O mais russo dos países europeus, a Ucrânia, desde seu desmembramento da União Soviética em 1991 vive nos últimos três meses uma alarmante crise política manifesta em guerra civil que já soma mais de uma centena de mortos, reféns e feridos, entre policiais e manifestantes.
O quadro político polariza as lideranças, de um lado, alinhadas com o bloco europeu, e de outro com a Rússia. A crise que se afasta de uma saída diplomática caminha para um intensificação de um grande conflito geopolítico que opõe o projeto de inserção ucraniana na dinâmica política e econômica ocidental e o restabelecimento da Ucrânia como extensão política e peça estratégica do Estado russo.
Na última semana, o presidente Viktor Yanukovich deposto após ataque de manifestantes ao parlamento, em Kiev, tornou-se alvo de perseguição e inquérito, acusado por crimes de corrupção e sobretudo assassinatos em massa.
A UEFA, inclusive, alterou o local da partida entre Dynamo de Kiev (UCR) e Valencia (ESP) para a cidade de Nicósia no Chipre. A cidade de Kiev tornou-se uma grande sinédoque política do país, e o seu futebol acaba sendo parte desta divisão no país. Kiev protesta contra o afastamento da União Europeia e os interesses russos representados por Yanukovich, este que, por sua vez, alcançou o poder com apoio de Donetsk e do grande clube da cidade, o Dynamo.
Veja abaixo um infográfico para entender melhor o jogo ucraniano: