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Futebol na Literatura Alemã – Parte II: A Copa de 2014 em poemas de Michael Augustin

Hoje, daremos sequência à série intitulada “Futebol na Literatura Alemã”, como contribuição do Núcleo de Estudos sobre Futebol, Linguagem e Artes (FULIA). Para esta edição, selecionamos a obra Schweini blutet – Deutschland tutet (“Schweini sangra – a Alemanha vibra”), do radialista, escritor e poeta alemão Michael Augustin. Trata-se de uma coleção de “WM-Gedichte” (“Poemas da Copa”), conforme é anunciado de maneira lapidar na contracapa do livro: “O triunfo do Rio foi um poema. Em quarenta e quatro passes curtos poéticos, Michael Augustin narra o Campeonato Mundial de Futebol no Brasil, do verão de 2014.” (AUGUSTIN, 2014, contracapa)[1]

Michael Augustin, um poeta e amante do futebol

Inicialmente, teceremos algumas palavras sobre Michael Augustin (Fig. 1). Nascido em 13 de junho de 1953 na cidade de Lübeck, no Norte da Alemanha, no Estado de Schleswig-Holstein (em Português: Eslévico-Holsácia). Fundada em meados do século XII, Lübeck notabilizou-se, historicamente, como uma das cidades que integraram a Liga Hanseática, aliança selada entre várias cidades às margens do Mar do Norte e do Mar Báltico no auge do Mercantilismo, entre o século XV e o final do século XVIII. Até os dias atuais, o nome oficial é Hansestadt Lübeck (Cidade Hanseática de Lübeck), terra natal de um dos maiores escritores de língua alemã da primeira metade do século XX: Thomas Mann (1875-1955), autor de romances célebres como Der Tod in Venedig (1912, Morte em Veneza), Der Zauberberg (1924, A montanha mágica) e Doktor Faustus (1947, Doutor Fausto), e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1929, aliás, filho da brasileira Júlia da Silva Bruhns (1851-1923) e do político e comerciante alemão Johann Heinrich Mann (1843-1892).

Michael Augustin
O escritor alemão Michael Augustin

Há anos, Michael Augustin vive na cidade de Bremen, localizada igualmente no Norte da Alemanha, que, outrora, também pertenceu à Liga Hanseática, fato atestado pelo nome oficial: Freie Hansestadt Bremen (Cidade Hanseática Livre de Bremen). Bremen também é famosa por ser palco de um dos contos maravilhosos em língua alemã mais famosos, Die Bremer Stadtmusikanten (Os músicos de Bremen), que inspirou Chico Buarque a lançar o disco infantil Os saltimbancos (1977), e que é uma espécie de símbolo da cidade. Em suas atividades profissionais, desde 1979, Michael Augustin atua como redator de radiodifusão da Rádio Bremen, onde dirigiu até 2019 o festival literário Poetry on the Road e apresenta o programa bimensal Fundsachen (“Objetos encontrados”), dedicado à lírica (AUGUSTIN, 2014, p. 60).

Conforme relatado em “Der Autor” (“O autor”), um dos paratexto editoriais contidos em Schweini blutet – Deutschland tutet, Michael Augustin possui uma trajetória peculiar como amante do futebol e torcedor (AUGUSTIN, 2014, p. 60). Sua paixão iniciou-se na infância, primeiramente como torcedor do VfB Lübeck, agremiação fundada em 1919 com o nome de Verein für Bewegungsspiele Lübeck (https://vfb-luebeck.de/fussball/verein/historie/ ), algo como “Associação para Jogos de Movimento Lübeck”, clube alemão que disputa, atualmente, a Liga Regional Norte (torneio regional correspondente à 4ª divisão do Campeonato Brasileiro), ocupando a 8ª posição entre 10 agremiações que disputam o torneio. Em seguida, passou a torcer por mais um clube da região, o KSV Holstein Kiel, cujo nome oficial é Kieler Sportvereinigung Holstein, “Associação Esportiva de Kiel Holstein”, fundado em 1900 (https://www.holstein-kiel.de/ ), igualmente de uma cidade hanseática no Mar Báltico: Kiel. Atualmente, o clube disputa a 2ª divisão da Bundesliga, o Campeonato Alemão, ocupando o 12º lugar. E sua paixão estendeu-se também por um clube irlandês em seus tempos de estudante de Literatura de Língua Inglesa e Folclore Irlandês em Dublin, o Shamrock Rovers Football Club, (https://www.shamrockrovers.ie/ ), o qual ocupa atualmente a segunda posição do Campeonato Irlandês, torneio que já conquistou em 17 edições. Aliás, Michael Augustin iniciou seus estudos universitários em Kiel, antes de ir para a Irlanda, o que permite justificar a torcida pelo Holstein Kiel e, posteriormente, pelo clube da capital irlandesa.

Todavia, um clube se tornaria sua maior paixão: o Sportverein Werder Bremen (“Associação Esportiva Werder Bremen”), clube alemão tradicionalíssimo, fundado em 1899 (https://www.werder.de/en/ ), que disputa atualmente a segunda divisão da Bundesliga e ocupa o primeiro lugar na tabela, o que deixa seu torcedor otimista em relação a uma volta à primeira divisão na próxima temporada. Entre suas várias conquistas, destacam-se os quatro títulos do Campeonato Alemão e os seis títulos da Copa da Alemanha. Interessante notar que, nessa trajetória de Michael Augustin como torcedor, três clubes são alviverdes: o VfB Lübeck, o Shamrock Rovers e o Werder Bremen.

Cabe, também, ressaltar o reconhecimento da produção literária de Michael Augustin, atestado pela outorga dos renomados Prêmios Friedrich Hebbel (1977) e, respectivamente, Kurt Magnus (1982), e também por ser membro associado nos PEN-clubes alemão e irlandês (AUGUSTIN, 2014, p. 60), clubes internacionais que reúnem poetas, ensaístas e romancistas. Entre as mais de 30 obras publicadas em mais de cinco décadas e traduzidas para vários idiomas, encontram-se títulos como Das perfekte Glück (2001; “A sorte perfeita”, poemas), Nur die Urne schwimmt – Das Beste & Neueste (2007; “Apenas a urna flutua – O melhor e o mais novo”, miscelânea), Ostsee-Storys (2012; “Histórias do Mar Báltico”, prosa), Fußball-Miniaturen (2016; “Miniaturas de Futebol”, prosa e colagem), e Hurly-Burly (2020; poemas visuais).

Schweini blutet – Deutschland tutet: uma ode ao “mundial dos sonhos”

Inicialmente, a obra Schweini blutet – Deutschland tutet requer um histórico de sua concepção. As palavras de Michael Augustin, presentes em outro paratexto editorial, intitulado “nota bene”, evidenciam a origem e o processo de elaboração e de publicação do livro:

Meus poemas da Copa foram publicados, primeiramente, no Blog ‘Vom Leder gezogen’ (www.dasgedichtblog.de ) [i.e., Atraído pelo couro/Atraído pela bola de couro], elaborado por Anton G. Leitner e capitaneado por Jan-Eike Hornauer, no qual um time de poetas formado por 11 autoras e autores, durante o Campeonato Mundial de Futebol de 2014, publicou poemas sobre o andamento do torneio. (AUGUSTIN, 2014, p. 58)[2]

Além disso, Michael Augustin informa também quando e onde os poemas foram escritos: “Escrevi meus poemas em Conil de la Frontera e em Bremen – durante ou imediatamente após os jogos relevantes” (AUGUSTIN, 2014, p. 58)[3]. Nota-se que, durante parte do período da Copa, o escritor esteve em Conil de la Frontera, cidade de veraneio da costa andaluza, na Espanha, localizada na província de Cádiz.

Outra menção importante relacionada com a publicação da obra Schweini blutet – Deutschland tutet é a editora alemã Die Werkstatt (“A Oficina”), especializada na publicação de livros sobre esporte em geral e, especialmente, sobre futebol (https://www.werkstatt-verlag.de/ ), que garantiu uma belíssima edição com 61 páginas e capa dura, e contendo cinco ilustrações, além da figura de capa, em tom verde, exibindo um jogador de futebol que chuta bolas que vão formando uma espiral, como se gravitassem feito planetas em torno dele (Fig. 2). Em outro paratexto editorial, há referência ao trabalho gráfico: “Especialmente para este volume o pintor, gráfico e poeta Hans Wap, de Rotterdam, elaborou um desenho, pelo qual o autor e a editora lhe agradecem de coração” (AUGUSTIN, 2014, p. 61).[4]

Michael Augustin
Capa do livro

Além dos 44 poemas que compõem a obra, as cinco ilustrações merecem destaque especial: elas retratam, respectivamente, o capitão da Seleção Alemã de 2014, o lateral direito e volante Philipp Lahm (AUGUSTIN, 2014, p. 15), o técnico Joachim Löw (AUGUSTIN, 2014, p. 26), o meio campista Mesut Özil (AUGUSTIN, 2014, p. 35), o zagueiro central Mats Hummels (AUGUSTIN, 2014, p. 43) e o zagueiro Christoph Kramer (AUGUSTIN, 2014, p. 55).

Passemos, agora, aos poemas propriamente ditos. Toda tradução representa um grande desafio, ainda mais quando se trata de traduzir poesia. Mas a obra Schweini blutet – Deutschland tutet, logo em seu título – derivado do 44º poema, intitulado “Weltmeister” (“Campeão”), em dístico “Schweini blutet/Deutschland tutet” (AUGUSTIN, 2014, p. 57) –, já demanda certos esclarecimentos, a começar por “Schweini”. Esse termo é um apelido carinhoso atribuído a Bastian Schweinsteiger, famoso meio campista, ex jogador do FC Bayern München e da Seleção Alemã. Em Alemão, “Schwein” significa “porco”, e o “i” final, em uma forma dialetal, é a flexão de diminutivo, de modo que “Schweini” seria “porquinho” ou, ampliando para o sobrenome completo, “Schweinsteigerzinho”. E o sangramento indicado no título se refere à partida final da Copa, disputada no Estádio do Maracanã em 13 de junho de 2014, reunindo as seleções da Alemanha e da Argentina. Ao receber do atacante argentino Sérgio “Kun” Agüero um soco no rosto, abaixo do olho direito, Schweinsteiger sangrou muito, mas seguiu em campo (ver imagens do lance em: https://globoplay.globo.com/v/3494909/ ), literalmente “deu sangue” e regeu sua seleção rumo à conquista do Tetracampeonato, com gol da vitória assinalado por Mario Götze aos 13 min. do primeiro tempo da prorrogação.

Esclarecido o verso “Schweini blutet”, o próximo desafio é o verso “Deutschland tutet”. O título em rimas paralelas – “blutet”/”tutet” – nos permite algumas especulações: Enquanto Schweinsteiger joga com muita raça, a Alemanha vibra de alegria com o seu desempenho e de seus companheiros de seleção no “templo do futebol mundial”. Mas “tuten” não é um verbo fácil de traduzir. O Wahrig, um dos principais dicionários monolíngues de língua alemã, apresenta em sua 6ª edição a seguinte definição: “soprar em um cornetim; dar sinal, apitar grave (de locomotivas)” (WAHRIG, 1997, p. 1.251).[5] Consultei também um dicionário de minha bisavó, o “Michaelis” – Novo Diccionario da Língua Portugueza e Allemã, em sua edição bilíngue de 1891, publicada em Leipzig, ainda impresso em caracteres góticos, e encontrei a seguinte definição para o verbo “tuten”: “buzinar, tocar buzina ou corneta” (MICHAELIS, 1891, p. 465). Assim, a “raça” em campo é acompanhada pela vibração e euforia de uma nação pelo desempenho e pela conquista que se anuncia.

Os comentários anteriores já evidenciam que o título, ao mesmo tempo em que está estampado na capa, forma o último poema do livro, num gesto circular muito bem representado imageticamente na figura de capa. Dos outros 43 poemas que integram a obra, selecionamos um conjunto de poemas que se referem às partidas disputadas pela Seleção Alemã desde a primeira fase do torneio: “Bewegte Bilder” (“Imagens em movimento”), “Sommersonnenwende” (“Solstício de verão”), “Spielbericht USA – D” (“Relato do jogo USA x D”), “Achtelfinaler Spielbericht” (“Relato de jogo da Oitava de Final”), “Auswärtssieg” (“Vitória fora de casa”) e “Das Endspeel” (“O jogo final”).

Comecemos, pois, com o poema “Bewegte Bilder” (“Imagens em movimento”), escrito por ocasião da partida disputada pela Seleção Alemã contra a Seleção Portuguesa, em 16 de junho de 2014, na primeira rodada do Grupo G, que reunia ainda as seleções de Gana e dos Estados Unidos:

Bewegte Bilder

(zum Spiel Deutschland vs. Portugal 4:0)

 

Pepe dreht

an Müllers Nase

 

Das war

die entscheidne Phase

 

Reporter quatscht.

Frau Merkel klatscht.

 

Und Portugal

ist abgewatscht.

 

Deutschlands erster Auftritt bei der WM am 16. Juni 2014. Gelungen!

(AUGUSTIN, 2014, p. 9)

Imagens em movimento

(sobre o jogo Alemanha 4 x 0 Portugal)

 

Pepe gira

no nariz de Müller

 

Esta foi

a decisiva fase

 

Repórter matraqueia.

Senhora Merkel aplaude.

 

E Portugal

está aniquilado.

 

Primeiro ato da Alemanha na Copa, em 16 de junho de 2014. Sucesso!

Este e os poemas seguintes foram traduzidos sem o cuidado e a competência de uma tradução poética, de modo que a rima e a métrica foram sacrificadas em nome do possível significado das palavras e versos. Primeiramente, nota-se que o poema “Bewegte Bilder” é formado por quatro estrofes, compostas cada uma por dísticos, e as rimas seguem a estrutura a-b-c-b-d-d-e-d. A métrica também é variada, sendo que os últimos quatro versos apresentam quatro sílabas poéticas, ou seja, são tetrassílabos. Além disso, o poema apresenta duas indicações sobre o jogo: uma posicionada abaixo do título, entre parênteses, e outra após o poema, funcionando como paratexto editorial.

Em termos de conteúdo, o poema “Bewegte Bilder” apresenta quatro actantes, ou seja, agentes da ação indicada por verbos: os jogadores Pepe, da Seleção Portuguesa, e Thomas Müller, da Seleção Alemã; o repórter, não nomeado no poema; Angela Merkel, então chanceler alemã. Temos, pois, três dimensões: a primeira diz respeito ao campo de jogo, envolvendo os atletas; as duas últimas dizem respeito ao extracampo, com a cobertura de imprensa e, respectivamente, a representatividade política de chefa de Estado. Entretanto, alguns detalhes pontuais devem ser observados. O primeiro deles se refere à agressão cometida por Pepe a Thomas Müller aos 37 min. do primeiro tempo (ver o lance em: https://www.youtube.com/watch?v=pbjw7t3beIQ ), que culminou com a expulsão do zagueiro português (nascido em Maceió, no Brasil), quando a Alemanha já vencia a partida pelo placar de 2×0, com gols do atacante Thomas Müller aos 12 min. e do zagueiro central Mats Hummels aos 32 min. Se na primeira estrofe o eu lírico se refere, especificamente, a esse lance, na segunda estrofe, ele enfatiza seu significado capital para o andamento da partida, como “die entscheidne Phase” (“a decisiva fase”). A perspectiva do eu lírico é de quem já vivenciou a partida e já sabe de seu desfecho, pois, com um homem a menos em campo, Portugal teria dificuldades para se impor e fazer frente às investidas da Seleção Alemã, tanto é que, nos acréscimos do primeiro tempo, Thomas Müller marcaria o terceiro gol. O próprio Müller faria o hattrick aos 33 min. do segundo tempo e decretaria a vitória da forte equipe alemã sob os comandados do técnico português Paulo Bento.

O segundo detalhe diz respeito à quarta estrofe, não propriamente em relação ao “repórter” inominado, que “quatscht” (“matraqueia”, “graceja”, “diz bobagens”), mas em relação à chanceler alemã Angela Merkel, presente nas tribunas de honra da Arena Fonte Nova, acompanhando a estreia da seleção de seu país no Mundial. As “Imagens em movimento” anunciadas no título se refeririam, pois, a imagens captadas pelo eu lírico do lance capital e do resultado final, em que Merkel aplaude a equipe alemã por seu desempenho convincente e soberano, que resultou em um “aniquilamento” de Portugal, anunciado na quarta e última estrofe.

O próximo poema de Michael Augustin selecionado para análise é “Sommersonnenwende” (“Solstício de verão”), que diz respeito à partida disputada entre a Seleção Alemã e a Seleção de Gana pela segunda rodada do Grupo G:

Sommersonnenwende

 

Nach Höhenflug

zurück hienieden:

 

Deutschland-Ghana

untentschieden.

 

2:2 endet die Wackelpartie gegen Ghana am 21.06. Na ja…

(AUGUSTIN, 2014, p. 19)

Solstício de verão

 

Depois de voar alto,

de volta aqui para baixo:

 

Alemanha x Gana

empatado.

 

2 a 2 termina a partida vacilante contra Gana em 21 de junho. Bem…

Primeiramente, cabe um esclarecimento referente ao título do poema, “Sommersonnenwende” (“Solstício de verão”): ele se associa à data em que ocorreu a partida, 21 de junho de 2014, início do verão no Hemisfério Norte, quando ocorre o “solstício”, isto é, o posicionamento do sol em seu limite máximo, provocando maior incidência de luz solar acima da linha do Equador. Mas não é só isso: Nas tradições germânicas, nórdicas, bálticas, eslavas e celtas, o dia do solstício tem um significado místico, em que ocorrem festividades profanas ou religiosas.

Essas considerações sobre o título do poema nos permitem algumas inferências interpretativas: por um lado, a elevação máxima do sol no solstício de verão é empregada, poeticamente, como metáfora para o desempenho da Seleção Alemã contra Portugal na rodada anterior; por outro, o desempenho limitado contra a Seleção de Gana teria tirado a equipe alemã das alturas. Os quatro versos que compõem o poema, em dístico e com esquema de rimas em a-b-c-b, são econômicos em informações sobre o jogo, e o último verso é categórico: “unentschieden” (“empatado”). Apenas o paratexto final, de caráter editorial, exibe o placar – 2 x 2 – e qualifica o jogo como uma “Wackelpartie” (“partida vacilante”). Entretanto, cabe a menção de que os gols foram marcados pelo meio campista Mario Götze (51’) e, respectivamente, pelo centroavante Miroslav Klose (71’), pela Alemanha, e pelos atacantes André Ayew (54’) e Asamoah Gyan, de Gana (63’). Naquele momento inicial da competição, aos olhos do eu lírico, teria havido uma queda de desempenho dos comandados de Joachim Löw, uma queda inesperada e inversa à altura do sol no solstício que anuncia o tão esperado verão europeu.

O terceiro poema analisado, intitulado “Spielbericht USA – D” (“Relato do jogo USA x D”) se refere ao terceiro e último jogo do Grupo G, disputado entre as seleções da Alemanha e dos Estados Unidos em 26 de junho de 2014:

Spielbericht USA – D

 

Herr Löw hat

nasses Haar gekriegt

und Deutschland

1:0 gesiegt.

 

Klinsi grinst

trotz dieser Schlappe

unter seiner

Baseballkappe.

 

Ansonsten war es

ziemlich lahm,

wie man ’ne Runde

weiterkam.

 

Beide Mannschaften im Achtelfinale.

(AUGUSTIN, 2014, p. 25)

Relato do jogo USA x D

 

Senhor Löw ficou

com cabelos molhados

e a Alemanha

venceu por 1 a 0.

 

Klinsmann sorri

apesar desta derrota

debaixo de sua

capa de basebol.

 

Fora isso foi

bem chato,

o modo como se

avançou uma rodada.

 

Ambas as equipes na Oitava de Final

Conforme podemos observar, o poema “Spielbericht USA – D” apresenta três estrofes compostas por quartetos, sempre com rimas cruzadas no segundo e quarto versos, seguindo o esquema a-b-c-b-d-e-f-e-g-h-i-h. Assim como ocorre no poema “Bewegte Bilder”, mais uma vez dois actantes ganham destaque, especificamente os treinadores das seleções dos Estados Unidos e da Alemanha: Jürgen Klinsmann, referenciado na segunda estrofe como “Klinsi”, algo como “Klinsinho” ou “Klinsmannzinho”, e, respectivamente, Joachim Löw, aludido em tom de formalidade no primeiro verso da primeira estrofe como “Herr Löw”, “Senhor Löw”. Neste aspecto, há algo implícito: o fato de que ambos trabalharam juntos quando Klinsmann, ex centroavante de sucesso na Seleção Alemã e no Bayern München, tornou-se treinador da Seleção entre 2004 e 2006, período em que contou com Joachim Löw como seu assistente técnico. Como é tradição no futebol alemão, em geral, o assistente assume o posto de treinador, quando há mudança, para que haja certa continuidade no trabalho a partir de um profissional que já esteja ambientado com a Seleção e com a DFB, a Federação Alemã de Futebol. Foi assim com Sepp Herberger, técnico campeão mundial de 1954, no chamado “Milagre de Berna”, e seu sucessor, Helmut Schön, campeão mundial de 1974, o qual foi sucedido por seu auxiliar técnico, Jupp Derwall, em 1978. O mesmo ocorre, aliás, no momento, em que Löw foi sucedido por Hans-Dieter Flick, que foi seu auxiliar técnico de 2006 a 2014.

Portanto, essa relação entre os treinadores alemães trouxe um ingrediente a mais para aquela partida, e isso se evidencia no poema “Spielbericht USA – D”, em que o olhar do eu lírico gera um breve “relato de jogo” em flashs: em uma tarde chuvosa, na Arena Pernambuco em Recife, as seleções disputaram um jogo “bem chato”, que as credenciaram para a fase de Oitavas de Final, conforme indicado no paratexto, não obstante a derrota da Seleção Norte-Americana pelo placar de 0x1, com gol assinalado por Thomas Müller, algo não indicado no poema. Enquanto “Herr Löw” teve seus cabelos molhados, “Klinsi” teria se protegido da chuva, pelo menos em parte do jogo, debaixo de sua “capa de baseball”. Dessa forma, a insatisfação do eu lírico em relação ao “modo como se/avançou uma rodada” (“wie man ’ne Runde/weiterkam”), em que “Klinsmann sorri/apesar desta derrota” (“Klinsi grinst/trotz dieser Schlappe”), insinua pouca motivação das equipes e certa acomodação pelo fato de ambas poderem passar para a próxima fase.

O penúltimo poema analisado é “Auswärtssieg” (“Vitória fora de casa”), referente ao Mineiratzen, o Sete-a-Um que entrou para a história do futebol mundial e representou o ponto alto do desempenho da seleção comandada por Joachim Löw naquela Copa:

Auswärtssieg

 

Stripp, strapp, strull!

Schon steht es fünf zu null.

 

Sodann noch

zweimal nachgelegt

 

(und auch die Freundschaft

noch gepflegt).

 

Tränen will ich

nicht vergießen.

 

Doch schade

ums Elfmeterschießen.

 

Ein Halbfinale gegen Brasilien, bei dessen Betrachtung man eigentlich vor lauter Augenreiben eine automatische Wischanlage benötigt hätte. Auswärtssieg in der Tat! Siebenzueins (in Worten).

(AUGUSTIN, 2014, p. 48)

Vitória fora de casa

 

Lara, lira, lero!

Já está cinco a zero.

 

Depois mais

duas vezes na rede

 

(e também a amizade

ainda manteve).

 

Lágrimas eu

não quero derramar.

 

Mas pela cobrança

de pênalti a lamentar.

 

Uma semifinal contra o Brasil, que faria você precisar de um sistema de limpador automático para esfregar os olhos. Vitória fora de casa, de fato! Sete-a-um (em palavras).

Em termos formais, temos um poema composto por cinco estrofes, todas em dísticos, com a estrutura iniciando com rimas paralelas nos dois primeiros versos, e de rimas cruzadas sempre no segundo verso a partir da segunda estrofe, conforme o esquema a-a-b-c-d-c-e-f-g-f. O único actante presente no poema é o próprio eu lírico, que, aparentemente, de modo irônico, não quer derramar lágrimas em solidariedade aos derrotados, mas lamenta “pela cobrança/de pênalti” (“Elfmeterschießen”). Neste aspecto, só nos resta especular: O eu lírico estaria fazendo alguma alusão a eventual lance de pênalti não marcado durante a partida pela Semifinal? De certo, o eu lírico está radiante pela goleada, conforme anuncia na primeira estrofe: “Stripp, strapp, strull!/Schon steht es fünf zu null.” (“Lara, liro, lero!/Já está cinco a zero”). Mas algo, como se fosse um adendo, indicado entre parênteses, dá a dimensão do sentimento de ter provocado algo inusitado, que despertaria profunda tristeza e decepção nos jogadores e na torcida anfitriã, mas que, apesar de tudo, não prejudicaria a imagem de uma seleção que se preparara como nunca para aquela Copa: “(und auch die Freundschaft/noch gepflegt).” (“e também a amizade/ainda manteve”). São versos, aliás, que ratificam o comportamento de torcedores na Minas Arena, em Belo Horizonte, naquele fatídico 08 de julho, que aplaudiram os comandados de Löw após o atacante André Schürrle ter marcado o sétimo gol, aos 34 min. do segundo tempo (ver lances da partida em: https://www.youtube.com/watch?v=7JtTgxMHDL0 ).

Por sua vez, o paratexto final do poema “Auswärtssieg”, escrito para a publicação em livro, enfatiza o caráter especial daquela partida, que justifica seu título: Vencer a Seleção anfitriã, Pentacampeã Mundial de Futebol, dentro de casa não seria uma tarefa fácil e, por isso, da perspectiva alemã, o jogo seria encarado como sendo “fora de casa”. Mais uma vez, a emoção que poderia levar às lágrimas é evocada, os olhos mareados necessitariam de “limpadores pára-brisa” o tempo todo, talvez também se referindo ao close de vários torcedores brasileiros nas arquibancadas, alguns incrédulos com o que estavam presenciando, outros chorando copiosamente. Ao final, aquele placar seria traduzido literalmente: “Siebenzueins (in Worten)” (“Sete-a-um (em palavras)”). Aliás, aquele jogo histórico se tornou autêntico bestseller com o livro 7:1. Das Jahrhundertspiel (2015; “7×1. O jogo do século”), de Christian Eichler, redator esportivo do Frankfurter Allgemeine Zeitung, que cobriu aquela Copa e esteve presente no Mineirão, “[q]uando o mito brasileiro se desfez e a quarta estrela da Alemanha resplandeceu” (EICHLER, 2015).[6]

Por fim, o último poema analisado diz respeito à grande final da Copa, que reuniu as seleções da Alemanha e da Argentina no Maracanã, em 13 de julho de 2014: “Das Endspeel” (“O jogo final”):

Das Endspeel

 

Wenn dat wat warrt,

denn warrt dat wat.

 

Wenn dat nicks warrt,

denn weer dat dat.

 

Warrt dat denn wat?

Ik weet dat nich.

 

Mann wenn dat wat warrt,

denn weet ick, wat wi warrt.

 

Die Niederdeutschen Mertesacker und Kroos könnten diesen Text vermutlich im Original lesen. Für alle anderen hier eine prosaische Übersetzung ins Hochdeutsche: […]

(AUGUSTIN, 2014, p. 52)

Das Endspiel

 

Wenn das was wird,

dann wird das was.

 

Wenn das nichts wird,

dann war das das.

 

Wird das denn was?

Ich weiß das nicht.

 

Aber wenn das was wird,

dann weiß ich, was wir werden.

O jogo final

 

Se isso se tornar algo,

então será algo.

 

Se isso não der certo,

Então isso já era.

 

Pois isso será algo?

Isso eu não sei.

 

Mas se isso se tornar algo,

então eu sei o que seremos.

 

Os falantes do Baixo Alemão Mertesacker e Kross, possivelmente, poderiam ler este texto no original. Para todos os outros, aqui segue uma tradução prosaica em Alto Alemão: […]

Primeiramente, cabe ressaltar que o poema “Das Endspeel” é sucedido por outros três poemas que se referem à final da Copa de 2014: “Kleine Ermutigung” (“Pequeno incentivo”), “Finale pontificale” (título latino para “Final pontifical”), e “Weltmeister” (“Campeão mundial”). Este último poema, anteriormente analisado, que fecha o conjunto, é também o dístico que dá título ao livro, e “Kleine Ermutigung” é um poema composto por duas estrofes formadas por dísticos, em que o eu lírico procura encorajar a Seleção Alemã a marcar mais gols que a seleção adversária: “Solln die doch/Tore schießen, bitte sehr// Wir schießen einfach eines mehr!” (“Se eles então/marcarem gols, por favor//Nós simplesmente marcaremos mais um!”) (AUGUSTIN, 2014, p. 54). Já o poema “Finale pontificale”, composto por três estrofes igualmente em dísticos, faz referência aos Papas Francisco e, respectivamente, Bento XVI, que estariam torcendo por suas seleções naquela final: “Der neue Papst im ew’gen Rom/der guckt das Spiel in seinem Dom.//Der alte kennt ‘ne schaue Stelle/in der Sixtinischen Kapelle.//Dass sie es nicht zusammen sehn,/kann nur der liebe Gott verstehn.” (“O novo Papa na eterna Roma/assiste ao jogo em sua basílica.//O antigo conhece um lugar lúgubre/na Capela Sistina.//Que eles não assistam ao jogo juntos, só o querido Deus pode entender.”) (AUGUSTIN, 2014, p. 56). A mudança na liderança da Igreja Católica havia ocorrido no ano anterior, com a abdicação ao papado por parte de Bento XVI (Joseph Aloisius Ratzinger; 1927*) em 28 de fevereiro de 2013 e a eleição do Papa Francisco (então cardeal Jorge Mario Bergoglio; 1936*) em 13 de março de 2013, no segundo conclave. Inclusive, no dia 10 de julho de 2014, o jornal Correio Braziliense publicou uma nota baseada em fonte da agência France-Presse, em que anunciava categoricamente que “Papa Francisco e Bento XVI não assistirão juntos à final da Copa do Mundo” (CORREIO BRAZILIENSE, 2014). Desse modo, o poema “Finale pontificale” dá conta dessa situação inusitada envolvendo Bergoglio, um amante do futebol e torcedor do San Lorenzo de Almagro e, Ratzinger, em uma partida rotulada nas redes sociais como “a final dos Papas” (CORREIO BRAZILIENSE, 2014).

Portanto, se o poema “Weltmeister”, em sua composição compacta, celebra a conquista do Tetracampeonato pela Alemanha, e o poema “Finale pontificale” sinaliza o próprio andamento da partida que seria assistida por dois célebres torcedores – os Papas Francisco e Bento XVI –, “Kleine Ermutigung” está muito mais próximo de “Das Endspeel”, porque se relaciona com a expectativa que o eu lírico nutre pela final que ainda está por ser realizada.

Conforme o paratexto editorial anuncia, o poema “Das Endspeel” foi escrito em Niederdeutsch (Baixo Alemão), ou seja, em formas dialetais do idioma alemão, faladas nos estados localizados no Norte do país: Schleswig-Holstein (Eslévico-Holsácia), Niedersachsen (Baixa Saxônia), Mecklenburg-Vorpommern (Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental), Brandenburgo, Sachsen-Anhalt (Saxônia-Anhalt), Bremen, Hamburgo e Nordrhein-Westfalen (Renânia do Norte-Vestfália). No caso, Michael Augustin, que nasceu em Lübeck, estudou em Kiel e vive em Bremen é conhecedor e falante das formas dialetais da parte Norte e Noroeste do país. Para o poeta e escritor, pelo menos dois jogadores da Seleção Alemã poderiam entender “Das Endspeel” sem necessitar de tradução para o Hochdeutsch (Alto Alemão), o idioma padrão: o zagueiro Per Mertesacker, nascido em Hannover, capital do estado de Niedersachsen (Baixa Saxônia), e o meio campista Toni Kross, atualmente, craque do Real Madrid, nascido em Greifswald, cidade localizada no estado de Mecklenburg-Vorpommern (Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental).

Ao finalizarmos nossa análise desse último poema, podemos lançar algumas conjecturas. A primeira delas seria em torno da opção primeira do emprego do Niederdeutsch: talvez, seja um modo de o autor expressar seu pertencimento às regiões em que formas dialetais do Baixo Alemão são faladas dentro do universo de fala do Alto Alemão e, ao mesmo tempo, sua afetividade com relação a tais formas. A segunda conjectura diz respeito aos elementos líricos que compõem o poema: “Das Endspeel” é composto por quatro estrofes em dísticos, seguindo um esquema de rimas cruzadas nas duas primeiras estrofes – a-b-a-b, e a-c-b-b nos dois dísticos finais, com rimas paralelas nos dois últimos versos. Aliás, algo que ainda caberia destacar aqui seria a opção do autor por poemas compostos por estrofes em dísticos, pois o dístico (Distichon) possui uma longa tradição e remonta à lírica na Antiguidade como forma elegíaca, que encontraria recepção na literatura de língua alemã nas fases do Barroco, no século XVII, e, sobretudo, do Classicismo, no final do século XVIII, com seus dois maiores expoentes: Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) e Friedrich von Schiller (1759-1805).

Por sua vez, o tema tratado em “Das Endspeel” parece ser a expectativa que o eu lírico nutre pela partida que está por vir. Há uma passagem actancial do indivíduo “ich” (“eu”) para o sujeito coletivo “wir” (“nós”), ou seja, da vivência individual (que o filósofo e ensaísta Walter Benjamin definiria como “Erlebnis”), para a dimensão coletiva da “experiência” (“Erfahrung”). Tudo gira em torno do pronome demonstrativo “das” (“isso”), que se refere ao “Endspeel” (“jogo final”). Como se indagasse a si próprio, o eu lírico pondera sobre as possibilidades de derrota e consequente perda do título por parte da Alemanha – “Wenn dat nicks warrt,/denn weer dat dat.” (“Se isso não der certo,/Então isso já era.”) – e de vitória e conquista do Tetracampeonato – “Wenn dat wat warrt,/denn warrt dat wat.” (Se isso se tornar algo,/então será algo.”); “Mann wenn dat wat warrt,/denn weet ick, wat wi warrt.” (“Mas se isso se tornar algo,/então eu sei o que seremos.”). E entre as possibilidades de derrota e de vitória situa-se a dúvida cruel, que potencializa a expectativa do eu lírico em relação à final: “Warrt dat denn wat?/Ik weet dat nich.” (“Pois isso será algo?/Isso eu não sei”).

Haveria, aqui, muito mais a escrever sobre a relação de Michael Augustin com o futebol, expressada em versos como esses, publicados em Schweini blutet – Deutschland tutet, um autêntico documento de quão lírica pode ser a abordagem de um megaevento esportivo como uma Copa do Mundo. Faltaria-nos, entretanto, a competência analítica para perceber a filigrana poética na composição dos versos, das rimas e da estrofação. Todavia, esperamos ter contribuído não só para divulgar a obra do autor, como também para evidenciar quando duas paixões – a literatura e o futebol – se irmanam na emoção, na afetividade e na vibração pela conquista.

Notas

[1] Todas as traduções do Alemão para o Português são de nossa autoria. No original:

Der Triumph von Rio war ein Gedicht. In vierundvierzig poetischen Kurzpässen erzählt Michael Augustin die brasilianische Fußballweltmeisterschaft des Sommers 2014.

[2] No original:

Meine WM-Gedichte erschienen zuerst in dem von Anton G. Leitner eingerichteten und von Jan-Eike Hornauer als Mannschaftskapitän betreuten Blog ‚Vom Leder gezogen‘ (www.dasgedichtblog.de ), in dem eine aus elf Autorinnen und Autoren bestehende Poetenmannschaft während der Fußballweltmeisterschaft 2014 Gedichte zum Turnierverlauf vorlegte.

[3] No original:

Geschrieben habe ich meine Gedichte in Conil de la Frontera und in Bremen – während der jeweiligen Spiele oder unmittelbar danach.

[4] No original:

Eigens für diesen Band hat der Rotterdamer Maler, Grafiker und Dichter Hans Wap eine Zeichnung angefertigt – wofür ihm Autor und Verlag ganz herzlich danken.

[5] No original:

[…] in ein Signalhorn blasen; Signal geben, dunkel pfeifen.

[6] No original:

Als der brasilianische Mythos zerbrach und Deutschlands vierter Stern aufging.

Referências Bibliográficas

AUGUSTIN, Michael. Schweini blutet – Deutschland tutet. WM-Gedichte. Göttingen: Die Werkstatt, 2014.

CORREIO BRAZILIENSE. Papa Francisco e Bento XVI não assistirão juntos à final da Copa do Mundo. 10 de julho de 2014. Acesso em: 09 abr. 2022.

EICHLER, Christian. 7:1. Das Jahrhundertspiel. Als der brasilianische Mythos zerbrach und Deutschlands vierter Stern aufging. München: Droemer, 2015.

MICHAELIS, H. Neues Wörterbuch der portugiesischen und deutschen Sprache/Novo Diccionario de lingua protugueza e allemã. Leipzig: F. A. Brockhaus, 1891.

WAHRIG, Gerhard. Deutsches Wörterbuch. ed. por Renate Wahrig-Bufeind, Güterloh: Bertelmann Lexikon Verlag, 1997.

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Elcio Loureiro Cornelsen

Membro Pesquisador do FULIA - Núcleo de Estudos sobre Futebol, Linguagem e Artes, da UFMG.

Como citar

CORNELSEN, Elcio Loureiro. Futebol na Literatura Alemã – Parte II: A Copa de 2014 em poemas de Michael Augustin. Ludopédio, São Paulo, v. 154, n. 25, 2022.
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