Depois de um primeiro tempo disputado, a Gana abriu o placar nos últimos instantes do primeiro tempo, com um chute de longe do Muntari e uma ligeira contribuição da Jabulani. Essa bola era mística, tinha vida própria e fazia o que bem queria. Foi ela, inclusive, que ajudou o Uruguai a empatar o jogo, dando uma curva no gol de falta de Forlán, craque daquela Copa. Foi um jogaço, muito equilibrado, cheio de lances para os dois lados, com direito a grandes lances, prorrogação, disputa de pênaltis e o escambau.
Essas lembranças me fazem muito bem. O futebol, que recentemente tem me trazido só notícias ruins, tem muitos momentos marcantes em minha infância e juventude. Sua história e popularização, no Brasil, está ligada a lutas sociais e democráticas. É muito bom saber que muitos valores que prezo estão vivos nos dias de hoje, com lutas e reivindicações de torcidas organizadas, movimentos antifascistas e contra a arenização dos estádios, para citar alguns exemplos. O futebol tem mudado muito, mas acredito que essas lutas permitam que nós, no futuro, ainda possamos apreciar jogos como esse, que são o que realmente nos impacta: marcam gerações, mexem com nossas emoções e ficam eternizados na memória coletiva dos amantes desse esporte.