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Os casos Celsinho e Bruninho: contra a esquerda liberal e punitiva

Fabio Perina 6 de dezembro de 2021

Esse novo texto é um retorno a outro de cerca de dois anos atrás em que tratei do punitivismo político-futebolístico (PERINA, 2020), sobretudo para questões que repercutiram ao longo de 2019. Se o texto anterior se chamou “o futebol brasileiro ainda vai virar um imenso tribunal”, na mesma ironia o atual poderia ter como título alternativo: “o futebol brasileiro ainda vai virar uma imensa nota de repúdio”. Justamente por analisar com profundidade a maneira superficial que a comunicação oficial dos grandes clubes (notar que raramente são dirigentes “botando a cara”) lida com polêmicas e campanhas identitárias. Naquela ocasião desenvolvi vários pontos: como o punitivismo se alimenta de generalizações férteis do mundo do futebol (de indivíduos para instituições), definição do conceito “esquerda punitiva” e crítica a uma possível punição generalizada por suposto caso de homofobia de torcedores dentro do estádio.
Portanto, um marco de lá para cá foi a pandemia e por consequência a suspensão das partidas por alguns meses e também a suspensão de público nos estádios por cerca de um ano e meio. Ou seja, mesmo sem torcedores nos estádios por esse longo período, foi frequente na grande mídia a continuidade da demonização dos torcedores como “selvagens”, “irresponsáveis” ou qualquer termo similar por ações fora dos estádios como aglomerações em seu entorno em partidas importantes e protestos contra jogadores por mal desempenho dentro de campo. Já nos últimos meses, com o retorno definitivo dos torcedores aos estádios, ocorreram de fato incidentes de todo tipo, assim como a imediata repercussão na grande mídia de perseguição impiedosa aos torcedores reforçando a generalização de sempre.

No texto anterior mencionei a definição de esquerda punitiva como o encontro do identitarismo cultural com o punitivismo penal. E cabe acrescentar que a esquerda punitiva sem dúvida é um “mal menor” diante da maioria dos setores de direita por partir de um diagnóstico da gravidade de problemas sociais (sobretudo os que afetam minorias) ao invés de desdenhá-los e até invisibilizá-los (ou como se diz popularmente “passar o pano”). Porém, esse diagnóstico perturba tanto sua percepção que passar a desdenhar medidas efetivas e proporcionais que pudessem reverter esse problema social e ao invés disso seguem legitimando as instituições jurídicas burguesas com a convicção que “antes tarde do que nunca” ao encarar uma “punição exemplar” (assim em aspas mesmo para tratar com ironia quem crê em sua efetividade) como suposta reparação histórica.

PREMISSAS TEÒRICAS

Como pano de fundo, a década de 2010 foi fértil ao identitarismo, penetrando nos discursos
cotidianos e mesmo nos acadêmicos: indo desde o banalizado “somos todos …” variando a cada causa até o mais banalizado ainda recente pronome neutro ao trocar A e O por E e X. Além de um léxico próprio como “desconstrução”, “narrativa”, “empoderamento”, “lugar de fala”, etc. Ainda como premissa geral, criticar o excesso de identitarismo não significa ser anti-identitário como faz a extrema direita (que por sua vez monopoliza um léxico próprio de “lacração”, “mimimi”, etc). (Obs: até porque o clubismo que tanto reivindico, e por consequência a rivalidade, é sem dúvida uma forma de identidade). Mas entender que as lutas sociais com base nas identidades somente são combativas quando associadas à base material de classe. Do contrário, são facilmente cooptadas pelo campo liberal que podem no máximo realizar performances que tornem alguns indivíduos famosos, porém com pouco impacto (no máximo uma vaga “autoestima”) na base desses grupos minoritários. A identidade deixa de ser um instrumento para a construção de um sujeito político coletivo para aparecer como um fim em si mesma. Segundo essa chave de leitura que proponho de crítica à esquerda liberal, cada vez mais a mídia esportiva (tal qual a mídia geral) deve ser entendida como realmente é: uma grande empresa. E através do identitarismo é uma forma de facilitar a imagem de outras grandes empresas. Vide concorrer com a militância política de fato orgânica da classe trabalhadora através de várias táticas: confusão, conspiração, cooptação, infiltração.
E a partir de agora argumento que há afinidades entre a esquerda punitiva e a esquerda liberal.

Cabe mencionar que na política o que deixou o caminho livre para a ascensão da extrema-direita ao poder foi a hegemonia no campo de esquerda dessa esquerda liberal sobre uma esquerda marxista. Portanto de nada serve se conformar com o liberalismo de esquerda ser hoje um “mal menor” se ele não tem condições de um enfrentamento real que impeça um “mal maior” de crescer ainda mais amanhã. Uma palavra-de-ordem típica da esquerda marxista de crítica à esquerda liberal é que “não se combate o fascismo com flores”.
Em linhas gerais, nesse texto defendo que há no campo da mídia esportiva brasileira (tal qual o campo midiático em geral) uma hegemonia político-ideológica que oscila entre um liberalismo de direita e um liberalismo de esquerda (sendo que o maior desejo de ambas as vertentes, resignadas com o mantra de “fim da história”, é de afirmar uma superação da polarização entre direita e esquerda). Dando assim uma falsa impressão de diversidade. Tendo como principal espaço de elaboração e divulgação a grande mídia e como espaço de legitimação a opinião pública que isso aceita. E pior, com parte dessa opinião pública acrítica pensando que basta esse engajamento virtual para que isso a torne militante. Vide as frequentes distrações ao se dedicar a “cortinas de fumaça” jogadas pela extrema-direita para mudar o foco para uma pauta mais inofensiva e com isso tirar o foco por um tempo para uma pauta central nas disputas políticas.

A seguir algumas definições profundas para o liberalismo de esquerda que respaldam minha dissertação até aqui:

Enfim, dispositivos da contra-revolução norte-americana passaram a funcionar a todo vapor, enquanto sábios filantropos deixaram claro que grande parte da esquerda não era propriamente contra o capital. O consenso democrático liberal, que na forma da lei impede qualquer transformação social efetiva, fora acatado acriticamente sob a rubrica de defesa acrítica dos direitos humanos. Ergueu-se, pela primeira vez, algo que deixaria até mesmo Bernstein de cabelo em pé – uma esquerda pálida, alaranjada, bem-intencionada, guiando-nos tranquilamente ao inferno dos particularismos identitários que fomentaram (…) Fundou-se a esquerda liberal; um paradoxo tornado força material ao ser propagandeado como único caminho efetivo. E graças aos diversos financiamentos, e apoios de uma burguesia cautelosa, tornou-se força hegemônica, defensora de “mudanças graduais, pacíficas, democráticas, representativas”.(…) Desse modo, coletivos genuínos rapidamente se transformam em ONGs rentáveis, cursos populares passaram a ter por finalidade a inclusão pela inclusão e mesmo o radical jovem comprou o sonho de ser representado pela atriz global. “Não há alternativas, temos que negociar”, é o mote funesto. (…) A esquerda liberal, esse oxímoro só possível pelas derrotas históricas da classe trabalhadora, clama por um lugar no espaço algébrico do poder, e não pela implosão desse lugar pela topologia do negativo imposta pela classe. Acredita no rosto humano do capital e na posição apolítica que tomou a forma de parlamento. Vive sob o império da lei como se esta não fosse resultado da luta de classes e luta contra qualquer transgressão aos seus ideais. (…) Foi a esquerda liberal, no entanto, que se recusou a descer para o campo aberto da política quando buscou conciliar interesses inconciliáveis e gerir a crise que se tornou dispositivo de governo. Foi a extrema-direita que, se aproveitando da domesticação proposta por essa mentalidade, se insurgiu, dominou as ruas e impôs a agenda neoliberal aproveitando-se de uma insatisfação legitimamente popular e, assim, armou uma contra-revolução permanente mesmo que não tenha existido horizonte revolucionário algum (BARROS, 2019).

ESTUDOS DE CASOS

Voltando ao futebol, vide o amplo consenso que surgiu nessa grande mídia diante dos casos recentes dos últimos dias do jogador Celsinho em um Brusque x Londrina e do garoto Bruninho em um Santos x Palmeiras. Para cada caso mostrarei um fragmento desse mesmo veículo de mídia alternativa (o Ludopédio), o que reforça a hegemonia dessa esquerda liberal e punitiva que transborda da grande mídia para outros meios. Outro elemento em comum dessas duas vertentes é que a narrativa midiática super-dimensiona o elemento individual enquanto personagens de polêmicas, mas subdimensiona o elemento coletivo enquanto problemas sociais com origens e dinâmicas complexas.

Celsinho Londrina
Foto: Divulgação/Gustavo Oliveira/ Londrina Esporte Clube

O caso Celsinho, na partida Brusque x Londrina, em 28 de agosto, ainda sem o retorno de torcedores no estádio (o que facilita muito a identificação individual de um dano como nesse caso de racismo), teve um caso de ofensa racista de um diretor do clube catarinense contra o jogador do clube paranaense. A imediata posição do STJD foi de “punição exemplar” ao clube com a drástica medida de retirar 3 pontos no Campeonato Brasileiro da Série B. Um novo ato do caso foi em 19 de novembro, portanto na véspera do dia da consciência negra, em que o mesmo STJD revogou sua decisão anterior e devolveu os 3 pontos. Para mim a principal chave de leitura do caso deve ser que o “mal menor” punitivo deva ser com uma individualização e não com generalização, o que inclusive tem respaldo legal no Estatuto do Torcedor e respaldo operacional com inúmeras câmeras de vigilância na maioria das partidas, porém pouco cumprido.

(Obs: uma evidente crítica pertinente ao punitivismo das instituições públicas ou esportivas é que a relação entre o “timing” entre as denúncias e as penas costuma ser bem sugestivo. Algo que desafia muito a suposta neutralidade dessas instituições. Nos casos esportivos, o fato de um clube já estar mais próximo ou mais distante de uma vitória ou derrota esportiva pode influenciar a decisão jurídica. O outro caso de “punição exemplar” com eliminação de um torneio foi o caso Aranha-Grêmio na Copa do Brasil de 2014, quando até hoje várias pessoas acreditam que o tribunal somente se encorajou a tomar tal medida severa pois o clube gaúcho estava virtualmente eliminado ao ter perdido por 2 a 0 a primeira partida em casa. Já no recente caso Celsinho-Brusque a mudança de rumo se deu nas últimas rodadas em que a luta contra o rebaixamento se acirrou)

Ruim em termos simbólicos pela coincidência de datas, mas razoável em termos concretos para que não se abrisse um perigoso precedente de punições desse tipo a todo momento. O desfecho do caso é que logo no dia seguinte o clube confirmou dentro de campo sua permanência na Série B. E com isso se impediu o que seria um problema ainda maior daqui para a frente com o risco do clube acionar a justiça comum e paralisar o sistema de acesso e descenso da Série C para B.

O fato do Brusque estar no centro do debate levou a uma esperada polarização através de grande parte da esquerda liberal exigir “punição exemplar” por conta do clube pertencer ao empresário bolsonarista Luciano Hang. Porém poucas pessoas levaram em conta um caminho alternativo de “punição exemplar” apenas ao diretor e atenuante ao clube que houve seu afastamento da função. E sobretudo que houve uma declaração pública dos jogadores em seu conjunto pedindo que se evitasse punições esportivas desproporcionais (inclusive em última instância prejudicando os funcionários do clube pois como todos sabemos um rebaixamento implica uma drástica redução de receitas). O que em nenhum momento se pode polarizar e interpretar que eles estivessem coniventes com o racismo, mas entendo como um manifesto pela categoria diante de condições justas de competição e, portanto, de seu trabalho. Eram dois fatos importantes ao caso, porém desconhecidos (e supostamente até ocultados pela grande mídia por ser um contraponto a seu posicionamento). Ainda sobre o tema da luta antirracista, outro caso em que apenas um torcedor em um também recente Grêmio x Palmeiras, em 30 de outubro, incitou ao seguinte fragmento:

“Mais uma vez um torcedor do Grêmio praticou gestos racistas na Arena. Por óbvio me parece que devemos receber uma punição exemplar. Acredito que nada acontecerá, mas precisaríamos de uma punição de verdade, não os três pontos do Brusque ou nossa exclusão da Copa do Brasil em 2014 quando já havíamos sido eliminados em campo. O rebaixamento não seria uma punição adequada. Nós já caímos dentro do campo. Sugiro a exclusão do clube, do clube que eu torço e sou sócio por algumas temporadas. Se não será suficiente para acabar com o racismo no Grêmio ou em nossa cultura mais ampla, poderá ser um bom marcador para que esses sujeitos entendam para sempre que essas expressões não podem circular no espaço público. Não há justificativa. E assim, talvez, os outros torcedores que assistem as invasões de campo e os repetidos atos de racismo deixem de ser cúmplices ou, no mínimo, coniventes e comecem a denunciar esses CPFs autores de violência.” (BANDEIRA, 2021).

Ao invés de autocrítica, noto que o autor acima fez foi autoflagelação (diante da liberdade para torcer) e até auto-estigmatização (diante de reforçar o estereótipo de racista que já recai sobre a própria torcida) reivindicando para si uma voz como se representasse toda a torcida. Enquanto ele deu ênfase à recorrência do racismo (um caso exemplar em 2014 e outro agora em 2021), minha ênfase é no número reduzido de envolvidos ter caído de cerca de uma dezena para apenas um. Portanto cabe questionar com objetividade: se a gravidade do dano reduziu, porque se aumentaria tanto a gravidade da pena? Como conclusão parcial, cabe o recado à esquerda punitiva que ela se equivoca quando aparenta esperar boas intenções do aparelho jurídico, desprezando que ele seja um instrumento de poder tradicional do liberalismo de direita (os tradicionais ocupantes da elite jurídica) e até mesmo com recentes infiltrações da extrema-direita.

Jailson Palmeiras
Foto: reprodução Instagram

Já para o caso Bruninho, na partida Santos x Palmeiras, em 7 de novembro, o fato que levou a toda a polêmica foi o garoto dentro do setor da arquibancada de santistas ter pedido a camisa do goleiro palmeirense Jailson. Certamente influenciado pelos vários casos recentes pelo mundo que vem ocorrendo de crianças com cartazes pedindo a camisa de ídolos. Para mim a principal chave de leitura do caso deve ser que a arquibancada é um espaço muito singular a todos os demais por possuir códigos e não é recomendado pela própria segurança estar em um setor e demonstrar apoio a um atleta do rival ou, pior, usar uma camisa do rival. Algo fácil de ser prevenido que evitaria isso tudo. Existe divisão de setores há pelo menos 40 anos justamente para se evitar isso. E curiosamente essa é das poucas coisas que funciona na organização de uma partida para se evitar conflitos. Vide que vários casos recentes de retirada de separações contundentes (vários deles na Arena Brasília) entre torcidas declaradamente rivais levou a desastres! Que gestores, dirigentes e jornalistas aceitem!

O elemento da hiper-individualização do caso foi imediata: com não somente diversos jornalistas demonstrando apoio ao garoto diante das ofensas e ameaças que sofreu logo depois pela internet como sobretudo diversos clubes com ações de marketing presenteando o garoto com camisas e visitas a treinos e partidas. Por falar em marketing, aí surge o que noto como uma forte evidência da adesão dos principais clubes a um liberalismo de esquerda ao espetacularizar imagens de tolerância e diversidade. Ora, já sabemos que a grande mídia é compostas de grandes empresas, e tal qual grandes empresas em outros setores estão muito “engajadas” em uma comunicação institucional próxima desse liberalismo de esquerda. O fato novo é que os grandes clubes também tem agido assim. Principalmente com a ampla exclusão da maioria dos seus torcedores, pois se pudessem selecionariam apenas consumidores “ordeiros”. Então medidas pontuais com grupos minoritários (vide pautas identitárias) ou poucos indivíduos lhes surge como a oportunidade de compensação a limparem sua imagem. (Vide vários palmeirenses fanáticos criticando o presidente do clube, Mauricio Galiote, que afasta as crianças palmeirenses do estádio pela barreira financeira e até mesmo do CT do clube pela barreira burocrática e de falta de vontade política, porém como era de se esperar não perdeu a oportunidade de fazer o seu marketing convidando a criança santista, o Bruninho no caso, para ir ao CT!).

A grande mídia tende a agir nessas situações com o sensacionalismo como se todos nós fossemos culpados por uma “cultura de intolerância” para tentar levantar indignação e comoção pelo garoto. Novamente cabe meu alerta de sempre contra a generalização punitiva: é preciso deixar bem clara relação entre dano individual com punição individual e entre dano coletivo com punição coletiva. Mais do que isso, o que a grande mídia parece vir defendendo é a neutralização de qualquer rivalidade e qualquer provocação como se fosse a origem de uma sempre vaga noção de “incitação à violência”(como se isso fosse o precedente a qualquer “punição exemplar” ou performance de marketing). O que por sua vez, rápida e automaticamente passasse do nível simbólico ao real. A seguir um fragmento dessa incompreensão:

“Receber uma camiseta de um time, sendo torcedor de outro, mostra discernimento e civilidade, expressa aquilo que o esporte tem de melhor, que é a possibilidade de manter a disputa, por acirrada que seja, nos limites do espaço e do tempo de jogo. O uniforme do oponente não é a bandeira conquistada ao inimigo, mas um presente que leva consigo algo daquele que presenteia. (…) Parece que tudo ficou mais perverso e dá medo. Alguém dirá que se trata de atitude isolada, de gente irresponsável e criminosa, o que aconteceu na Vila. (…) É bom, no entanto, não esquecer o caráter de horda que podem assumir e, com ele, todo tipo de regressão que a massa alcança.” (VAZ, 2021)

Como conclusão parcial, cabe o recado à esquerda liberal que ela não pode mais reclamar depois de jovens espectadores terem pouco apego com clubes brasileiros ou a seleção brasileira. E com isso passarem a preferir outras formas de apreciar o futebol ou até mesmo irem buscar apreciar outras modalidades com mais forte apelo mercadológico (como NFL, NBA ou e-sports) se eles suprimem o que o futebol tem de mais singular. Ou seja, essa demonização do torcedor nos mínimos detalhes pela grande mídia é cúmplice de um projeto de criação de novos consumidores. Assim como outra conclusão parcial ainda mais importante na prática é que aproximadamente de 2016 em diante a maldita medida de torcida única em SP coincidiu com algumas tentativas de se criar torcidas mistas para forjar um clima de diversidade e tolerância, tal qual um “padrão FIFA” que se viu na Copa do Mundo de 2014 (vide dentro de campo se tenta forjar uma imagem de convívio colocando mascotes e crianças para entrarem em campo junto dos jogadores. Um recurso já bastante naturalizado pelas federações, afinal elas próprias agem cada vez mais como grandes empresas). Por isso o evidente interesse de consumo nessa atmosfera. E por isso um tipo de medida efetiva e proporcional de prevenção de conflitos, que evidente não interessa a essa esquerda liberal e punitiva instalada na grande mídia, teria como princípio a descriminalização do torcedor, assim como do cidadão pobre.

Referências

BANDEIRA, Gustavo Andrada. Um clube de futebol pode ser racista?Ludopédio, São Paulo, v. 149, n. 11, 2021.

BARROS, Douglas Rodrigues. O que é a esquerda liberal? Opera, 2019.

PERINA, Fabio. O futebol brasileiro ainda vai virar um imenso tribunal…. Ludopédio, São Paulo, v. 129, n. 13, 2020.

VAZ, Alexandre Fernandez. A camisa como dádiva: presentear no futebolLudopédio, São Paulo, v. 149, n. 23, 2021.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
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Fabio Perina

Palmeirense. Graduado em Ciências Sociais e Educação Física. Ambas pela Unicamp. Nunca admiti ouvir que o futebol "é apenas um jogo sem importância". Sou contra pontos corridos, torcida única e árbitro de vídeo.

Como citar

PERINA, Fabio. Os casos Celsinho e Bruninho: contra a esquerda liberal e punitiva. Ludopédio, São Paulo, v. 150, n. 7, 2021.
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