Ou como placares confortáveis proporcionam jogos desinteressantes
Chegamos ao último dia de jogos da fase de grupos da Copa do Mundo entre classificações sofridas e desacreditadas e outras praticamente definidas na rodada dois. E enquanto estou sentada diante do computador para escrever este breve texto para o Ludopédio, encontra-se em andamento a peleja entre Inglaterra e Bélgica, o que define os confrontos de oitavas-de-final nos dias 2 e 3 de julho.
Dado o relativismo do tempo, posso afirmar, sem medo de errar, que o primeiro tempo demorou uns 365 dias num corte de espaço/tempo paralelo a este. O segundo tempo da peleja segue na mesma pegada. Parece que entrei num buraco de minhoca e estou revendo o primeiro tempo.
Ambas as seleções estão classificadas para a próxima fase e, talvez por este motivo, o jogo tenha se tornado soporífero a ponto de me fazer duvidar em qual dimensão me encontro.

Não é exclusividade de belgas e ingleses este estado morno dentro das quatro linhas. França e Dinamarca no último jogo do grupo, também proporcionaram esta sensação. Pelo grupo H, Japão e Polônzzzzzzzzzz..
Ok, não serei purista e achar que em jogo entre adversários já classificados, maluco vai dar o sangue e correr riscos. A partir de sábado, 30, é seguir ou se despedir da Rússia, e neste quesito todos os classificados chegam babando, visando o avanço na competição.
Essa é a hora, amiguinhos, onde se separam os homens dos meninos. A estratégia e equilíbrio emocional da inépcia e desarranjo.
Não vai ter tempo pra toquinho de lado, pra demorar segundos infinitos pra cobrar uma falta, tiro de meta ou lateral. O tempo, a partir de sábado, não será relativo. Será algoz e não dará espaço para acordos que colocam o girar dos ponteiros do relógio em pé de igualdade com uma lesma.
E que nesta fase as seleções latino americanas mostrem o brio do nosso futebol e não aceite nada menos que um jogo jogado a vera. É ganhar ou perder, mas sem fazer a torcida dormir.