O ano era 2010, ano de Copa do Mundo na África do Sul e o futebol na Inglaterra estava a todo vapor. Diante da 129ª final de FA Cup, duelariam Chelsea e Portsmouth. De um lado, a super potência global, recheada de estrelas como Drogba, Terry, Lampard e Cech, entre outros. Do outro, um azarão em alta, repleta de apostas como Prince Boateng, João Utaka e Kanu. Apesar do grande favoritismo para os Blues – o que de fato se firmou com o título, o Portsmouth cumpriu um ciclo de adquirir o respeito dos torcedores ingleses com seu futebol eficaz.
Para chegar à final, o Portsmouth teve de superar rivais mais tradicionais antes. Bem como o Sunderland, Southampton, Birmingham City e principalmente o Tottenham, nas semifinais, o Portsmouth com méritos foi finalista. Durante esta caminhada foram 5 vitórias em 6 jogos, com um empate na primeira partida contra o Coventry City. Kevin-Prince Boateng, que futuramente iria se destacar no Milan, foi o artilheiro do time com dois gols (Coventry e Tottenham).
Em uma das mais emblemáticas partidas, o Portsmouth desbancou o favorito Tottenham, por 2×0, no Wembley Stadium. Na prorrogação, Piquionne (99) e Kevin-Prince Boateng (117) colocaram o Portsmouth pela primeira vez na final.
- Legado
Após a grande façanha do vice-título da FA Cup, alguns jogadores tiveram relativo sucesso em suas carreiras. David James, goleiro titular, por exemplo, foi à Copa do Mundo 2010 com a seleção inglesa. Também experiente, o zagueiro sul-africano Aaron Mokoena também estaria naquele Mundial, assim como Boateng, que seria um dos destaques de Gana, que foi até as Quartas de Final em uma campanha histórica.
Por fim, além dos citados, Nwanwko Kanu e João Utaka, os dois centroavantes do time, estiveram na Copa do Mundo também, com a seleção nigeriana.
A final
Apesar de a final consagrar o Chelsea campeão, por 1×0, gol de Drogba, de falta (59), o Portsmouth se consagraria uma das sensações na temporada. Diante de mais de 88 mil pessoas, o modesto time comandado por Avram Grant seria aplaudido por seus torcedores. Para aquela decisão, a equipe jogou em um clássico esquema tático 4-4-2, com:
1 – David James (c); 16 – Steven Finnan, 3 – Ricardo Rocha, 4 – Aaron Mokoena e 6 – Hayden Mullins; 24 – Aruna Dindane, 8 – Papa Boupa Dioup, 23 – Kevin-Prince Boateng e 5 – Jamie O´Hara; 9 – Frederic Piquionne e 11 – Michael Robert Brown. (Nadir Belhadj, João Utaka e Nwankwo Kanu entraram no jogo).
Curiosidade
- Aos 44 minutos jogados, um lance envolvendo o meia Prince Boateng e o volante Michael Ballack, ocasionou na lesão da estrela alemã. Após um choque entre os atletas, Ballack perderia a oportunidade de jogar a Copa do Mundo 2010. Nascido na Alemanha, Prince foi bastante criticado por torcedores alemães e em especial, seu irmão Jerome Boateng, zagueiro do Bayern e da seleção.
Contudo, depois esse episódio, os irmãos teriam parado de se falarem. A história entre ambos é complexa, visto que Prince Boateng foi criado distante de Jerome. Apesar disso, ambos seriam revelados pelo Hertha Berlim e futuramente iriam se enfrentar naquele mesmo Mundial.
Entretanto ainda sem se falarem, Jerome e Prince Boateng apenas se cumprimentaram antes do jogo, na Copa. Sendo assim o jogo que foi vencido pelos alemães (gol de Özil) marcou um dos poucos confrontos entre irmãos em Copas, o que se repetiria em 2014 com eles.
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