119.2

Black Power

José Paulo Florenzano 2 de maio de 2019

No final de agosto de 1972 o Náutico foi a Aracaju realizar uma partida amistosa visando à preparação para o Campeonato Nacional. A derrota de 2 a 0 para o Sergipe pressagiava as dificuldades que estavam por vir sem o concurso do lateral esquerdo Marinho Chagas, cuja ausência, observava de forma profética o Diário de Pernambuco, “será chorada ainda durante muito tempo”[1]. Privado do eixo ao redor do qual gravitava a equipe, o técnico negro, Gradim, procurava reformulá-la com os contratados que chegavam para reforçar o elenco. Além da mudança de nomes impunha-se também uma alteração tática: do 4-2-4 para o 4-3-3. Com efeito, a nova competição recomendava cautela. A esquadra do Náutico não podia adotar no certame Brasileiro a mesma disposição ofensiva colocada em prática no Torneio Eraldo Gueiros. Uma coisa era enfrentar o América, o Central e o Ferroviário no estadual; outra bem diferente era medir forças com o Santos de Pelé ou o Cruzeiro de Dirceu Lopes. Além disso, a chegada dos reforços e a implantação do novo esquema tático demandavam tempo para a equipe reencontrar a sintonia perdida.  

Mas a estreia no Nacional estava à porta e os problemas se acumulavam com muitos dos contratados sem a documentação regularizada e atletas entregues ao departamento médico, caso específico do centroavante Paraguaio, a principal esperança de gols dos alvirrubros. Em relação à Allan Cole, depois das boas atuações nos jogos finais do Torneio Eraldo Gueiros, voltara a cair de produção no período de preparação para do Campeonato Brasileiro, ressuscitando velhas suspeitas. “Ele está nos meus planos”, reiterava Gradim, mas “não para entrar de cara” e, sim, “na hora que precisar” para atuar “na frente”[2]. Dessa maneira, com o atleta rastafári transformado novamente em regra três, o Náutico veio a campo no domingo, 10 de setembro, enfrentar o Santa Cruz no Mundão do Arruda. Cercado de imensa expectativa, o “clássico das emoções” não faria jus ao epíteto que a crônica local lhe atribuía. Faltaram emoções no 0 a 0 disputado diante de um público julgado aquém do esperado, algo em torno de vinte e cinco mil torcedores.

Allan Cole também possuía motivos para se sentir decepcionado com o jogo. Ele havia aguardado o momento de se exibir em uma competição de âmbito nacional. Só não contava ficar no banco de reservas no momento da estreia. Pior ainda: no decorrer da partida o centroavante titular foi substituído por Elói, explicitando assim a perda de status sofrida pelo jamaicano. Ele não apenas estava relegado à regra três, como, na verdade, encontrava-se rebaixado à condição de reserva do reserva. De fato, no meio de semana, em Recife, Allan Cole acompanharia do banco a virada de 2 a 1 do Cruzeiro e, no sábado, a vitória do Fluminense por 1 a 0[3]. Persuadido pelos resultados adversos, e sem poder contar com Paraguaio, contundido, na partida seguinte contra o CRB, em Maceió, Gradim decidira lhe conceder nova chance. Mas de acordo com o Diário de Pernambuco, o empate sem gols no estádio Rei Pelé exprimira fielmente o futebol “miserável” exibido por ambas as equipes[4].

Dessa maneira, no domingo, contra o América, Allan Cole estava de volta à reserva. Paraguaio, por sua vez, mesmo sem reunir plenas condições de jogo, foi escalado para a linha de ataque. Diferentemente, porém, do empate anterior contra o CRB, o resultado de 1 a 1 contra a equipe carioca teve várias oportunidades para os dois lados, a maior delas, aliás, com Allan Cole. Detenhamo-nos na descrição do lance. Aos vinte minutos do segundo tempo Gradim resolveu colocá-lo em campo. Dois minutos depois, “lançado na frente”, em vantagem sobre o marcador, bastava ao jamaicano concluir a jogada em gol. Todavia, ao “procurar melhor ângulo para chutar com classe”, ponderava Valdi Coutinho, nas páginas do Diário de Pernambuco, ele ensejara ao zagueiro a oportunidade de travar o arremate, frustrando os cerca de oito mil torcedores presentes ao estádio do Arruda[5]. A apreciação crítica do referido jornalista a respeito do estilo de jogo de Allan Cole nos fornece a chave explicativa das vicissitudes pelas quais ele passava; da incompreensão que o envolvia e, principalmente, dos descaminhos do próprio futebol brasileiro:

Allan Cole, o jamaicano, perdeu algumas bolas fáceis, muito mais pela sua mania de ser fiel à técnica e à arte futebolística, do que por falta de categoria[6].

Noutras palavras: não bastava ao jamaicano ser “inteligente” e ter “categoria”. Era-lhe cobrado o uso racional, utilitário e objetivo da arte futebolística. Fora dos limites demarcados por esta lógica, ela se afigurava mero floreio retórico, e, sobretudo, contraproducente, como ilustrava o lance acima descrito. Por certo, não se trata de ignorar os erros de decisão cometidos por Allan Cole nem, tampouco, de lhe subestimar as deficiências técnicas. Isto posto, constitui um equívoco acreditar que todo o problema se reduzia à inaptidão do jogador rastafári em satisfazer as exigências do futebol competitivo. Limitar-se a esta interpretação implica ignorar a mudança que o dispositivo de poder determinava dentro das quatro linhas, tecendo a trama de um novo tipo de atleta, combativo, obediente e pragmático, disposto a trair a arte futebolística em nome da eficiência esportiva.

Gradim, entretanto, começava a ficar acuado em virtude da sequência negativa do Náutico no Campeonato Nacional. Os cinco jogos sem vitória tornavam-no alvo da farpa dos jornalistas e da ira dos torcedores. “Não sou culpado pelos pontos que o time vem perdendo”, defendia-se o técnico negro, lembrando, dentre outros problemas, a ausência por contusão de Paraguaio e a saída por empréstimo de Marinho Chagas[7]. De fato, considerado o “termômetro do quadro”, sem o jovem lateral as expectativas de classificação viam-se bastante reduzidas[8]. Isto, porém, não eximia Gradim de responsabilidade pela fraca campanha. O confronto com a Portuguesa de Desportos, neste contexto, surgia como uma oportunidade única de reabilitação. A chance não podia ser desperdiçada. E não o seria. Na quarta-feira, 27 de setembro, com o retorno do centroavante Paraguaio, a torcida do alvirrubro finalmente pode comemorar a primeira vitória na competição, 2 a 1. Allan Cole, por sua vez, sofria uma nova derrota. Ao longo do jogo, Gradim providenciara duas substituições no ataque, nenhuma delas envolvendo o jamaicano. No sábado à noite, contra o Palmeiras, ele permaneceria no banco de reservas, anotando as lições ministradas pela Academia de Futebol na vitória de 2 a 1 sobre o Náutico.

O primeiro mês de competição, assim, esvaia-se com um balanço extremamente adverso para o alvirrubro: sete jogos, seis dos quais disputados no estádio do Arruda, mas somente uma única e escassa vitória. A sequência do Campeonato Nacional, porém, previa aquela que decerto se constituía na partida mais aguardada pelos atletas e torcedores do Clube Capibaribe, o encontro com o Santos. Embora desfalcado de Pelé, com uma contusão muscular, o time de Vila Belmiro havia desembarcado no Recife com muitas atrações, dentre as quais a do “barbudo” Afonsinho[9]. No saguão do Hotel São Domingos, o “líder” do movimento de contestação criticava a estrutura de poder que reduzia o atleta à condição de mera “máquina” de jogar bola, ao mesmo tempo em que reverenciava a figura de Pelé como “o mais importante jogador da história do futebol”[10]. Eis aí um ponto de intersecção entre Afonsinho e Allan Cole.

Naquela quarta-feira à noite, por um breve lapso de tempo, eles se encontraram no Mundão do Arruda. Escalado entre os titulares pelo técnico Gradim, o jamaicano ganhava uma rara oportunidade. Decidido a aproveitá-la, aos vinte minutos do primeiro tempo, Allan Cole formulara um “passe matemático” para o centroavante Paraguaio, deixando-o livre, dentro da grande área, em condições ideais para abrir o marcador. Um “gol certo”, desperdiçado, porém, pelo chute desferido em cima do arqueiro Cláudio[11]. A resposta do alvinegro veio dez minutos depois, com “Edu driblando a três adversários” e concluindo a jogada individual com uma bola na trave. Jogo eletrizante, lá e cá, até que aos trinta e seis minutos, em uma arrancada pela faixa esquerda, o lateral Zé Carlos fez um a zero para o Santos. No segundo tempo, sem Allan Cole, substituído no intervalo, o Náutico foi para o ataque em busca do empate.  Já no apagar das luzes, aos quarenta e três minutos, Paulinho selava o destino do jogo, não sem o protesto dos atletas alvinegros, inconformados com o suposto impedimento no lance do gol. Deixemos, no entanto, a polêmica para os cronistas de Santos e de Recife[12].

Interessa-nos realçar o valor simbólico do encontro fugaz ocorrido entre Afonsinho e Allan Cole. Eles não se conheciam, talvez sequer tenham trocado um aperto de mão no gramado. E, no entanto, possuíam muita coisa em comum. A rigor, podemos afirmar que, do ponto de vista de uma história política do futebol, ambos vestiam a mesma camisa, combatendo, cada qual à sua maneira, o excesso atlético, a ordem autoritária e a disciplina hierárquica, aspectos constitutivos da matriz militarizada implantada no país na esteira da conquista do tricampeonato mundial[13]. O combate se desenrolava de diversas formas, em várias frentes: por intermédio das críticas e questionamentos à concepção de jogo que a referida matriz implicava; através da resistência ao exercício do poder no qual ela se achava alicerçada; ou, ainda, mediante um conjunto de gestos e atitudes que desafiavam abertamente a norma do jogador-soldado instituída no contexto dos Anos de Chumbo.     

Paulo Cézar Lima
Paulo Cézar Lima, o Caju. Foto: Divulgação.

Com efeito, alguns meses antes da partida entre Náutico e Santos, o Jornal do Brasil dedicara amplo espaço à “moda” da barba e do cabelo compridos. A matéria retratava as mudanças na aparência de vários jogadores que, sem receio, passaram a adotar um visual semelhante ao de Afonsinho, convertido no símbolo do movimento da rebeldia. No Rio de Janeiro, em São Paulo, ou no Recife, as novas personagens exibiam-no em tom aberto de desafio à norma do atleta-soldado. Allan Cole, salientava a reportagem, distinguia-se como o “possuidor da maior cabeleira entre os jogadores pernambucanos”. E o jornal acrescentava a título de esclarecimento que ela era cultivada por ele não com o propósito de se manter afinado com o espírito da época, mas para “obedecer aos preceitos que regem o comportamento dos fiéis da Igreja Ortodoxa da Etiópia”[14]. Utilizando um português “arranhado”, o atacante rastafári indicava o que lhe parecia constituir uma feliz convergência:

Se estão coincidindo os preceitos religiosos com a moda, melhor ainda. Fico ligado a ambos sem causar nenhum choque[15].

Citando a Bíblia, ele aludia à determinação do Senhor feita a Moisés para esclarecer, ademais, as razões pelas quais não consumia álcool e recusava carne de porco, aspectos que chamavam a atenção da reportagem, reforçando o caráter de exotismo que revestia a presença incomum no futebol brasileiro de um jogador jamaicano. Já Paulo César Lima, na supracitada reportagem, relatava os episódios de racismo, dentro e fora da esfera esportiva, sofridos ao longo de sua trajetória. Ao lado de Afonsinho e Allan Cole, ele se destacava como uma referência importante no movimento da rebeldia que se propagava pelo campo futebolístico, deixando de cabelo em pé os juízes da normalidade. Admitindo a influência exercida pelo Black Power, Paulo César nos proporciona uma explicação didática do valor atribuído à mudança de imagem dos jogadores em geral, e, em particular, dos atletas afro-brasileiros:

Deixei o cabelo crescer no estilo afro, comecei a usar bolsas, sandálias e roupas sem qualquer compromisso com o convencional. E é evidente que elas comunicam alguma coisa. É por isso que fico orgulhoso quando vejo pela rua um crioulo com a cabeleira grande. Sinto assim que estou transmitindo coragem ou alguma coisa parecida[16].

Talvez convenha colocar em relevo, na iconografia do futebol brasileiro, a foto publicada na capa da revista Placar, no mês de abril de 1971, em que o então jogador do Botafogo surgia em destaque, faixa de campeão no peito, o punho cerrado e erguido na posição característica do Black Power[17]. Salvo engano, trata-se da primeira manifestação de um atleta afro-brasileiro, assumida no auge dos Anos de Chumbo, em favor do movimento que assombrava os ideólogos da democracia racial. A rebeldia antirracista não se resumia, contudo, ao cabelo e barba compridos, ou ao punho erguido e cerrado. Ela se expressava, sobretudo, na resposta reiterada aos críticos que o admoestavam por não se comportar conforme o estereótipo racial: “Tenho que ser aquele cara humilde”, dizia ele em tom de ironia aos repórteres, “reconhecer o meu lugar”[18]. A postura combativa de Paulo César entrava em choque direto com as expectativas normativas criadas a respeito do atleta afro-brasileiro.

O disposto racial não apenas designava o campo de futebol como o lugar do negro na sociedade, como, ainda por cima, lhe impunha como modo de subjetivação a docilidade de uma alma habitada pelo eterno sentimento de gratidão[19]. Nesse sentido, não resta dúvida, a “moda” do cabelo Black Power anunciava o questionamento de uma identidade que se desejava fixada de uma vez por todas. Ora, para debelar a ameaça, os agentes da normalização convocavam ao palco a personagem de Pelé, considerada por eles como a figura arquetípica do “bom negro” na sociedade brasileira. Nesse sentido, nas páginas do Diário de Pernambuco, Júlio José não economizava elogios ao jogador que, apesar de todo sucesso, “continuava o mesmo”, isto é, “simples e humilde”:

E uma das provas de humildade de Pelé é que o cabelo do crioulo é hoje como era antigamente. Ele não o espichou, como fazem todos os da sua cor que adquirem fama, prestígio e muito dinheiro[20].

A estratégia do jornalista pernambucano consistia em estabelecer a fronteira entre o “crioulo de alma branca”, personagem corporificada por Pelé, e a figura do “jogador problema”, representada por Paulo César, a quem implicitamente o texto evocava como exemplo do negro que perdera a noção de lugar, postura e humildade[21]. Esta prática divisora, no entanto, mais do que atestar a suposta “alienação” do camisa dez do Santos, desvelava o modo pelo qual ele era sistematicamente instrumentalizado pelos ideólogos da democracia racial[22]. Com efeito, a significação histórica de Pelé não se deixava apreender e reduzir à oposição binária estabelecida pela estratégia discursiva dos agentes da normalização racial.


[1] Cf. “Bicampeão sergipano vence outra”, Diário de Pernambuco, 29 de agosto de 1972.

[2] Cf. “Gradim arma seu 4-3-3 para tentar classificar a equipe”, Diário de Pernambuco, 10 de setembro de 1972.

[3] Cf. “Cafuringa faz gol e Flu vence Náutico por 1 x 0”, Jornal do Brasil, 17 de setembro de 1972.

[4] Cf. “Náutico e CRB ainda deixam muito a desejar”, Diário de Pernambuco, 22 de setembro de 1972.

[5] Cf. “Timbus e Rubros empatam no Arruda”, Diário de Pernambuco, 25 de setembro de 1972. Travado pelo zagueiro Alex, do América, o chute de Alan Cole sairia amortecido, “facilitando a defesa do arqueiro Ubirajara”.

[6] Cf. “Timbus e Rubros empatam no Arruda”, Diário de Pernambuco, 25 de setembro de 1972.

[7] Cf. “Paraguaio faz um teste para saber se enfrenta a Portuguesa”, Diário de Pernambuco, 26 de setembro de 1972.

[8] Cf. “Marinho vai embora. Quem será o seu substituto? ” Diário de Pernambuco, 13 de agosto de 1972. De acordo com a reportagem, para alguns críticos e torcedores, Marinho Chagas representava “70% da equipe”.

[9]  “Santos é mais perigoso sem Pelé”, Diário de Pernambuco, 4 de outubro de 1972

[10] Cf. “Opina o líder dos atletas”, Diário de Pernambuco, 4 de outubro de 1972.

[11] Cf. “Santos, sem futebol, quis ganhar ´na marra`”, Diário de Pernambuco, 5 de outubro de 1972. O lance nos remete ao paralelo surpreendente traçado por Gradim entre Allan Cole e Gérson. Para o treinador, o passe do jamaicano era “capaz de desgovernar qualquer defesa”. Cf. “A volta do Náutico”, revista Placar, nº 128, 25 de agosto de 1972.  

[12] Cf. “A justiça desse gol impedido”, A Tribuna, 5 de outubro de 1972.

[13] O conceito de matriz militarizada inspira-se na proposta analítica do antropólogo Arlei Damo (2007) Do dom à profissão: a formação de futebolistas no Brasil e na França. São Paulo, Hucitec. Ele foi elaborado em Florenzano, José Paulo (2014) Dictatorship, Re-Democratisation and Brazilian Football in the 1970s and 1980s. In: The Country of Football: Politics, Popular Culture & The Beautiful Game in Brazil, Edited by Paulo Fontes and Bernardo Buarque de Hollanda, Hurst & Company, London, 2014.

[14] Cf. “Nos estados os jogadores também mudam sua imagem”, Jornal do Brasil, 23 de julho de 1972.

[15] Cf. “Nos estados os jogadores também mudam sua imagem”, Jornal do Brasil, 23 de julho de 1972.

[16] Cf. “Nos estados os jogadores também mudam sua imagem”, Jornal do Brasil, 23 de julho de 1972.

[17] Cf. “Paulo César, Botafogo é o maior”, revista Placar, n° 59, 30 de abril de 1971.

[18] Cf. “O desabafo de Paulo César”, revista Placar, n° 122, 14 de julho de 1972.

[19] Cf. Foucault, Michel (2014) Genealogia da ética. Subjetividade e sexualidade. Ditos e Escritos. Vol. IX. Rio de Janeiro, Forense Universitária.

[20] Cf. “Pelé fala de muitas coisas e tem muita fé na turma jovem do Santos”, Diário de Pernambuco, 13 de agosto de 1971.

[21] A expressão “crioulo de alma branca” foi utilizada pelo Diário de Pernambuco para elogiar o zagueiro do Santa Cruz, Ivanildo José Machado, cognominado “Birunga”, exemplo de “profissional correto” porque, além de não beber e fumar, “nunca foi de reclamar nada”. Cf. “Birunga – o triste epílogo de um ídolo que jamais foi craque”, 28 de julho de 1972.

[22] Sobre a caracterização de Paulo César como “jogador problema” pela imprensa esportiva, bem como o uso das práticas divisoras no campo esportivo, ver Florenzano, José Paulo (1998) A rebeldia no futebol brasileiro. São Paulo, Musa Editora. Ver também sobre o conceito foucaultiano de práticas divisoras (1995) O sujeito e o poder. In: Rabinow, Paul; Dreyfus, Hubert. Michel Foucault: uma trajetória filosófica. Para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro, Forense Universitária.

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José Paulo Florenzano

Possui graduação em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1994), mestrado em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da PUC-SP (1997), doutorado em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da PUC-SP (2003), e pós-doutorado em Antropologia pelo Programa de Pós-Doutorado do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (2012). Atualmente é coordenador do curso de Ciências Sociais e professor do departamento de antropologia da PUC-SP, membro do Conselho Consultivo, do Centro de Referência do Futebol Brasileiro (CRFB), do Museu do Futebol, em São Paulo, membro do Conselho Editorial das Edições Ludens, do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre o Futebol e Modalidades Lúdicas, da Universidade de São Paulo, e participa do Grupo de Estudos de Práticas Culturais Contemporâneas (GEPRACC), do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP. Tem experiência na área de Ciências Sociais, com ênfase em Antropologia Urbana, Sociologia do Esporte e História Política do Futebol, campo interdisciplinar no qual analisa a trajetória dos jogadores rebeldes, o desenvolvimento das práticas de liberdade, a significação cultural dos times da diáspora.

Como citar

FLORENZANO, José Paulo. Black Power. Ludopédio, São Paulo, v. 119, n. 2, 2019.
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