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Tite por quem conheceu Adenor

Paula Sperb 18 de agosto de 2019

Um título estadual sobre um adversário mais poderoso alçou a carreira do treinador campeão mundial pelo Corinthians, balizada até hoje pelos ensinamentos aprendidos no universo particular da família Bachi

Dona Ivone, mãe de Ade e Miro, mostra a foto dos filhos jogando futebol em Caxias do Sul. Foto: Paula Sperb.

 

Com vastos cabelos negros e rostos angulares, os dois irmãos jogam futebol. O talento do mais velho já é reconhecido entre os garotos do bairro e do colégio. Ao dividirem os times, uma provocação: o de Ade é naturalmente mais forte. Ade quer provar o contrário deixando que os adversários escolham os melhores. Escolhe Miro, o irmão quatro anos mais novo. Depois, chama os que sobram. “Ele sempre me escolhia, mas depois escolhia os piores jogadores. Ele jogava pela empatia, não só pela qualidade técnica”, recorda Ademir Bachi, o Miro, 50, sobre o irmão Adenor, 54, mais conhecido como Tite — Ade é o apelido que permanece na família.

“Era para mostrar para eles, quando vencêssemos, que tivemos uma capacidade de superação. Na verdade era um desafio. Procurava constantemente ser desafiado para ser melhor”, explica o hoje treinador do Corinthians.

Tite chegou a ser sondado duas vezes em 2015 para assumir a Seleção Brasileira, segundo Ademir. As sondagens ocorreram pouco antes da Copa América e depois da eliminação do Brasil frente ao Paraguai nas quartas de final. “Não era o momento. O Dunga vinha de dez amistosos e dez vitórias. Depois teve a Copa da América. Ele não queria derrubar ninguém. Se o posto estivesse vago era outra coisa”, conta o irmão. “Não quero falar [com a CBF], eles têm um técnico. Se não demitiram, por que querem falar comigo?”, teria confidenciado Tite ao irmão.

Seleção foi o único assunto não comentado pelo técnico na entrevista que concedeu ao Puntero Izquierdo, por áudios no WhatsApp. “A respeito da CBF e outras situações, não comento, não”, disse Tite. Todavia, o técnico é grato pela preferência da torcida. “Me deixa muito feliz, muito gratificado e muito contente.”

Tite esperava ser convocado em 2014, após a Copa do Mundo. “Nós todos tínhamos expectativas. Era uma questão de justiça, de trabalho, de merecimento. Tudo levava ao nome dele. Foi uma grande decepção pra ele e pra nós, da família. Mas futebol é assim. Quem tá falando isso sou eu. Se colocasse Abel, Muricy… seria um técnico. Mas escolheu o Dunga. Ele não é técnico, é um líder, foi um líder como jogador. Falo isso sem meias palavras”, diz Ademir.

Miro, porém, não tem mais esperança que a CBF reconheça o talento do irmão. As probabilidades praticamente zeraram desde que Tite assinou o “Manifesto por uma nova CBF” do Movimento Bom Senso, em dezembro passado. O texto pede a “renúncia definitiva de Marco Polo Del Nero e sua diretoria, seguida da convocação de eleições livres e democráticas para o comando da CBF”. O manifesto foi lançado após a divulgação de que a entidade está envolvida em desvio de milhões de dólares em propina em um escândalo investigado pelo FBI. “Tu sabe, atleta que se posiciona contra a CBF não vai ser mais convocado. E técnico que assinar também não vai ser. Meu irmão tomou partido, pegou e assinou. A coisa está ruim mesmo”, diz Ademir.

Um dos amigos de Tite, o também técnico Gilmar Dal Pozzo acredita que Adenor deve ficar longe da seleção. “Ele não vai compartilhar com essa podridão que tem na CBF. Não combina. Ele é uma pessoa verdadeira, honesta, quer as coisas bem feitas”, opina Dal Pozzo, que apesar de acreditar que Tite tenha o perfil ideal, também torce pelo trabalho de Dunga.

A trajetória marcada pelos títulos do Brasileiro, da Copa do Brasil, da Copa Sul-Americana, da Libertadores e do Mundial de Clubes, que o credencia a ser sempre lembrado para a Seleção Brasileira, deslanchou em um campeonato estadual, nas raras vezes em que um clube do interior bate um grande da capital. No caso, o Caxias, campeão gaúcho de 2000 em cima do Grêmio.

a.C / d.C

Além de amigo, Dal Pozzo simboliza uma espécie de conexão entre o atual sucesso de Tite e o preciso momento em que o técnico ultrapassou a barreira do “futebol do interior” para o “futebol nacional”.

Foi em 21 de junho de 2000, no estádio Olímpico. O Caxias, treinado por Tite, havia goleado o Grêmio no Centenário por 3 a 0. Uma proeza para um time com três meses de salário atrasado. Com a melhor campanha, o Grêmio precisava vencer por três gols no jogo de volta, em Porto Alegre. O placar da final ficou em zero a zero, garantindo o título para o clube do interior, com direito a pênalti aos 48 minutos do segundo tempo, cobrado por Ronaldinho Gaúcho e defendido por Gilmar Dal Pozzo. Foi o último clube do interior a desbancar a dupla Gre-Nal no Campeonato Gaúcho.

“Me preparei muito, estudei muito o Ronaldinho. Quando ele colocou a bola e recuou para se posicionar para bater o pênalti, tive certeza que ia pegar”, relembra Dal Pozzo. “É um momento especial. Esperei dez anos da minha vida profissional para ter um lance aos 48 do segundo tempo, sendo que o batedor era nada menos do que o Ronaldinho Gaúcho. Foi a última vez que um time do interior ganhou o Gauchão. Nenhum time do interior conquistou depois disso e não sei se vai conquistar”, diz o goleiro. Para o irmão de Tite, “o Caxias alçou ele a outros patamares”.

Tite concorda com a divisão entre a.C e D.C, antes e depois do título do Caxias. “Foi um marco profissional, sim, e uma ascensão profissional pelo grau de dificuldade que tivemos. Enfrentamos clubes com infraestruturas muito maiores que a nossa”, recorda. Os jogadores do Caxias não recebiam salário, enquanto o Juventude, rival local, tinha o patrocínio graúdo da Parmalat e acabara de ser campeão da Copa do Brasil no ano anterior. Tite compartilha o mérito com os jogadores, direção e torcida. “Esse conjunto de forças foi determinante”, diz.

Dal Pozzo e Tite mantêm contato até hoje. O ex-goleiro garante que aquela vitória também foi um marco para ele, que depois foi para Portugal, onde jogou na primeira divisão e disputou a Copa da UEFA pelo Marítimo. Quando decidiu ser técnico, foi inspirado e apoiado por Tite. “Ele é uma referência a todos técnicos do Brasil. A gente se fala quase que toda semana e ele continua me estimulando. Além de ser um vencedor, é uma pessoa extraordinária, de caráter”, elogia o amigo.

O hoje treinador Paulo Turra ao lado de Márcio Hahn, que ainda joga futebol. Foto: Arquivo do Caxias.

Paulo Turra: “Métodos modernos para a época”

Atual técnico do Cianorte, do Paraná, Paulo Turra foi jogador de Tite no título do Caxias em 2000. Ele chegou a fazer uma espécie de “estágio” com Tite. Em 2013, após deixar o Marcílio Dias, de Santa Catarina, passou quinze dias acompanhando Tite no Corinthians. “Conversava na sala dele, ele perguntava o que eu estava achando, trocava uma ideia. Era muito ocupado, mas conseguia dar alguma atenção”, relembra. Leia abaixo a entrevista com o técnico:

Quais eram as principais características do Caxias treinado pelo Tite?

Era um time muito organizado taticamente, já estava na segunda temporada sob o comando do Tite e teve poucas mudanças em relação ao ano anterior. Tite era muito detalhista. Ele chamava para dialogar, colocava no quadro negro e consultava a gente sobre a opção tática que ele achava, o posicionamento do adversário que ele achava que viria. Aí ele dialogava com a gente, trocava ideias, a gente opinava.

Como foi a formação daquele time e como Tite o trabalhou taticamente?

Aquele time foi escolhido por ele e pelo falecido Ênio Costamillan, alguns eram remanescentes do Caxias de 1998 como eu, o Gilmar Dal Pozzo, vários. Eles foram buscar alguns jogadores bem pontuais. O Tite fez o “trabalho sujo”. A nossa equipe tinha nossas limitações, com o número de atletas limitados, o clube passava por uma crise financeira. Ele teve um trabalho muito bom de padrão tático. Em uma ou outra situação jogou com três volantes e em uma ou outra situação, durante o jogo, ele usou três zagueiros. Em 95% dos jogos, a montagem de equipe foi nesse padrão tático: linha de quatro, dois volantes — um que saía mais — , dois meias e dois atacantes. Esse trabalho de montar equipe, montar esse esquema e trabalhar em cima disso foi muito bom. Porque ele conseguiu dar um padrão bem interessante para a nossa equipe. Ele conseguiu fazer com que a gente entendesse a parte tática e aí ele foi lapidando durante o ano. No Campeonato Gaúcho de 1999, a gente foi eliminado pelo Juventude no mata-mata. Empatamos no Centenário e perdemos de 1 a 0 no Jaconi. Foi um jogo muito parelho, nossa equipe merecia ter ganho. Depois a gente fez uma equipe para a Série C, onde a gente chegou na semifinal. Perdemos no detalhe. O Tite já tinha feito um trabalho muito bom em 1999.

Você vê as características técnicas do Tite daquela época atualmente? Algumas pessoas dizem que o Corinthians é muito “retranqueiro”.

Ele mudou totalmente. Hoje ele utiliza 4–1–4–1. Não concordo com quem diz que é retranqueiro, basta ver os últimos resultados: os reservas do Corinthians fizeram 6 a 0 num time do Chile (Cobresal). O Tite trabalha bastante a defesa. Então cria-se a ideia de que é retranqueiro, mas não. Ele defende muito bem, mas porque trabalha. Fazer um gol ou dois ou três é questão do jogo, da evolução da equipe. Ele tinha métodos modernos para aquela época. Sei porque fiquei acompanhando ele quinze dias no Corinthians, em 2013. Acredito que ele seja um treinador super atualizado, com métodos de treinamento super atualizados. Na questão de gerenciar grupo, ele quem sabe seja um dos melhores do mundo. Porque aqui no Brasil é diferente da Europa. Lá tem a mentalidade que vem desde a base, aqui o jogador brasileiro não aceita muito. A imprensa não aceita muito essa questão de “joga um jogador, depois joga outro amanhã”. Ele consegue convencer.

Então você acredita que ele evoluiu como treinador? Em quais aspectos?

Pelo que eu vejo dos jogos dele e pelos quinze dias que fiquei com ele no Corinthians há três anos, ele evoluiu muito. Ele dá autonomia para a equipe de trabalho, para os preparadores físicos, dentro de um padrão que ele entende que seja correto. Ele dá orientações individuais, espontâneas, pontuais. A equipe dele é sempre organizada.

O Grêmio adversário da final do Gauchão era um time caríssimo e bem mais forte do que o Caxias. Mesmo assim, vocês fizeram 3 a 0 no primeiro jogo. Qual foi a estratégia traçada?

Só teve uma estratégia específica. O Ronaldinho Gaúcho era muito rápido, ia para cima do adversário, apostava muito no drible. O Tite observou essa característica. Se o Ronaldinho estivesse de frente comigo e fosse pela direita, automaticamente meu colega ficava esperto. Se o Ronaldinho passasse por mim, meu colega já estaria próximo para ir na bola. A gente treinou meio que incansavelmente isso. Deu certo. No mais foi tudo igual. Nossa equipe era experiente, com uma média de 27 anos de idade dos jogadores.

O que Tite disse aos jogadores para motivar para a final? Era um aspecto importante no trabalho dele?

Não foi nessa final em Caxias (3 a 0). Ele fez a palestra motivacional mais linda no domingo, no jogo que seria realizado em Porto Alegre e foi transferido para a quarta-feira por causa da chuva. No domingo fez uma palestra muito emocionante com o Régis (o jogador entrou em coma após levar um soco na nuca numa partida do Caxias, em 1999). Ele era colega nosso quando sofreu esse incidente. Daí na palestra o Tite chamou o Régis, o pai do Régis — o “Régis Pai”. Foi muito legal, emocionante. O pessoal ficou emocionado. Mas daí o jogo não saiu, foi suspenso por causa da chuva. Daí na quarta-feira o Tite falou novamente, o Régis voltou, mas não teve aquele ingrediente que teve no domingo.

Um terço de cada cor

Elogios ao técnico não faltam e a maior fã, obviamente, é sua mãe, Ivone Bachi, 80. Ela estava no Olímpico no dia do título do Gauchão e atualmente escuta os jogos do filho no rádio a pilha, deitada na cama de sua casa no bairro Ana Rech, em Caxias do Sul. Enquanto escuta a narração, reza o terço pedindo vitória. A sala de Ivone tem uma estante repleta de fotos da família e de imagens de santos. Quando recebeu o Puntero Izquierdo, em um sábado de sol, ela acompanhava a missa do padre Marcelo Rossi em um canal católico, sentada no sofá. “Não sei se fui eu que eduquei assim. Pode ser que veio mais dele do que de mim”, diz Ivone sobre a honestidade do filho.

O barulho da máquina de lavar roupa acompanha o relato de Ivone, que conta que Tite sempre telefona antes das partidas para pedir a bênção. A máquina está centrifugando os coletes alaranjados e verdes usados pelos rapazes que alugam a quadra de esportes Celte (Centro de Esportes e Lazer Tite), administrada por Ademir. Octogenária, Ivone não cogita parar de trabalhar. Além de lavar os coletes, prepara os pastéis que são vendidos na cantina da quadra de esportes que funciona de segunda a sábado. Tite chegou a trabalhar no negócio fundado em 1998. Sua especialidade era preparar o churrasco dos sábados, enquanto o irmão cuidava do atendimento.

Atualmente, as paredes da cantina do ginásio são rodeadas de quadros com fotos de Tite, recortes de jornais e até uma homenagem a Ivone, “a melhor mãe do mundo” — título que recebeu da família quando Tite ganhou o Mundial em 2012 com o Corinthians. No quadro, há fotos de Ivone segurando terços de diferentes cores em cada foto. Terço azul, quando Tite treinou o Grêmio; terço vermelho, quando Tite treinou o Inter; terço preto, para o título corintiano. A tradição começou com o terço bordô, mais próximo ao grená do Caxias, que Ivone levou ao Olímpico na final de 2000.

A fé é um dos valores que Tite recebeu da mãe. Outro ensinamento: dinheiro não é tudo. Já no Corinthians, chegou a receber uma proposta do Internacional, que pagava melhor, mas não aceitou. Um dos motivos foi a presença de D’Alessandro, com quem discutiu na sua passagem pelo colorado, em 2009, o que teria resultado em sua demissão. “Ele consegue educar os jogadores. Mas alguns não… tem que ter um comprometimento. Todos trabalhando, se sentindo bem. Quando nem todos remam para o mesmo lugar, têm atritos”, comenta o irmão.

Para evitar situações assim, Tite sabe identificar com quem tem sintonia para trabalhar. O espírito de liderança em campo foi desenvolvido desde cedo, seguindo os passos do pai.

O futebol como exemplo

A cada domingo, depois do almoço, Ivone observava os filhos embarcando na Kombi azul, no Opala bordô ou na Brasília amarela, os carros que a família teve. O marido, Genor Bachi, morto em 2009, dirigia em direção a São Braz, localidade de Caxias do Sul, onde o casal se conheceu. Na “colônia”, o pai jogava no time Juvenil de São Braz, onde Tite começou a se profissionalizar e onde Miro chegou a jogar também. Não juntos, porém, por causa da diferença de idade. Mas em 1985, os três jogaram juntos uma única vez. Genor tinha 40 anos e era volante, Miro e Ade eram os meias. Sobre os tempos de São Braz, Ademir recorda: “Quando chovia era uma decepção”. Ivone ficava em casa trabalhando na máquina de costura, mesmo aos domingos de lazer. “Todas nossas conversas giravam em torno do futebol. A ponto de, às vezes, no almoço estarmos conversando e a mãe interromper e dizer: ‘Vocês não querem falar outra coisa comigo? Vocês só falam de futebol’”, diz Tite.

O técnico diz que sua educação foi “fundamentalmente voltada ao esporte” por influência do pai, com quem tinha uma “ligação profunda”. Tite conta que o futebol foi uma forma do pai “transmitir uma série de valores morais, de persistência, de superação, de educação de princípios, de respeito”.

Apesar de levar o futebol a sério desde cedo, bater bola era uma diversão. Quando garotos, os irmãos jogavam depois da aula. Eles estudavam no colégio estadual Emílio Meyer, a cinco quadras da residência da família. Moravam em frente a um colégio particular, mas não podiam pagar as mensalidades. Isso, entretanto, não impedia os garotos de pular a cerca do colégio católico para jogar futebol na quadra mais próxima, “enganando as freiras”.

A paixão de Tite pelo futebol foi passada pelo pai, torcedor do Juventude — onde o filho jogou e treinou. Agora, a história se repete. O filho de Tite, Matheus Bachi, 28, integra a comissão técnica do Corinthians. “Procurei sempre estar com um passo atrás para não criar um peso excessivo. Foi uma escolha dele”, opina o técnico. O rapaz estudou Ciência do Exercício, nos Estados Unidos, fez estágios na Europa e no Brasil. Inclusive no Caxias, time que consagrou o pai. “Ele trabalhou sem receber absolutamente nada, como estagiário, procurando dar o melhor que tinha, e o deu. Foi uma preparação e está sendo uma busca de crescimento seguindo seus próprios passos”, conta Tite. O tio de Matheus diz que o futebol une pai e filho. “No momento que pode estar junto, o Ade não abre mão do convívio da família”, diz Miro.

Essa convivência inclui a filha Gabriele, 21, e a mulher, Rosmari, 51, com quem é casado desde 1983. Os dois se conheceram em Caxias do Sul e moraram em Campinas, terra do Guarani defendido por Tite quando jogador, onde se formaram em Educação Física, pela PUC. Rosmari surpreendeu Tite em novembro do ano passado quando se passou por repórter em uma coletiva de imprensa após uma goleada de 6 a 1 do Corinthians contra o São Paulo. O time do marido já era campeão brasileiro antecipadamente. “Tite, como é que tu te sentes com esse título?”, perguntou Rosmari. Tite tentou reconhecer a voz. A mulher se levantou, abraçou e beijou o marido, que elogiou a família. Em Caxias do Sul, Ivone e Ademir assistiam à coletiva e até estranharam. “Que perguntinha, hein?”, disse Ademir. E depois se deu conta: “é a Rose!”. A cena, transmitida ao vivo, provou que o futebol tem espaço para histórias de amor e de família.

O garoto que permitia que o adversário escolhesse os melhores jogadores para conseguir se superar, agora normalmente tem à disposição alguns dos melhores para trabalhar. “Se ele puder escolher os melhores, ele escolhe. Mas sempre com empatia”, diz Miro, agora com os cabelos negros rareando, com entradas nas laterais, sobre Ade, que já tem o cabelo completamente grisalho.


Publicado originalmente no Puntero Izquierdo em 2016, que é uma revista digital de publicação de histórias de futebol.

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
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Paula Sperb

Repórter correspondente da Folha de S.Paulo no Rio Grande do Sul. Fazendo pós-doutorado em Letras na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Como citar

SPERB, Paula. Tite por quem conheceu Adenor. Ludopédio, São Paulo, v. 122, n. 20, 2019.
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