128.4

O binarismo no contexto esportivo: um corpo “entre” polos

Fidel Machado 4 de fevereiro de 2020

A sexualidade, em muitas sociedades, serve como um dos crivos para a produção da divisão estruturada entre masculino e feminino e pela diferenciação estruturante de condutas específicas entre os dois polos. Ao conformar disposições, os modos de ação passam a ser naturalizados a ponto de não mais percebermos a sua ação sobre o nosso próprio corpo. Dessa forma e a partir dessa definição, podemos nomear tais condições de habitus. Tal como a entendemos, a sexualidade é uma invenção histórica e contingencial que se efetivou progressivamente à medida que se realizava o processo de diferenciação e organização dos mais variados campos e de suas lógicas próprias (BOURDIEU, 2016). As normatividades referentes à temática, estão instituídas do sexo ao gênero, da biologia à cultura. A ordem masculina adquire caráter relevante, passa a se inscrever nos corpos e dita quais manifestações de sexualidade são tidas como normais. Tal prerrogativa não possui como fundamento primordial o falo, mas está ancorada sob uma visão de mundo, constituída e imposta por homens que se articula com a divisão binária e atribui ao órgão sexual um símbolo de virilidade e poder. Tal construção legitima-se na natureza biológica que, por sua vez, é também produto de uma construção social. Ademais, temos um androcentrismo estrutural que se alicerça e se legitima pela chancela da ciência e biologiza essa divisão como um princípio basilar já instaurado:

As aparências biológicas e os efeitos bem reais, que um longo trabalho coletivo de socialização do biológico e de biologização do social produziu nos corpos e nas mentes conjugam-se para inverter a relação entre as causas e os efeitos, e fazer ver uma construção social naturalizadas (os “gêneros” como habitus sexuados) como o fundamento in natura da arbitrária divisão que está no princípio não só da realidade como também da representação da realidade e que se impõe por vezes à própria pesquisa (BOURDIEU, p. 14, 2016).

A dominação masculina e o primado da masculinidade endossa a apropriação da cultura pelos homens e, como construção social, é alicerçada e produzida por esse domínio e legitimada por diversos outros discursos com intuitos de manutenção da ordem vigente, como a divisão social do trabalho e sua separação entre seres produtivos e reprodutivos. A diferença anatômica entre o corpo masculino, o corpo feminino e os seus órgãos legitimam as atribuições sociais diferenciadas. Calcada pela oposição, o homem e a mulher possuem uma relação assimétrica. Nessa conjuntura, como desdobramento dessa divisão e oposição, resta a mulher a adequação à estrutura que a condiciona, de partida, a inferiorizar-se, adotar um papel coadjuvante e, por vezes, irrelevante na dinâmica social. Já o corpo masculino ocupa-se de prestígio, de vigor e virilidade no que tange as ações socialmente prestigiadas.

A heterossexualidade, outro atributo inventado, foi construída socialmente como padrão universal de toda e qualquer forma tida como normal. Dada essa norma, as demais formas de identidade de gênero e identidade sexual são tidas como anormais, como estranhas e passíveis de intervenção. Bourdieu (2016) elenca algumas instituições que contribuem para a manutenção da hierarquia desse modelo, como a família, a igreja, a escola e o estado. Contudo, a instituição esportiva faz jus à sua caraterística relativamente autônoma e também se apresenta como um lugar profícuo para a ênfase no binarismo dado o seu sistema de divisão entre sexos. Dessa forma, corpos que não se encaixam nessa conjuntura ou são invisibilizados ou interditados da prática.

Na teoria boudiesiana o exercício naturalizado de poder recebe o nome de doxa. Compreendo a condição contingencial e arbitrária da separação instituída como um dos critérios de legitimação da competição no esporte. Contudo, nesse contexto, ela torna-se ainda mais impiedosa quando se acopla ao órgão sexual, pois o princípio de naturalização fica mais evidente e, muitas vezes, impede algumas ações, pois normatiza condutas. A visão androcêntrica dada a sua potência, sutileza e a sua operacionalização por meio da doxa, faz com que as próprias mulheres, subservientes a esse modelo patriarcal, reforcem comportamentos que as inferioriza e assim enfatizam a doxa. Bourdieu (2016) denomina tal comportamento de paradoxo da doxa. Desse modo, instaura-se uma dominação implícita, pois é legitimada por quase todos os agentes e grupos pertencentes ao campo. Um exercício de poder e dominação que pode ser associado à violência simbólica, pois dada a sua condição naturalizada é utilizado pelos homens, como dispositivo de poder e distribuição de bens e capitais que favoreçam a si, dada a sua posição de prestígio no campo.

Sob a luz teórica de Pierre Bourdieu, nos debruçaremos sobre o esporte que se apresenta como um dos principais fenômenos socioculturais do século XXI. Tal característica justifica-se dada a sua capilaridade e inserção direta ou indiretamente no cotidiano de diversas pessoas, sejam elas praticantes ou não de alguma modalidade esportiva (MARQUES, 2015). Partiremos do contexto do esporte a partir da concepção de campo esportivo, compreendido a partir de algumas especificidades, como a sua organização própria, as disputas pelos bens e capitais presentes no campo e por ser um espaço social parcialmente autônomo perante os demais campos existentes na sociedade (BOURDIEU, 1983). Contudo, para os propósitos deste ensaio, atentaremos para os modos de dominação existentes dentro dessa seara no que tange às questões referentes aos transgêneros[1] e, principalmente, às mulheres trans que desfrutam de um suposto privilégio no cenário esportivo. Os homens trans, por sua vez, não se apresentam como um problema, pois seu desempenho não compromete à ordem hegemônica.

Ao adentrar no campo esportivo, os corpos são automaticamente classificados por uma divisão binária de gênero, que necessita das categorias masculina e feminina para validar o processo. Ainda há, no tocante ao habitus das atletas, uma peculiar singularidade em relação à categoria feminina, pois os corpos de mulheres, ao estarem inseridos dentro de uma área hegemonicamente reservada aos homens, são, via de regra, inferiorizados em termos de performance, erotizados no que tange à sensualidade e objetificados no que diz respeito à beleza.

Ciente da dinâmica das disputas para a ascensão no campo e posição social, adoto como tônica desse ensaio uma condição própria da sociologia. Uma premissa também defendida por Bourdieu de que a sociedade é desigual. Dessa forma, a própria estrutura social apresenta-se como lugar profícuo para a análise, questionamento e reflexão acerca dos princípios basilares que ancoram a sua estrutura. Como já comentado, diversos discursos vêm a reboque e corroboram para essa organização específica a partir de uma lógica hierarquizada e hierarquizante em que o homem ocupa posição privilegiada. Tais fatores servem como mecanismos de monopólio dos capitais e assim realizam a distribuição dos bens. Como ilustração, temos que as adjetivações que expressam valor de superioridade, de sucesso, de virilidade, força e rendimento, acoplam-se ao falo e manifestam-se por meio de um sistema androcêntrico em que a mulher é categorizada e naturalizada como inferior e subserviente. Tal comportamento amplia-se, perpassa o campo social e atravessa o campo esportivo dada a sua condição relativamente autônoma que influencia e é influenciada pelos demais setores e disputas.

Ainda que Bourdieu compreenda que há uma relação dialética e relacional na sociedade, o seu ponto de partida é uma sociedade estruturada na dimensão do masculino e feminino. Sua teoria debruçou-se no campo esportivo, mas a sua morte não permitiu que esses novos movimentos e disputas no campo pudessem ser analisadas pelo seu arguto olhar. Compreendo que os “outros” corpos fogem a essa estrutura polar da sociedade, mas a abordagem que aqui faremos é acerca das disputas e do habitus desses novos agentes até então interditados do esporte e, por sua vez, ausentes no campo esportivo.

Constituir o campo esportivo a partir dessa imposição binária e alicerçada no masculino e feminino já carrega em si um potente elemento de violência simbólica entre os corpos. Como ficam as disputas e a estrutura do campo com o ingresso desses novos agentes? Como classificar corpos que fogem a esse princípio binário? Seriam os testes, a necessidade de adequação, as condições naturalizadas e a ingestão de hormônios mecanismos e formas de expressão da doxa e assim maneiras distintas de violência simbólica? Ancorado por uma visão androcêntrica, em que o padrão é o homem, como os corpos trans se relacionarão com essa doxa?

A própria categoria de gay e lésbica tem seu núcleo na condição do heteronormativo. Por heteronormativo nos referimos às expectativas e restrições sociais no tocante à heterossexualidade. Butler (2003, p. 215), complementa e afirma que tal fator pode ser entendido como uma: “grade de inteligibilidade cultural por meio da qual corpos, gêneros e desejos são naturalizados”. Dessa forma, os corpos trans encontram-se, dada a expectativa e a imposição da doxa no cenário esportivo, como um corpo entre polos. Um corpo não legitimado e invisibilizado. Diversas são as problemáticas presentes no contexto esportivo sobre como classificar o corpo de uma pessoa trans para poder inseri-lo dentro desse cenário. Afinal, o fator crucial é o sexo biológico, é a identificação da pessoa, os níveis hormonais dentro das linhas de normalidade ou a confluência de todos esses elementos? 

Photo by Sharon McCutcheon on Unsplash
Bandeira LGBT. Foto: Sharon McCutcheon/Unsplash.

Desnaturalizar e refutar os discursos, talvez já possa ser um primeiro passo para questionar essas verdades absolutas. Como exercício do pensamento, podemos recorrer aos próprios parâmetros elencados pela biologia para questionar os critérios de análise e categorização dos corpos. Algumas mulheres classificadas e autodesignadas cis[2] possuem distúrbios endócrinos e, por essa razão, produzem mais testosterona que o habitual. Tal disfunção é nomeada hiperandrogenia. Dessa forma, esses corpos não possuiriam vantagens físicas quanto às demais mulheres? Anunciamos essa questão por ser ela um critério de análise para classificar e fiscalizar a autenticidade dos níveis hormonais das mulheres trans e assim autorizar a sua participação em competições. Ressaltamos que dentro dessa seara, a mulher trans é mais questionada e investigada, pois desconfiam de uma possível vantagem física proveniente de uma maturação em um corpo tido, convencionalmente, como homem. Tal fator ratifica e abre novos flancos para refletirmos sobre as colunas do modelo de rendimento no esporte perante a virilidade, a eficácia e a heteronormatividade. Qual corpo é tido como o ideal de performance, vigor, potência e força?

As mídias especializadas na área esportiva, muitas vezes, reforçam o discurso que associa ao homem a noção de excelência esportiva. As mulheres que se assemelham ou até ultrapassam tal padrão são consideradas masculinizadas e a sua sexualidade é questionada. Ademais, são alvos recorrentes de preconceitos em relação aos seus corpos, seus desejos e, muitas vezes, em respeito às suas sexualidades.

A visão que se tem das mulheres na sociedade ainda está longe de vinculá-las aos atributos de força, habilidade e eficiência. Na área esportiva então, a mulher que apresenta força e aparência semelhantes às dos homens oferece risco à ordem social heteronormativa, pois “compromete” questões de sexo e gênero. Além disso pode prejudicar a estrutura e a noção de padrão de força. Mulheres que porventura vierem a se destacar em práticas viris são questionadas sobre a veracidade de ser mesmo uma mulher.  Pensemos a partir desse anúncio, qual será então a relação estabelecida entre os corpos trans, principalmente a mulher trans e os coeficientes de rendimento? Como seriam as relações e as suspeitas frente à “veracidade” da sua sexualidade?

A normatização dos corpos das mulheres trans esportistas pode ser percebida no campo esportivo de diversas formas, como medidas e ações, inclusive da Fédération Internationale de Football Association (FIFA). A partir de 2011, esta entidade implementou um procedimento de verificação de gênero. Tal  protocolo visava garantir e manter a paridade e a suposta igualdade competitiva entre as atletas (CAMARGO; KESSLER, 2017). Ainda nas palavras de Camargo e Kessler (p. 200, 2017):

A testagem foi implementada pela FIFA sob o argumento de que hormônios androgênicos promovem melhorias no desempenho, em relação à força, potência e velocidade, servindo como uma vantagem competitiva. Conforme a entidade esportiva, os procedimentos de verificação podem ser aplicados em ambos os “gêneros” em caso de dúvida substancial. Entretanto, não existe nenhum registro de que homens tenham sido verificados.  Essa política de controle reacendeu os debates sobre “legitimidade de gênero” e deslocou a discussão para a normalização de corpos transgêneros por meio de cirurgias e ingestão de hormônios. A normalização sexual seria o preço a pagar para legitimar as participações esportivas.

A desestabilização e o borramento provocado pela presença de corpos outros que escapam as normas instauradas é pasteurizada com diretrizes normativas que regulam o que se encontra fora dos padrões instituídos e assim solicitam uma espécie de “completa mudança de sexo”. A busca por uma pureza e identidade ilusória. Tais ditames ainda são sustentados, por uma sociedade androcêntrica. A procura pela manutenção e fortalecimento de pressupostos contingenciais e históricos que não são mais suficientes para responder as mudanças pertinentes à contemporaneidade.

Ainda que não seja o tema central da proposta aqui anunciada, mencionarei como o princípio da doxa é potente. Já existem jogos identitários, como os Gay Games. Porém tal proposta, que surge como oposição as outras competições binárias, reproduz a mesma lógica do sistema vigente. Os jogos são divididos por categorias masculinas e femininas. Uma condição apreendida e encarnada como modo de agir e um dever ser imutável que promove diversos tipos de violências sobre esses corpos. Uma corrida para enquadrar-se aos modelos e números determinados e assim poder ser considerado aquilo que, para os ditames biológicos, não se é. Uma corrida que só possui largada.

É PARA CONCLUIR?

O esporte, talvez, na produção e construção de suas regras, ou melhor, na sua organização própria ainda persista em favorecer a manutenção do poder já instituído. O parâmetro colado nos homens pode culminar em efeitos danosos para outros corpos e para os próprios homens que carregam o fardo de performatizar e atender as demandas de virilidade, eficiência e vigor.

Sabemos que desnaturalizar e problematizar o habitus e, sobretudo, a doxa é algo demorado e árduo. Contudo, dada a característica praxiológica da teoria que aqui adotamos como embasamento, pensamos que, provavelmente, possa haver algumas mudanças no que tange as interfaces presentes no interior do campo. A grande disputa para corpos trans é a busca pela legitimidade da prática esportiva.

Como percebemos, esses corpos são constantemente invadidos para constatar se os níveis estão de acordo com os padrões instaurados. A mulher trans, como já mencionamos, sofre uma dupla perseguição, pois necessita realizar as mudanças exigidas e precisa manter-se, constantemente, sob vigília a respeito dos níveis hormonais. Além disso, é violentada por ter de se submeter as categorias binárias, por não ser reconhecida em diversos grupos como mulher e tem de buscar alcançar um padrão que tenta exclui-la e deslegitima-la da prática. Ou seja, ela precisa encaixar-se na doxa e depois iniciar uma jornada inglória e perversa, pois precisa do aval para adentrar ao campo e depois permanecem tendo que provar que são mulheres para atingir a permissão de realização da prática. Assim, a doxa a violenta duplamente e a submete a violências plurais no campo. O habitus dessas atletas configuram-se como uma tentativa de provar que atendem aos requisitos e estão com todos os parâmetros dentro na “normalidade” exigida. Se as mulheres são inferiorizadas dentro do campo esportivo, as mulheres trans sofrem uma violência oposta, pois seu rendimento justifica-se por “serem homens”.

Alguns movimentos denominados por Bourdieu como heterodoxos, ou seja, que vão contra a doxa instaurada, já são perceptíveis. Os movimentos feministas e os movimentos LGBTs já possuem certa envergadura. Além disso, vários pensadores e pensadoras já se debruçam sobre a temática, mas, ainda há uma certa carência na área do esporte. A produção científica apresenta-se como uma forma de suprir algumas demandas da vida prática a partir da produção de conhecimento sistematizado. As ciências humanas nesse ínterim buscam propiciar a problematização e a desnaturalização de formas que determinam os modos e as formas das relações humanas.

O esporte é um espaço de diversas lutas. Uma delas é a busca pela legitimidade da prática por outros corpos que não atendam as normativas binárias e sexuais vigentes. Assim, esse campo possui uma ambivalência no que tange os corpos, pois, dada a sua organização interna, pode evidenciar a partir do sistema da divisão binaria opressões e discriminações, mas também pode possibilitar a visibilidade desses corpos e expressar as demandas sociais, estimulando possíveis mudanças.

 A contrário, a prática intensiva de um determinado esporte determina nas mulheres uma profunda transformação da experiência subjetiva e objetiva do corpo: deixando de existir apenas para o outro ou, o que dá no mesmo, para o espelho (instrumento que permite não só se ver, mas também experimentar ver como é vista e se fazer ver como deseja ser vista), isto é deixando de ser apenas uma coisa feita para ser olhada, ou que é preciso olhar visando a prepara-la para ser vista, ela se converte de corpo-para-o-outro em corpo-para-si-mesma, de corpo passivo e agido em corpo ativo e agente; no entanto aos olhos dos homens, aquelas que, rompendo a relação tácita de disponibilidade, reapropriam-se de certa forma de sua imagem corporal e, no mesmo ato, de seus corpos são vistas como “não femininas” ou até como lésbicas – a afirmação de independência intelectual, que se traduz também em manifestações corporais, produzindo efeitos em tudo semelhantes (BOURDIEU, p. 97 – 98, 2016).

Esse é o intento, buscar iluminar problemáticas pertinentes ao campo esportivo e explicitar as disputas ou os modos de distribuição de capitais e bens dentro do campo esportivo. Assim, esperamos que a partir dessa problematização e tensão a estrutura possa sofrer alterações significativas para a potencialização das vidas e dos corpos.


CONVERSAS COM:

BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Best Bolso, 2016

BOURDIEU, P. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Ed. Marco Zero, 1983.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CAMARGO, W. X.; KESSLER, C. S. Além do masculino/feminino: gênero, sexualidade, tecnologia e performance no esporte sob perspectiva crítica. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 23, n. 47, p. 191-225, jan./abr. 2017

MARQUES, R. F. R. O conceito de esporte como fenômeno globalizado: pluralidade e controvérsias. Revista Observatório del Deporte, Santiago, v. 1, n. 1, p. 147-185, enero/marzo, 2015.


[1] Por transgênero entendo “homem transexual” (corpo biológico de mulher em transição), “mulher transexual” (corpo biológico de homem em transição) ou pessoas que não se reconhecem com o seu sexo biológico. É válido ressaltas que o termo usado para descrever pessoas transexuais sempre foca o gênero-alvo.

[2] Por cis compreendo pessoas que se reconhecem com o seu sexo biológico.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
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Fidel Machado

Bacharel em Educação Física pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestre em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pesquisador do Grupo de Pesquisa em Filosofia e Estética do Movimento (GPFEM - Unicamp).

Como citar

MACHADO, Fidel. O binarismo no contexto esportivo: um corpo “entre” polos. Ludopédio, São Paulo, v. 128, n. 4, 2020.
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