Na última quarta-feira (03/05), o Verdão visitou a equipe do Barcelona do Equador pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores 2023. Após um primeiro jogo na altitude com derrota para o Bolívar atuando com várias mudanças na equipe devido a final do Paulistão e um segundo jogo truncado com vitória sofrida contra o Cerro Porteño no Morumbi, o Verdão foi até Guayaquil com certo receio pela situação do grupo.
Depois de anos tranquilos em primeiras fases de Libertadores, com várias goleadas e melhores campanhas gerais, pela primeira vez havia um certo desconforto pelo que o grupo apresentava. O Bolívar acabara de golear o Cerro Porteño no Paraguai e assumia a liderança com seis pontos. Barcelona, Palmeiras e Cerro tinham todos três pontos. Uma derrota, resultado nada absurdo (em 2017 o Verdão perdeu e foi eliminado pelo Barcelona), deixaria o palmeirense com “uma pulga atrás da orelha” pela primeira vez na Libertadores na Era Abel Ferreira. Será que veríamos uma nova “parmerada”?
E a resposta foi incrível. O Palmeiras foi preciso, competitivo e venceu. De novo. Espantou a certa desconfiança (repito mais uma vez que pela situação do grupo). Fez o que estamos acostumados a ver dessa equipe de Abel. Tranquilizou sua situação para o próximo jogo contra o Cerro no Paraguai e para selar de vez a boa campanha com duas partidas no Allianz contra Barcelona e Bolívar. Caminha mais uma vez para uma excelente campanha na primeira garantindo a vantagem de decidir em casa no mata-mata.
Após o jogo, lendo análises e assistindo debates televisivos, um deles me chamou a atenção e dá título à esta resenha. O programa Seleção Sportv trouxe o tema sobre qual equipe brasileira é a mais temida do continente atualmente, muito motivado pela acachapante goleada do Fluminense sobre o River Plate por 5 x 1. Logo que ouvi a palavra temido tentei puxar pela memória quais esquadrões possuíram tal merecimento. O mais claro com certeza é o Boca Juniors dos anos 2000.
No momento em que eu iniciava a acompanhar o futebol com maior entendimento, era nítido o medo que todos tinham de enfrentar Riquelme e companhia na Bombonera e também em casa. Apesar do último título do Boca ter sido em 2007 e depois disso só ter chego uma vez até a final e perdido para o River, até hoje quando se fala em Boca Juniors e Libertadores o respeito permanece. São Paulo, Internacional e mais recentemente River Plate e Flamengo também possuíram seus momentos de equipe a se evitar.
Mas e atualmente? O Palmeiras é essa equipe que quando aparece pelo caminho os adversários lamentam? Ou o superelenco do Flamengo, mesmo com todos os problemas do início do ano ainda é aquele que todos temem pela qualidade técnica de seus craques? O Athletico super competitivo dos últimos anos talvez? Galo de Hulk? Todos esses possuem suas características positivas, mas sem dúvida e equipe que entra nesse debate de “melhor banda de todos os tempos da última semana” é o Fluminense Dinizista que vem embalado atropelando seus adversários. Demichelis, o próprio treinador do River Plate, afirmou que o brasileiro que ele mais teme enfrentar é o Flu.
Fica muito claro aqui que a questão do gosto pessoal sobre maneira de se jogar futebol moldará a opinião de cada um. O Flu envolvente, móvel, que goleia e vem passando por cima de seus adversários sem dúvida alguma impressiona. Entretanto, já vimos esse filme algumas vezes com Fernando Diniz. Mas me parece que esse atual Fluminense tem mais qualidade e consistência do que outras equipes do treinador que causaram esse mesmo alvoroço.
Mesmo assim, ainda acredito que o Verdão super campeão e consistente de Abel é quem deixa seus adversários mais receosos. O time não é brilhante, mas é extremamente competitivo e organizado. Todos sabem o que fazer com e sem bola. Quais espaços e momentos atacar. Um aluno preparado tem mais chances de ir bem numa prova quando se preparou, planejou e sabe o que irá responder. Preparou seu lanche, se hidratou, colocou roupas confortáveis e está pronto para a prova. Esse é o Palmeiras, que faz muito bem seu dever de casa e, quando entra em campo, apenas coloca em prática o que já sabe. As chances de darem certo são muito maiores. Pode perder? Com certeza, é do jogo e por isso o torna fascinante. Mas seus adversários terão que “suar sangue” para derrubar este temido Palmeiras de Abel Ferreira.
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