Qualquer pessoa que se debruce sobre o futebol brasileiro no século XXI vai se deparar com novas formas de acompanhar o esporte mais popular do país. No início dos anos 1900, as duas principais maneiras de se acompanhar uma partida era no próprio estádio ou pelos relatos publicados na imprensa escrita (jornais e revistas). Todavia, ainda no primeiro quartel daquele século, o rádio foi introduzido e revolucionou o jeito de se informar sobre as pelejas. Cem anos depois, um novo movimento revolucionário na forma de torcer acontece: os jogos pela internet.
Na última quinta-feira, dia 11 de abril de 2019, o Flamengo entrou em campo pela Libertadores da América. No Maracanã, quase 70 mil torcedores estavam presentes para apoiar a equipe. Fora dele, milhares de aficionados acompanhavam o duelo contra o San Jose, da Bolívia. Normalmente, as televisões seriam o principal canal para acompanhar o duelo, mas não desta vez. Por conta dos novos contratos de transmissão, o jogo podia ser visto apenas pelo Facebook.
Os bares, antes espaços de confraternização, na hora do jogo exibiam a programação da TV Aberta e dos Canais por Assinatura. Com a exceção daqueles que têm acesso à internet, não era possível acompanhar o jogo do Mengão. Esta já não é a primeira vez que os torcedores do Flamengo demonstram certa flexibilidade para se adequar à modernidade (ou pós-modernidade), mas esta inova ao privar àqueles que não se curvam a si para ter a chance de acompanhar o seu time.
Nos últimos anos, ser Flamengo tem apresentado novas características. Se antes isso significava lotar o Maracanã, hoje isso ainda acontece, mas em menor número do que antigamente. Fora dele, entretanto, a tendência parece ser que isso signifique substituir a TV e o rádio pelo celular ou computador. O pior é que isso não vale apenas para os flamenguistas…