Diniz é constantemente elogiado por jogadores e diretorias. Tanto pelo seu trabalho como por sua postura.
Entre os torcedores a unanimidade é, aparentemente, menor. Aliás, não são muitas experiências. O treinador de apenas 47 anos passou por poucas equipes. Sua trajetória na série A do Brasileirão começou em 2018, com o Athletico Paranaense. De lá pra cá, Fluminense e São Paulo.
No tricolor paulista viveu seu melhor momento. Foi onde ficou por mais tempo e quase levou a equipe para o título do Campeonato Brasileiro.
Seu estilo é de um futebol bem jogado. Ofensivo e, para muitos, pouco responsável – em decorrência das saídas de bola sem chutão, mesmo quando necessário no aperto do jogo.
Verdade é que, quando bem executadas, as exibições das equipes de Fernando Diniz têm se tornado protagonistas – ao menos no debate.
Diniz chega ao Santos para dividir com o clube o mesmo objetivo: precisa dar certo.
Mas isso pode ser relativo, não?!
Cuca deu certo, no ano passado? Eu diria que sim. Um time desacreditado, com poucos reforços, muitas peças da base e com inúmeras dificuldades administrativas. Um time que, ainda assim, chegou à final da Libertadores e revelou bons jogadores.
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Apesar de condições financeiras menos desfavoráveis, Diniz passou por algo parecido no São Paulo. Liderou o Brasileirão por várias rodadas e foi condenado quando uma jovem equipe caiu de produção. Um processo muitas vezes natural no processo de formação dos atletas – Somado ao desentendimento com Tchê Tchê e a teimosia em demorar a mexer com a escalação.
Ainda assim, saiu elogiado por Muricy Ramalho pelo legado deixado no Morumbi.
Sua fala na chegada à Vila Belmiro é muito provocativa – no bom sentido:
“Futebol é se expressar também, não está desconectado da minha vida. Procuro exprimir no trabalho o que enxergo para a vida. Inteligência, coragem, futebol coletivo. Força coletiva para brilho pessoal. É uma maneira muito particular de ver futebol, coloco tudo que sei como ser humano para minhas equipes melhorarem quem joga e assiste.”
Esse tipo de trabalho exige tempo. Em uma política de resultado com exigência de títulos a curto prazo, pode não ser o caminho.
Mas é fundamental que haja insistência. Falar de comportamento é sempre trabalhoso (e necessário).
Diniz chega colocando o Santos no seu lugar, em seu discurso – como um dos maiores clubes do mundo. E é. Mas precisa pensar como tal. Não necessariamente isso será convertido em troféus nos próximos meses – Embora caísse como uma luva para fortalecer o planejamento.
Planejamento que, para uma diretoria que aparenta querer organizar a casa, é indispensável.
O Santos é muito grande para enfrentar as dificuldades que enfrenta. É sobre construir algo para o futuro. Isso precisa dar certo.
Valeu. Tamo junto!