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Qual o lugar do futebol na academia?

Gabriel Canuto Nogueira da Gama 14 de setembro de 2016

espanha

“Isso que nós fazemos é fundamental para o desenvolvimento dos estudos do futebol e na tentativa de influenciar as políticas que envolvem esse esporte e o torcer”. As palavras do Profº Silvio Ricardo, coordenador do Grupo de Estudos Sobre Futebol e Torcidas (GEFuT), durante o discurso de encerramento da segunda edição do Simpósio Internacional Futebol, Linguagem, Artes, Cultura e Lazer, resumem o que foi visto na essência das dez palestras realizadas no Auditório do Museu Brasileiro do Futebol (MBF) do Estádio do Mineirão.

Nos últimos dias 8, 9 e 10, pesquisadores de várias universidades do Brasil, um da Espanha e outro da Argentina intercambiaram experiências acadêmicas em seus respectivos campos do saber sobre o futebol. O resultado foi um debate profícuo que deve suscitar ainda mais produções interdisciplinares nos próximos anos. Entre as temáticas abordadas, estavam as aproximações do esporte bretão com os estudos do Lazer, da Letras, História, Geografia, Gênero, Antropologia, Ciências Sociais e Econômicas, além de um exame do panorama das pesquisas futebolísticas em países hispânicos.

O simpósio, organizado, mais uma vez, por intermédio da parceria entre GEFuT e o Núcleo de Estudos sobre Futebol, Linguagem e Artes (FULIA), teve como novidade, em relação à edição anterior de 2013, a realização de mesas de comunicações orais. No terceiro dia do congresso, as salas da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) receberam acadêmicos de diferentes níveis de formação – graduandos a doutores – para debaterem sobre as relações do futebol com diversos campos do conhecimento.

“O plus em relação ao evento passado foi que tivemos a oportunidade de fazer essas mesas em que pesquisadores que estão iniciando no âmbito acadêmico puderam trazer seus trabalhos para dialogar. Acabou sendo um belo espaço de formação”, esclareceu Silvio Ricardo.

Profº Silvio Ricardo proferindo discurso na cerimônia de abertura do simpósio (Crédito: Alice Rojo)
Profº Silvio Ricardo proferindo discurso na cerimônia de abertura do simpósio . Foto: Alice Rojo.

Exposição e palestra internacional marcaram primeiro dia de debates

O simpósio abriu os trabalhos com a gravação de uma edição especial do “Óbvio Ululante”, que vai ao ar nesta quarta-feira (14/9), a partir das 18h, na rádio UFMG Educativa (104,5 FM). Em seguida, Silvio Ricardo reuniu autoridades e outros organizadores para a abertura oficial do evento, que celebrou os dez anos de fundação do GEFuT.

Em seguida, foi a vez da coordenadora do Centro de Memória do Esporte da UFRGS, Profª Silvana Vilodre, inaugurar a exposição itinerante, “Mulheres no Futebol”. O trabalho, que vai estar aberto a visitas, nos próximos cinco meses, em uma sala adjacente ao Auditório do Museu do Mineirão, reúne fotos, painéis, trechos de documentários e recortes de jornais sobre a trajetória histórica do futebol feminino no Brasil.

O trabalho disponível é um desdobramento da árdua pesquisa feita desde a Copa do Mundo de 2014, liderada por Silvana e em parceria com a equipe do Museu do Futebol, que resultou na exposição, “Visibilidade para o Futebol Feminino”, presente no acervo paulista entre maio de 2015 a março de 2016.

De registros fotográficos e escritos antigos a arquivos pessoais das próprias atletas, juízas, jornalistas e treinadoras, o projeto segue reverberando pelo Brasil afora com o objetivo de lutar contra o anonimato do futebol de mulheres no país e o preconceito sofrido pelo gênero no esporte.

“Se fala muito pouco das mulheres no futebol. Na história oficial, elas praticamente não aparecem, já que foi proibido por quase quarenta anos, sendo regulamentado somente em 1983. É preciso que o futebol de mulheres seja pauta da nossa agenda política e pedagógica não só em tempos de Copa do Mundo ou Olimpíadas, e não só quando os homens não vão bem”, ressaltou a pesquisadora.

O dia chegou ao fim com a palestra do primeiro convidado internacional do simpósio. O Profº Ramon Llopis Goig, da Universidade de Valencia na Espanha, apresentou alguns resultados do projeto FREE (Football Research in a Enlarged Europe), um conjunto de estudos transdisciplinares que visa entender os impactos do futebol no continente europeu. Goig e outros pesquisadores do grupo investigaram artigos, analisaram meios de comunicação, entrevistaram torcedores e diretores, além de terem contado com a colaboração de nove universidades europeias e estudos de múltiplas áreas do conhecimento – Antropologia, Ciência Política, Relações Internacionais, História e Sociologia.

Segundo o estudioso do esporte, “o futebol é verdadeiramente a forma de cultura popular mais importante para os europeus”. Ele ainda ressaltou que o esporte bretão é um espaço público de compartilhamento de emoções e experiências dos europeus, no qual deve ser levado em consideração nos processos de integração da União Europeia. “Para muita gente, o único contato com a beleza artística se dá através do futebol”, concluiu.

Palestras eram sempre seguidas por participações intensas dos estudantes (Crédito: Alice Rojo)
Palestras eram sempre seguidas por participações intensas dos estudantes. Foto: Alice Rojo.

Sexta-feira reuniu visita ao Museu, três mesas e lançamento de revista

O segundo dia de evento começou cedo com uma visita ao acervo do Museu Brasileiro do Futebol, guiada pelo curador Thiago Costa. Os palestrantes e membros dos núcleos de pesquisa percorreram as salas preenchidas com exposições interdisciplinares a respeito da história do esporte no país e de sua inserção na capital mineira. Bandeiras de clubes, maquetes, objetos raros do antigo Mineirão, fichas detalhadas de ídolos compõem o vasto arquivo de memórias do espaço.

Se nos estudos acadêmicos contemporâneos acerca do futebol, o caminho é pensá-lo de maneira multidisciplinar e sob uma perspectiva sociocultural, a missão do museu caminha para uma mesma direção. De acordo com o Thiago, o espaço também retrata o esporte como patrimônio cultural. “Enxergar o futebol como expressão artística é importante para potencializar a experiência sensorial, memorialística e afetiva que esta prática esportiva propicia. Por isso, é importante apresentar de forma lúdica e informativa as relações do futebol com as outras expressões artísticas, como a literatura, dança, música, desenho”, explicou.

No retorno aos debates, a mesa que abriu o ciclo de palestras da sexta recebeu o Profº Gilmar Mascarenhas (UERJ) e contou novamente com a participação da Profª Silvana Vilodre (UFRGS). A doutora em Educação apresentou uma análise dos desdobramentos dos 31 artigos publicados desde 1992 em revistas – dissertações e teses não chegam nem na metade do total – sobre mulheres no futebol. “Tem poucos estudos biográficos sobre mulheres. A maioria dos estudos feitos contam histórias e memórias de clubes ou a representação delas na mídia somente em grandes competições. Temos de mudar de perspectiva e falar mais do protagonismo das mulheres nesse esporte”, ratificou.

Dois dos efeitos que mais aparecem nas representações de gênero como constatações destes estudos são a respeito do que Silvana chamou de “biologização das diferenças” e “assepsia da diversidade”. “No futebol, o discurso da biologia como grande demarcador da diferença dos homens e das mulheres necessita de ser fissurado. Ideias como a masculinização das mulheres com uma associação imediata ao homossexualismo, de que atributos considerados viris, como força e velocidade, são supostamente exclusivos do homem, e de uma erotização das mulheres, necessitam de serem mais aprofundadas em pesquisas”, completou.

O segundo tempo da mesa foi reservado para a reflexão do estádio como força imagética e catártica, além de analisar as suas transformações ao longo da história do futebol no Brasil. Durante a palestra, Mascarenhas afirmou que o estádio brasileiro tem passado, nos últimos vinte anos, por um processo de confirmação de sua lógica capitalista à serviço de um projeto hegemônico, ao reduzi-lo à um espetáculo urbano que oferece serviços e entretenimento. “Um dos objetivos dos grandes agentes em substituir o antigo estádio das massas por arenas arenizadas e silenciosas foi de despolitizar o estádio e tornar o torcedor um hiperconsumidor de serviços e produtos”, disse.

O professor ainda lembrou que, apesar dos diversos problemas que haviam, o estádio das massas abrigava amplas possibilidades de inventividade e liberdade do público, ao contrário das arenas atuais nas quais as classes populares são suprimidas pelo fenômeno da elitização do espaço. “Poderia ter havido um debate amplo sobre os problemas do velho modelo de estádio antes que houvesse essa transformação, mas os setores hegemônicos já tinham um plano pronto”, completou Mascarenhas.

A segunda mesa do dia teve a participação da doutora e membra do GEFuT, Priscila Campos, que apresentou um levantamento de dados quantitativos acerca do interesse de universidades brasileiras no âmbito dos estudos sobre futebol. Uma das conclusões da análise da produção, entre 1980 a 2015, foi de uma concentração histórica das pesquisas nas universidades do Sul e Sudeste, apesar do crescimento recente de publicações em outras regiões do país, principalmente, após 2005.

“Foi interessante notar que grande parte dos trabalhos de futebol publicados em revistas até hoje estão na Educação Física, que não é uma área reconhecida nos estudos sobre este esporte no âmbito das Ciências Humanas e Sociais. Verificamos também que tem havido um aumento da participação feminina, ano após ano, embora ainda seja um campo masculino de conhecimento”, revelou Priscila. A pesquisa durou seis meses e estará em curso por mais um ano e meio para analisar qualitativamente esses trabalhos.

O proeminente sociólogo Mauricio Murad (Universo) deu continuidade ao tema “Futebol e universidade”, ao narrar a história da criação na UERJ, em maio de 1990, do primeiro núcleo de pesquisa permanente em Sociologia do Esporte no Brasil. O grupo foi o pontapé inicial para o ingresso dos estudos futebolísticos no âmbito acadêmico e a posterior profusão de pesquisas sobre o esporte nas décadas seguintes. Segundo Murad, o futebol merece ser amplamente estudado e em caráter permanente, pois é uma identidade cultural e um dos grandes patrimônios da cultura brasileira.

“Enquanto os estudos do futebol não forem permanentes no Brasil, e o lugar dessa permanência é na universidade, haverá sempre uma desconfiança e uma dúvida sobre a importância e a necessidade desses estudos para a compreensão das raízes e dos modos históricos em que essas raízes brasileiras se manifestam”, apontou.

Bernardo Buarque (à esquerda) e Elcio Cornelsen (à direita) refletem sobre estudos nos campos da História e da Letras sobre o futebol (Crédito: Alice Rojo)
Bernardo Buarque (à esquerda) e Elcio Cornelsen (à direita) refletem sobre estudos nos campos da História e da Letras sobre o futebol. Foto: Alice Rojo.

Fechando a terceira mesa de debates do segundo dia, o Profº Elcio Cornelsen (UFMG), um dos membros-fundadores do FULIA e um dos organizadores do evento, junto com o Profº Bernardo Buarque de Hollanda (FGV), fizeram um balanço dos estudos do futebol nos campos da Linguagem e da História, respectivamente.

Em um mapeamento de dissertações e teses já escritas até hoje sobre esse esporte, Cornelsen acredita que há um aumento significativo da produção acadêmica a partir dos anos de 1990, entretanto, reiterou que o movimento é pulverizado para um ou outro fórum de pesquisa.

“O futebol é um objeto que demanda uma abordagem inter ou transdisciplinar. Eu penso que no campo de Letras, o importante seria uma criação de redes de comunicação de pesquisadores da área para um diálogo maior. Muitas vezes, os trabalhos científicos produzidos ficam isolados e não há uma articulação entre eles”, questionou o pesquisador.

Já na conferência de Bernardo Buarque, o tema abordado foi a importância do ensaio como um gênero literário também relevante para os estudos sobre futebol e sua relação com a cultura, as artes e outros saberes.

Em um primeiro momento, o historiador social analisou a produção ensaística nas áreas da História e da Literatura, e, em seguida, fez uma recaptura da trajetória constitutiva do gênero. Por fim, apresentou uma seleção de livros da área já publicados sobre o futebol, dando ênfase à obra, “Veneno remédio: o futebol e o Brasil”, de José Miguel Wisnik, em que considera fundamental para entender a importância do gênero ensaístico nas reflexões sobre o futebol na contemporaneidade.

“Havia uma grande barreira de intelectuais nos anos 1950 a 1970 que viam o futebol como algo menor, das classes menos cultivadas pelo intelecto. Esse preconceito foi rompido por imigrantes intelectuais que perceberam a importância e o significado do Brasil naquela época”, explicou.

Após o término da segunda mesa, o simpósio abriu espaço para o lançamento oficial da revista eletrônica “FULIA” pelo Profº Gustavo Cerqueira. O inédito periódico eletrônico quadrimestral do Núcleo de Estudos sobre Futebol, Linguagem e Artes (FULIA) da Faculdade de Letras da UFMG vai abarcar os estudos da linguagem sobre o esporte, sobretudo, o futebol, além de interlocuções com outras áreas do conhecimento humanístico. O primeiro dossiê tem previsão para dezembro e já está aberta a chamada para o segundo, intitulado “Futebol e Cultura”.

Gustavo Cerqueira, fundador da revista FULIA, exmplica o funcionamento do novo periódico eletrônico (Crédito: Alice Rojo)
Gustavo Cerqueira, fundador da revista FULIA, exemplica o funcionamento do novo periódico eletrônico. Foto: Alice Rojo.

Em seguida, foram exibidos dois documentários, “Territórios do Torcer” e “A voz da Arquibancada”, dirigidos por Bernardo Buarque. O primeiro trata sobre a pesquisa realizada pelo Museu do Futebol e a Fundação Getúlio Vargas sobre as torcidas organizadas em São Paulo. Já a segunda produção apresenta um conjunto de depoimentos da História Oral com a participação de lideranças de torcidas organizadas dos principais clubes do Rio.

Simpósio se despediu com passeio pelo Mineirão, mais debates e novidade

O início do terceiro dia do evento ficou marcado por mais um passeio cultural, desta vez, nas dependências internas do Mineirão. O tour pela manhã no estádio incluiu conhecer os vestiários, a sala de aquecimento, a zona mista e a dos camarotes e a área técnica do gramado.

Após a visita, foi a vez de analisar a produção do futebol nos campos das Ciências Sociais e da Economia. O Profº Arlei Damo (UFRGS) instigou o público acerca dos possíveis caminhos das Ciências Humanas, em geral, para o entendimento do futebol como fenômeno multicultural, através de novas formas de abordagens científicas.

“A partir do fim da Ditadura Militar, o que vimos sobre o futebol de espetáculo foi um processo contínuo, com algumas reflexões importantes, da transformação desse esporte em um mercado. Não podemos ignorar isso e será uma contribuição muito pífia, dos pontos de vista sociológico e antropológico, se não entrarmos com categorias mais consistentes para estudar isso. É preciso recuperar a história desse futebol de espetáculo que foi sendo agenciado pelo mercado”, opinou.

Se no olhar crítico das Ciências Humanas, é preciso que haja uma atualização das referências teóricas, no âmbito da Economia, as categorias de pesquisa desenvolvidas atualmente têm sido bem claras. Segundo o Profº Marcelo Proni (Unicamp), há três frentes de estudo em curso: análises micro e macroeconômica, além de uma leitura política do futebol como uma empresa.

“Hoje em dia, não dá para falar de futebol sem levar em consideração os determinantes econômicos que movimentam esse esporte como um grande espetáculo. Pesquisar quem são os agentes que comandam a modernização do futebol, como funciona essas estruturas de poder e de mercado, além dos impactos econômicos gerados, são fundamentais para entender os motivos desse fenômeno ter acontecido no Brasil e no mundo”, argumentou o doutor.

Pesquisadores se reuniram para debater o futebol nas salas da EEFFTO (Crédito: Alice Rojo)
Pesquisadores se reuniram para debater o futebol nas salas da EEFFTO. Foto: Alice Rojo.

A tarde do último dia foi reservada às mesas de comunicações orais, principal novidade da segunda edição do simpósio. Graduandos de diversas áreas do conhecimento puderam compartilhar trabalhos acadêmicos com pesquisadores referências sobre campos de estudos que tangenciam o futebol. A atividade, realizada nas salas da EEFFTO, foi separada em dois tempos e contou com, ao todo, nove espaços de debate.

A mesa final ficou por conta da palestra do Profº Júlio Frydenberg, da Universidade Nacional de San Martín da Argentina. O doutor em História apresentou uma análise do que já foi feito, quais as atuais tendências críticas e os caminhos dos estudos acadêmicos sobre futebol na Argentina.

“A produção acadêmica do país tem se dividido em dois grandes blocos temáticos. O primeiro tem a ver com os estudos antropológicos a respeito dos barra-bravas. Já a outra vertente estuda a história dos clubes argentinos e suas atividades culturais e sociais”, explicou o pesquisador argentino.

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Gabriel Canuto Nogueira da Gama

Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da UFMG (Teoria da Literatura e Literatura Comparada), Graduado em Bacharelado no curso de Letras da PUC-MG. Graduado em Comunicação Social (Jornalismo) pela PUC-MG.Foi editor de seção da revista FuLiA / UFMG, periódico quadrimestral da Faculdade de Letras da UFMG, e membro do FULIA - Núcleo de Estudos sobre Futebol, Linguagem e Artes, da UFMG.Tem ampla experiência na área de jornalismo esportivo. Foi co-fundador e editor-chefe do Observatório do Esporte, portal de notícias premiado em 2º lugar na versão online do programa "O aprendiz" da Rede Record de Televisão, em 2011. Exerceu a função de repórter do Grupo Estadão na Copa do Mundo de 2014 como correspondente em Belo Horizonte-MG. Tem experiência como editor de texto no programa "Globo Esporte", da TV Globo Minas.É autor dos livros de poesia: "Nós Dois: mais cedo que antes, mais tarde que depois" e "Para Não Desistir".

Como citar

GAMA, Gabriel Canuto Nogueira da. Qual o lugar do futebol na academia?. Ludopédio, São Paulo, v. 87, n. 6, 2016.
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