O que tem nesse campeonato que mexe tanto com o são-paulino?

É difícil ver o São Paulo perder pro Mirassol

É difícil ver o São Paulo perder pro Colón

Por que quando vale Libertadores dói tanto?

 

Hoje me dói muito por ser mais um ano típico recheado de jogos “atípicos”

Dói ver que o São Paulo não entrega.

Dói ver que tem gente em campo que não sente o que eu sinto pela camisa que ele está vestindo.

Mas é só mais um ano.

 

Até quando vamos ter esse sentimento de só mais um ano?

Até quando vamos ficar sem perceber que o melhor do São Paulo está nascendo ali em Cotia mesmo?

Até quando vamos contratar jogadores que não fazem ideia da grandeza do clube?

Até quando?

 

Quanto tempo vamos demorar para perceber que fechar espaços defensivos não é o suficiente?

Quanto tempo vamos demorar para perceber que não vamos vencer com um time que não força os adversários a se preocupar com a bola?

Quanto tempo vamos demorar para perceber que não vamos vencer com um time que autoriza os adversários a olharem pro campo com tranquilidade?

Quanto tempo?

 

Eu chorei em todas as eliminações do São Paulo desde que lembro de ver jogo.

E sabe do que eu sinto falta?

De chorar igual em 2008 com um jogo bom e final horrível.

Eu só quero chorar por um jogo bom…

 

Parabéns a todos os que vestem a camisa e sabem de sua importância para milhões.

Infelizmente, não da pra ser campeão jogando com uns 3 a menos.

Eu só queria que desse!

Eu só quero chorar por um jogo bom…

 

Libertadores é um campeonato muito difícil.

Cobrar título é cruel!

Mas eu não quero título,

eu só quero chorar por um jogo bom…

 

Feliz ano novo, são paulino!

Que o Papai Noel nos traga a consciência e a clareza de momento que não tivemos nessa década.

Não estamos pedindo título, nem técnica aprimorada dos jogadores.

Só garra e vontade,

para que eu possa chorar por um jogo bom…

Dentre os Grandes, és o Primeiro. Foto: Felipe Lange Borges.

 

Clareza de momento é quando o jogador entra em campo sabendo da importância da partida.

Sabendo que se ele não entrar com vontade nesse jogo, o próprio esporte tem o poder de nunca mais deixá-lo entrar…

Quando se apresenta essa clareza do momento, podemos até perder e chorar,

mas vamos chorar por um jogo bom.

 

O time “incaível”, caiu.

Devemos encarar com seriedade o momento e a disputa da série B da Libertadores,

antes que a situação seja ainda pior.

 

Só queremos nosso São Paulo de volta.

Aquele que é gigante e sabe,

Mas sabe que toda batalha é intensa.

 

Quando queremos observar as coisas por cima,

perdemos a noção do que está a nossa frente.

Não adianta ser o gigante que sorri, acaricia e deixa passar.

Os adversários estão batalhando, mordendo, cuspindo e passando,

e nós estamos ficando para trás,

sorrindo e acenando enquanto outros avançam na guerra.

 

Enquanto a gente observa por cima,

Os outros passam por baixo.

Enquanto acreditamos que estamos reinando,

Os outros passam e debocham.

Enquanto acreditamos que está tudo bem,

os outros sabem que está melhor pra eles.

Enquanto nos sentamos no trono,

os outros deixam,

pois eles sabem

que estamos nos sentando no trono dos bobos.

 

Enquanto pensamos que está tudo bem,

os outros nos deixam lá,

pois está melhor pra eles.


** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
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Vitor Freire

Mestre em Educação Física na FEF-UNICAMP, amante de Esportes, são Paulino desde sempre.@vitordfreire@camisa012

Como citar

FREIRE, Vitor. O trono dos bobos. Ludopédio, São Paulo, v. 136, n. 16, 2020.
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