguinte, chegou à final, mas perdeu para o Ferroviário por 1 a 0, gol do paulista Marcelo Veiga, hoje treinador do Mogi Mirim.

A CBD se desmembrou em 1980 e deu lugar a uma confederação designada a cuidar especificamente do futebol, a CBF. O órgão já surgiu pressionado pelos clubes tradicionais a reduzir a quantidade de participantes no campeonato nacional, razão pela qual foram criadas as séries B e C, também chamadas de Taça de Prata e Taça de Bronze. Como a campanha do Fortaleza na edição anterior havia sido ruim – penúltimo colocado do Grupo F  – o time disputou a segunda divisão naquele ano.

Mesmo tendo encerrado a competição na 11ª posição, o tricolor voltou à elite nacional na temporada seguinte, pois o Ceará, que em tese seria o representante natural por ter sido o campeão cearense de 1981, teve problemas extracampo e acabou tendo que disputar a série B. Ferroviário e Fortaleza, segundo e terceiro colocados no estadual, ficaram com as vagas destinadas à Federação Cearense, seguindo o critério de qualificação da CBF. Eles chegaram, inclusive, a se classificar para a segunda fase, mas na sequência amargaram a lanterna em seus respectivos grupos e se despediram do certame. 

O Leão ainda marcaria presença, sem muito destaque, em outras três edições da série A (1983, 1984 e 1986) antes do rompimento do Clube dos 13 com a CBF em 1987, que resultou no enxugamento do torneio. Depois disso, Fortaleza e Ceará só retornariam à primeira divisão em 1993, beneficiados pela mudança no regulamento que permitiu o acesso de 12 equipes da série B do ano anterior. A permanência, porém, foi curta para ambos.

Os anos 90 não trazem as melhores lembranças ao torcedor tricolor, que só teve alguns poucos motivos para se orgulhar no início da década, sendo o maior deles a vitória sobre o Ceará por 1 x 0 em 1991, partida que contou com o recorde de público até então registrado no Clássico-Rei: algo próximo de 71 mil pagantes. Em dezembro, o clube comemoraria o título estadual de número 29, e no ano seguinte, o trigésimo, numa edição atípica na qual quatro times foram considerados campeões[10], entre eles o Ceará, que para a frustração da massa tricolor permanecia dois passos à frente no âmbito das conquistas estaduais. Esta distância aumentaria significativamente antes da virada do milênio, um período de vacas muito magras no Pici e de muitas glórias do rival. Foram sete títulos estaduais do Vozão naquela década, além do vice-campeonato da Copa do Brasil de 1994 (o Grêmio de Scolari foi o campeão) que o credenciou à Copa Conmebol de 1995. Em 2010, após terminar na 12ª colocação no Brasileirão e com a segunda maior média de público, o alvinegro se classificou para a Copa Sul-Americana. Essas foram até hoje as únicas participações de um clube cearense em torneios internacionais. Em 2011, porém, caiu para a segunda divisão do brasileiro, de onde nunca mais saiu.

A maré de azar passou na virada do século. O Fortaleza ficou dois anos (julho de 1999 a julho de 2001) sem perder para o Ceará – o maior tabu já estabelecido entre eles. Dos 16 clássicos nesse período, venceu 12 e empatou quatro. Em 2000, o time terminou na liderança do grupo B do Módulo Amarelo da Copa João Havelange e ainda pôde sorrir com a desgraça do rival, décimo terceiro na tabela. O sonho de retornar à primeira divisão, todavia, acabou nas oitavas de final contra o Paysandu. O time paraense foi o adversário nas semifinais do São Caetano, a grande surpresa daquela edição. Depois de empatar no Mangueirão em 1 a 1, vendeu caro a derrota no Anacleto Campanella, num jogo que teve de tudo um pouco, além dos nove gols (5 a 4).

A campanha deixou o Leão animado, que se reforçou nas temporadas seguintes e conseguiu, em 2002, o inédito vice-campeonato da série B. No primeiro jogo da final, bateu o Criciúma por 2 a 0 num Castelão abarrotado por 55 mil tricolores. Na volta, entretanto, perdeu por 4 a 1 e pela terceira vez engoliu o grito de campeão brasileiro. Mesmo sem o título, o fato maior era que, afinal, depois de 20 anos o Fortaleza estava de volta à primeira divisão. 

E o que si viu na cidade foi uma descarga de alegria represada que só acabou quando o último fanático pediu arrego. Patrões encurtaram o expediente só até o meio-dia e estenderam a folia ao lado dos empregados. Um comandante da Polícia Militar implorou reforço para conter a leva de exaltados que se aproximava da sede social do clube, ao passo que um vigário, que estava de passagem pelo bairro, intermediou o impasse com um terço na mão e professou que não era pecado ser feliz. Despudor maior foi o de um colega de batina que, há quem diga, afrouxou a castidade em meio a tanta tentação. O secretário de Segurança Pública convocou uma coletiva para dizer que a ordem pública estava ameaçada, mas foi ignorado sob a acusação de moralismo. Um repentista se empolgou tanto no improviso que engasgou e esqueceu o repertório. E finalmente um casal de idosos desistiu de chamar a polícia para reclamar do bloco na esquina. Já o cangaceiro que coloriu o rosto com a bandeira japonesa em alusão ao pretenso mundial de clubes foi matéria em três emissoras locais, que o retrataram como alguém fora de si.

A euforia continuou com o título estadual de 2003, mas parou por aí. Os atletas mais cobiçados deixaram o elenco e os reforços não deram conta de atuar em um campeonato de nível mais elevado. No final, a equipe terminou na penúltima colocação do Brasileirão com os mesmos 49 pontos do mais uma vez algoz Paysandu, mas com menos vitórias e pior saldo de gols. E assim toda aquela folia deu lugar ao pesadelo desconhecido pela nova geração: um jejum sobre o qual ela apenas tinha ouvido falar. Retomou-se, então, a velha saga da recuperação. O clube buscou atletas subaproveitados nos “grandes” e promoveu a ascensão dos garotos da base ao elenco principal. Para a comissão técnica, contratou o ex-goleiro são-paulino Zetti, em início de carreira como treinador.

O trabalho deu resultado mais rápido que o esperado e, dois anos após a queda, voltou mais uma vez com a faixa de vice-campeão da série B em 2004, já na era de pontos corridos[11]. A vitória no Castelão por 2 a 0 contra o Avaí pelo quadrangular final era o resultado de que precisava para ficar com a vaga no saldo de gols. O Brasiliense deu uma forcinha ao bater o Bahia, rival direto pela vaga, em Salvador. É claro que a festa avançou madrugada adentro na capital cearense, mas desta vez o entusiasmo não iludiu o torcedor vacinado, que via no time potencial para brilhar nas divisões inferiores – e quem sabe até vencê-las – mas já não tinha tanta segurança quando o desafio o colocasse contra rivais de primeira.

Assim como o Ceará dominou o cenário estadual nos anos 90, o Leão reinou soberano na primeira década do novo milênio. Chegou a todas as finais entre 2000 e 2010 e venceu nove delas, só perdeu as de 2002 e 2006. Já no nacional, o time agia feito um felino adormecido, sem rumo definido, alternando atuações esplêndidas e pífias. Era bravo contra uns e dócil com outros. Talvez por isso uma velha profecia ressuscitou nos corredores dos botequins do Pici, segundo a qual o clube estaria mesmo fadado a ficar preso nesse limbo feito um bumerangue que vai e vem ao sabor de fatores que extrapolam o seu domínio. Num primeiro momento, até que não foi bem assim, já que, com muita mandinga, não caiu para a “segundona” em 2005. Na temporada seguinte, todavia, não houve como evitar o pior, e teve início, então, aquela sina que se agravou com a queda para a terceira divisão e que desde então parece não ter fim.

Na Série C de 2010, o Fortaleza terminou na terceira posição do Grupo A (cada grupo tem cinco equipes) e não avançou às quartas de final. O ano seguinte foi ainda pior: quarto colocado do grupo B com 09 pontos, escapou da degola porque marcou quatro gols a mais que o Campinense (PB). Em todos os outros critérios de desempate, inclusive no saldo de gols, terminaram empatados. A reforma do Castelão em vista da Copa 2014 não foi desculpa, como era de se supor, para justificar a campanha irregular. Das quatro partidas no estádio Presidente Vargas, o time obteve duas vitórias, um empate e uma derrota – desempenho como mandante melhor que o da temporada anterior (1V-3E), apesar de a média de público ter diminuído, claro, de 17.630 para 8.971 torcedores.

A partir de 2012, o ciclo de altos e baixos, mais baixos do que altos, começou a mudar. O formato da competição dividiu as equipes em dois grupos de dez, e não mais em quatro de cinco. O calendário mais longo agradou ao Fortaleza, que a partir de então emplacou uma sequência de campanhas positivas, tendo encerrado a fase de classificação na liderança em quatro das últimas cinco edições. A exceção foi 2013, quando terminou em quinto e não disputou o mata-mata.

Desde a reinauguração do Castelão, em janeiro de 2013, o Fortaleza registrou o segundo melhor público da Série C naquele mesmo ano (ficou atrás do Santa Cruz), o segundo melhor entre todas as divisões do Brasileirão em 2015 (atrás do Flamengo) e o melhor em 2014 e 2016 – estes três últimos sempre em duelos decisivos que terminaram empatados e eliminaram o mandante. Veja no quadro abaixo:

AnoPúblicoRivalPlacarRodada
201356.143(2)Sampaio Corrêa2 x 218
201462.525(1)Macaé1 x 1Quartas
201562.903(1)Brasil de Pelotas0 x 0Quartas
201663.903(1)Juventude1 x 1Quartas

(1) Melhor público do torneio. (2) Segundo melhor. Naquele ano, o Santa Cruz levou 57.273 torcedores ao Arruda, na vitória por 2 a 1 sobre o Betim (MG) pelas quartas de final. Estes públicos de 2014 e 2016 foram também os maiores entre todas as divisões do nacional. O de 2015 foi o segundo maior, atrás de Flamengo 0 x 2 Coritiba (Série A), no qual compareceram 67.011 torcedores no Mané Garrincha, em Brasília. Os números referem-se a partidas isoladas e não à média de público nesses anos.

Entretanto, as semelhanças nessas campanhas param por aí. Desde a queda para a terceira divisão, o elenco passou por mudanças significativas. Dos titulares que participaram do descenso em 2009, apenas cinco (Douglas, Gilmak, Eusébio, Leandro e Bismarck) iniciaram a pré-temporada seguinte e nenhum deles, obviamente, continua no grupo atual. Os mais antigos do plantel são os pratas da casa: o goleiro Max Walef, os zagueiros Max Oliveira e Bruno Melo e o meio-campista Wesley, porém nenhum deles é titular. Dos que deixaram o Pici recentemente, o volante Corrêa foi o único a estar em campo nas três últimas eliminações. Para se ter uma ideia da rotatividade, do time base que enfrentou o Brasil de Pelotas em 2015, somente o goleiro Ricardo Berna, o zagueiro Lima e os meias Daniel Sobralense e Everton, além de Corrêa, estiveram em campo contra o Juventude um ano depois.

Everton, aliás, retornou no início deste ano após breve passagem pelo Figueirense e, dentre os titulares, é o que está há mais tempo no Leão se considerada a passagem anterior (2015-16), além de ser, ao lado do também meio-campista Rodrigo Mancha, o nome mais conhecido do público geral. Além deles, o atacante Waldison, destaque da série C de 2014, permaneceu no Pici por duas temporadas. Ademais, nenhum outro atleta vestiu a camisa tricolor por mais de um ano desde 2010. Caso de Assisinho, que arrebentou a boca do balão, marcou 25 gols em 2013, declinou a proposta do Náutico então na primeira divisão, insinuou que renovaria o contrato, mas no final também não resistiu ao carma de sucumbir em casa na hora agá. Foi sacrificado.

Durante todo esse período passaram pelo clube 15 treinadores: Luiz Müller (auxiliar de Roberto Fernandes, demitido após o rebaixamento) e Zé Teodoro em 2010; Flávio Araújo, Ferdinando Teixeira, Arthur Bernardes, Márcio Rocha (interino), Ademir Fonseca e Júlio Araújo em 2011; Nedo Xavier e Vica em 2012; Vica (dispensado após a eliminação na Copa do Nordeste), Hélio dos Anjos e Luís Carlos Martins em 2013; Marcelo Chamusca em 2014; Nedo Xavier e Marcelo Chamusca (segunda passagem) em 2015; Flavio Araújo, Marquinhos Santos e Hemerson Maria em 2016. Desses, os que mais se destacaram foram justamente os que tiveram mais tempo para trabalhar: Chamusca, campeão cearense em 2015, por pouco não subiu em 2014 e 2015; e Marquinhos Santos, campeão cearense em 2016, saiu por vontade própria antes do mata-mata no nacional. Quando a rotatividade no banco do Leão foi maior (2011) – Arthur Bernardes durou apenas três jogos e Ademir Fonseca sequer estreou –, o time quase caiu para a quarta divisão. Embora a estabilidade no cargo, no caso do Fortaleza, seja sinal de boas campanhas, as eliminações naquele ano no estadual e na Copa do Nordeste levaram a diretoria a recorrer ao velho vício. Trocou duas vezes de comando: saiu Hemerson, entrou Marquinhos; saiu Marquinhos, chegou Paulo Bonamigo. Contratado havia uma semana, o gaúcho foi o décimo sexto candidato a acabar com a sina do Fortaleza e a presentear a massa tricolor com o retorno à série B no ano do centenário.


[1] Em função da lesão sofrida durante a excursão do Santos pelo exterior, Pelé não atuou no terceiro jogo daquela final.  

[2] No torneio continental, o tricolor baiano caiu ainda na primeira fase, pois não conseguiu devolver o revés (0 x 3) aplicado pelo San Lorenzo na Argentina. A vitória por 3 a 2 na Fonte Nova foi insuficiente. O Peñarol bateu o Olimpia na final e se sagrou o primeiro campeão do que viria a ser o maior torneio de clubes da América do Sul.

[3] O CBSE não ocorreu de forma ininterrupta, tendo havido diversas lacunas sem competição – a mais longa delas foi a de 1962 a 1987, ano da última disputa. Foram ao todo 31 edições, 29 delas vencidas por cariocas e paulistas. 

[4] Isso aconteceu para definir o classificado do duelo entre Coritiba e Grêmio pela final do grupo Sul. Após três empates (1 x 1;  3 x 3 e 1 x 1), o tricolor gaúcho avançou de fase na sorte. Escolheu coroa.

[5] Este título é compartilhado com o Botafogo, campeão da Taça Brasil de 1968.

[6] O jejum começou, na verdade, após a conquista do Paulistão de 1976.

[7] Naquela época, o Mato Grosso do Sul ainda fazia parte do Mato Grosso. A separação se deu em 1977. Rondônia foi elevado à condição de estado federal em 1981. Sete anos depois, a Constituição de 88 reconheceu o Amapá, Roraima e Tocantins como estados autônomos.

[8] Zagallo fora campeão em 1967 da Taça Guanabara, do Campeonato Carioca e do Torneio Início – todos pelo Botafogo, mas título nacional aquele foi mesmo o seu primeiro.

[9] Cada grupo tinha 10 equipes, sendo que, no geral, os cincos primeiros colocados avançavam para a segunda fase.

[10] Ceará, Fortaleza, Icasa e Tiradentes dividem o título do campeonato cearense de 1992. A princípio, o Fortaleza teria sido o campeão porque vencera dois dos três turnos, contra um do rival Ceará. Porém, uma liminar do STJD anulou a vitória do tricolor no 1º turno devido à escalação irregular do jogador Fernando e considerou o Tiradentes o vencedor daquela fase. A disputa, então, deveria ficar entre os campeões de cada turno: Tiradentes, Ceará e Fortaleza. Mas o Icasa entrou com um recurso na justiça desportiva alegando ter feito a melhor campanha na média das três etapas. Um acordo, então, entre a FCF e o STJD legitimou o título dessas quatro equipes. Este foi o primeiro título da história de uma equipe do interior do estado.

[11] O Campeonato Brasileiro da Série B de 2004 teve três fases: na primeira, as 24 equipes se enfrentaram em turno único; na segunda, os oito classificados foram divididos em dois grupos de quatro com jogos de ida e volta; na terceira, um quadrangular final com os campeões e vices de cada grupo definiu, novamente em duelos de ida e volta, os dois times que subiram para a série A de 2005 – Brasiliense e Fortaleza. O tricolor terminou esta fase empatado com o Avaí (08 pontos), mas ficou com a vaga por ter sofrido um gol a menos que o rival catarinense.

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Caio Araujo

Só mais um torcedor.

Como citar

ARAUJO, Caio. A saga de um Leão centenário (parte II). Ludopédio, São Paulo, v. 118, n. 10, 2019.
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