
Santo Expedito é um caso curioso. Sua história e mito não são muito bem documentados. Não é um santo oficial canonizado pela Igreja Católica, entretanto, ganhou muita fama nos anos 80 e 90, como o santo das causas urgentes.
A lenda mais aceita sobre sua vida o considera como um militar romano, comandante da 12ª Legião, que ficou famosa como a Fulminata. A lenda sobre sua conversão ao catolicismo é que Expedito era tentado por um demônio em forma de corvo, que ficava ao seu redor gritando cras! cras! (latim para amanhã), tentando sempre adiar a sua conversão, entretanto, Expedito teria pisado sobre o corvo, e gritado em retorno Hoje! Vem daí, portanto, a sua analogia as causas urgentes.
Por ser um santo “recente”, que ganhou devoção na década de 90 principalmente no Brasil, não existe um sincretismo tradicional entre o Candomblé ou a Umbanda.

Para mim, é muito claro seu sincretismo no futebol com o talismã corinthiano Tupãzinho. Quantas e quantas vezes a fiel torcida não pediu a plenos pulmões das arquibancadas a entrada de Tupãzinho em campo, para marcar o gol urgente que resolveria o jogo. Inexplicavelmente, Tupãzinho nunca vingou como titular, porém, sempre que saia do banco, achava o seu gol milagroso.
Seu maior feito foi marcar o gol do título do primeiro campeonato brasileiro conquistado pelo Corinthians, em 1990.

O apelido vem da cidade onde nasceu, Tupã, no interior paulista. O deus indígena dos raios e relâmpagos. Nada mais propício para o jogador que resolvia os jogos num milagre urgente como um raio.
Sendo assim, sincretizo Tupãzinho também com o Caboclo das Sete Flechas na Umbanda, e com o Orixá dos raios e trovões Xangô.
*Este é o artigo número 3 da série “Deuses do Futebol”, no qual o autor busca fazer o sincretismo de jogadores míticos brasileiros, com os santos e entidades cultuados no Brasil em diversas religiões.