Desde o fim do Campeonato Brasileiro de 2013, a discussão sobre a necessidade de mudanças drásticas na gestão do futebol no Brasil ingressou permanentemente na pauta dos veículos de comunicação, em blogs, sítios virtuais, redes sociais, roda de amigos e até mesmo no Congresso Nacional.
A comparação com o futebol europeu tem sido um dos parâmetros utilizados, sobretudo pelo movimento de atletas profissionais que pontua a aclamada agenda de modificações, o Bom Senso FC. É inegável que o futebol enquanto produto encontra palcos e promotores mais competentes no velho mundo, tornando o espetáculo futebolístico referência à prática e audiência à modalidade. comparação com o futebol europeu tem sido um dos parâmetros utilizados, sobretudo pelo movimento de atletas profissionais que pontua a aclamada agenda de modificações, o Bom Senso FC. É inegável que o futebol enquanto produto encontra palcos e promotores mais competentes no velho mundo, tornando o espetáculo futebolístico referência à prática e audiência à modalidade.
No entanto, um olhar mais objetivo sobre as ligas europeias revela um quadro de desequilíbrio e obviedade nas expectativas em torno da disputa esportiva. Na prática, poucos clubes figuram as primeiras posições de suas respectivas competições nacionais. Em certa medida, tal fenômeno, ironicamente, não se repete no campeonato brasileiro, e sim nos famigerados campeonatos estaduais.
À rigor, esta condição está apoiada no modelo de futebol que é administrado nas últimas décadas e se escancara ano após ano. A concentração de renda presente no futebol da era globalizada atinge níveis alarmantes comparáveis às realidades socioeconômicas de países subdesenvolvidos.
A política de contratações e de formação de equipes das potências europeias comparáveis à grandes multinacionais tem exposto suas facetas mais predatórias, ao ponto da FIFA – entidade que ocupa o topo desta “cadeia alimentar” – ter punido o FC Barcelona por infrações relativas à contratações de menores de 18 anos.
A receita dos 20 clubes mais ricos do mundo subiu 8% na virada do ano, segundo pesquisa da Deloitte. Recentemente, a França foi apontada como o segundo centro europeu que mais gastou com contratações de atletas na janela de janeiro de 2014, cerca de R$ 190 milhões de reais (40% do valor gasto na Premier League).
O ponto é que existe uma sensação de maior competitividade no futebol brasileiro, sendo que, guardadas as proporções geográficas, não existe tamanha alternância de campeões no Brasileirão. No caso brasileiro o fator regional é decisivo, onde as realidades sociais, demográficas e econômicas permitem maior arrecadação das agremiações.
A região sudeste, mais especificamente os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, mantém sua supremacia, ainda que com pequena vantagem paulista nas duas últimas décadas (10 títulos contra 6 dos cariocas).
Veja abaixo um infográfico que ilustra brevemente a relação entre o poder econômico e os monopólios de alguns campeonatos: