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Vai terminar! A temporada Australiana de futebol profissional chega ao fim!

Há algumas semanas, após 139 partidas, foi disputada a grande final da A-League, a liga de futebol profissional da Austrália. Sempre lembrando que football por aqui possui varios significados (veja em “vai começar”)1. Entretanto, futebol todos sabemos o significado, e é disto que estou falando. FUTEBOL. Com ou sem arte2.

A A-League iniciou suas atividades em 2005, depois que a National Soccer League fechou em 2004. Deixo os detalhes historicos e sociais para algum texto futuro. Aqui quero comentar sobre a temporada 2012/13 da A-League, que terminou na terceira semana de abril.

São 10 times que jogam entre si três vezes ao longo da temporada, que iniciou em outubro do ano passado. Um time joga duas vezes em casa, e uma vez fora contra um mesmo adversário – sendo que na próxima temporada isto se inverte, dois jogos fora e um em casa contra aquele oponente. Depois de 27 rodadas na fase de classificação, sobram 6 equipes: os dois primeiros colocados passam direto para as semifinais, sendo que os outros 4 times disputam um jogo eliminatório para decidir os outros semifinalistas: o terceiro colocado contra o sexto, o quarto contra o quinto. Nesta fase final, tudo é rapidinho, um jogo apenas, quem ganha segue em frente, quem perde, “see you later”. A unica vantagem que Maria, digo, o time que possui uma melhor classificação leva é a de fazer seus jogos em casa. Também o time que terminou a primeira fase em primeiro ganha um prêmio, o “plate” de “premier champion”. Isso é legal, mas todo mundo que saber mesmo é do grande campeão que irá emergir desta final de domingo. Exatamente aqui que algo realmente excepcional aconteceu este ano na A-League. Mas antes, alguns detalhes sobre os times e o campeonato – incluindo alguns brazucas que batem sua bola profissionalmente por aqui.

Logo oficial da Hyundai A-League da Austrália (reprodução).

Os 10 times que disputam a A-League representam cinco estados da Austrália, mais um pais vizinho. São eles: Wellington Phoenix FC (da Nova Zelândia!); Perth Glory FC (de Western Austrália); Adelaide United FC (de South Austrália); Brisbane Roar FC (de Queensland); Melbourne Heart FC e Melbourne Victory FC (ambos de Victoria); e quatro times de New South Wales – Sydney FC, Central Coast Mariners, Newcastle Jets FC e Western Sydney Wanderers. Este último foi criado para esta temporada, e ainda pertence a Federação Austráliana de Futebol (FFA). Os times são franquias que esta Federação negocia com proprietários particulares. Como na temporada passada um time faliu, a FFA decidiu criar um outro time em 2012, e veio exatamente para a região onde eu trabalho, Western Sydney, a área que mais cresce na Austrália – em termos populacionais, oportunidades, expansão geográfica, e também em problemas sociais, criminalidade, pobreza, etc.

Eu trabalho na University of Western Sydney, que possui seis campi espalhados pela região. Para se ter uma ideia do tamanho de Western Sydney, uma viagem entre dois destes campi, de carro sem transito, as vezes leva 90 minutos.

Western Sydney também é reconhecida pelo seu multiculturalismo. O último censo apontou que na região são faladas 182 línguas diferentes. Gente de todo lugar do mundo, Oriente Médio, Europa do Leste, América do Sul. Um caldeirão cultural muito interessante, e propício para amantes do futebol. Foi aqui que a FFA percebeu que um novo clube de futebol teria grandes chances de vingar, e no início de 2012 começou a fazer consultas populares sobre a criação desta nova equipe. Um processo muito interessante, consultaram a comunidade sobre o nome do time (de onde veio o sobrenome “Wanderers”, algo bem diferente dos sobrenomes dos outros times…), o símbolo, as cores da camisa – a camisa oficial é preta e vermelha, listras horizontais como as do glorioso Sport do Recife (alô, família Canavello!). A camisa para jogos fora ficou vermelha e branca, sei lá porque… Escolheram-se líderes de torcida, começaram a fazer as musiquinhas do time, discutiram até o estilo de jogo!

Jogadores do Wanderers. Foto: Macktheknifeau – Wikipédia.

O processo pegou. O Western Sydney Wanderers arrebentou nesta temporada. A torcida deles (eu deveria dizer “da gente”?) é diferenciada, mais próxima a uma torcida uruguaia ou argentina…canta o tempo todo, “invade” os estádios adversários (em geral, a presença da torcida adversária nos jogos é baixa, exceto nos jogos do “Wanderers”); nos jogos na casa dos Wanderers (Parramatta Stadium), há uma concentração em um local perto do estádio uma hora antes da partida, e uma caminhada até o jogo. Bandeiras, batucada – e algumas briguinhas – também acontecem.

O melhor de tudo isso foi que o Wanderers correspondeu em campo. Ganhou o “premier champion”, com uma campanha muito boa, quebrando recordes do tipo 10 vitórias em sequência, entre outros – e fez a final contra o Central Coast Mariners – outro fato inédito na A-League, pois nunca antes neste pais um vencedor do “premier” fez também a great final. Eles chamam tudo isso de “fairy tale” – o clube abriu as portas este ano, em uma região com muitas dificuldades sociais, e acabou dando voz a este povão, que na verdade abraçou o time; o clube não para de crescer, todos falam disso, e este jogo final sera o “maior jogo entre clubes da historia do futebol australiano”, todos 50.000 lugares foram vendidos, e vai passar ao vivo na TV a cabo – alias, como todos os jogos da A-League, tudo ao vivo somente na TV paga.

Infelizmente os Wanderers não jogaram bem, e os Mariners foram bem superiores na final, ganhando de 2×0 e sagrando-se campeões – merecidamente, aliás, esta era a quarta final da A-League que chegavam, sem nunca ter vencido antes… Mesmo assim, a torcida do Wanderers fez uma super festa, aplaudiu o time, fez caminhadas pela região na semana subsequente…os caras são loucos pelo time!

Os cartolas da A-League estão muito satisfeitos. Dizem que a media de publico presente nos estadios nesta temporada foi a mais alta da história, com um aumento de 22% em relação as anteriores – 19.000 pessoas, sendo que a audiência média via TV a cabo também foi recorde – 80.000 TVs ligadas. Eles estão ‘explodindo’ de felicidade com a lotação esgotada do Sydney Football stadium para a final. Eu também acho legal, fico contente com a evolução do futebol por aqui. Mas para se ter uma ideia, qualquer “joguinho” profissional de rugby aqui atrai 40.000 pessoas. A final da Australian Football League (AFL, o Australian Football rules) do ano passado atraiu mais de cem mil pessoas em cada um de seus dois jogos, que foram televisionados pela TV aberta. Somente para mostrar o quanto o futebol ainda tem que se desenvolver para “chegar lá” – ou “chegar aqui”, no coração australiano. Mas está crescendo, sem dúvida.

Panorâmica do Sydney Football Stadium. Foto: Hingbenj.

Um dos fatores deste crescimento, segundo os dirigentes, foi a chegada de algumas “estrelas internacionais”, como o italiano Del Piero para o Sydney FC, o japonês Shinji Ono (o craque do Western Sydney) e do inglês Emile Heskey (Newcastle Jets), todos atacantes que deixaram suas marcas nas redes nesta temporada, protagonizando grandes lances.

Não nego que estes três sejam grandes jogadores. Assistir ao campeão mundial Alessandro Del Piero jogar é realmente um prazer, o cara cola a bola no pé, faz giros com o corpo, bate faltas com um jeito de Rogério Ceni! Mas devemos levar em conta que o nível dos defensores que eles enfrentam é, digamos, sofrível. Há muitos espacos para eles trabalharem em paz. Os caras são muito ingênuos, recuam sem bola, deixam buracos enormes entre si. Os defensores, quando pressionados, devolve a bola para os goleiros, em fogueiras incríveis – ou passam a bola para o outro lado, fazendo esta cruzar a própria área – isto é um prato cheio para caras espertos como o Del Piero se adiantarem e cortarem o passe, ficando frente a frente com um defensor, tendo o trabalho de cortar para um lado e carimbar a rede; eu testemunhei diversos gols originados destes erros infantis – cruzar a bola em frente a própria área, na frente do adversário? Há poucos meio campistas que vem receber a bola, ficam esperando um chutão lá para a frente – tipico jogo inglês ou escocês – quando não conseguem o chutão, jogam para o lado, ou atrás para o goleiro, e as falhs acontecem. Muito espaço entre os jogadores, ninguem joga perto do companheiro, pouco toque de bola. Por outro lado, isto e’ muito ruim para o atacante Del Piero, encontra pouca gente para passar a bola, tabelar, etc.

Del Piero jogando pelo Sydney FC. Foto: Marco Estrella.

Isto tem sido um diferencial para o Western Sydney Wanderers. O único time que joga um futebol mais compacto do meio para a frente, com jogadores se movimentando bastante, próximos uns aos outros, a procura de triangulações. Eles tem um estilo legal de assistir. Junte isso com a torcida, realmente a A-League ganhou um time mais sulamericano! Que bom! Os adversários deles na final, o Central Coast Mariners, também tem um time compacto, mas em termos defensivos. Batem bem, chegam junto, e jogam bem agrupadinhos atrás, explorando alguns contra-ataques. Vai ser uma final boa de assistir. Os dois times seriam páreo duro para o Mirassol F.C. no campeonato paulista (desculpe, Leo, não pude resistir a piadinha…).

Um bom parceiro para o Del Piero que jogou no Sydney FC esta temporada (e já renovou para a próxima) é um jogador brasileiro, que já teve passagens pelo Botafogo do Rio. Fabio o nome da fera, é aquilo que se chama atualmente de ala esquerdo; marca bem, muito veloz, e apoia com eficiência o ataque, indo bem de uma área para a outra, mas sem grandes destaque dentro das áreas, não finaliza bem, e no mano a mano dentro da área defensiva pode cometer algumas bobagens. Acabou levando uns cartões meio injustos nesta temporada, mas é um bom jogador. Há outros brasileiros aqui, cerca de meia dúzia, vindos da região sul do Brasil, do Rio…Jogadores voluntariosos, com um nível bacana para atuar aqui – mas há um (não vou entregar) que é o famoso tigrão …bate muito, muito, pela frente, por trás, pelo lado…no final do jogo abraça todo mundo…este aprendeu o estilo australiano de ser!

Tem muita garotada jogando também, provenientes das categorias de base dos clubes, e indo direto para os profissionais. Garotos com 17-19 anos ainda cursando high school e já entrando nos jogos. Houve jogos que o Perth Glory colocou em campo uma “revelação” local de 15 anos.

Eu gostaria de ir ao jogo final, e ver “a história ser feita”. Mas os caras majoraram os ingressos em níveis absurdos, pelo visto não deixam nada a desejar aos dirigentes brazucas ou europeus…Ficou muito caro (acho que gastaria uns R$ 500 reais para ir com uma filha e um filho, com direito a transporte público gratuito) e desisti, vou ver na TV. Mas eles lotaram o estádio mesmo assim!

Os jogos que fui na fase de classificação não eram caros, com 100 reais conseguia 3 lugares com ótima visao do campo, cadeira numerada, e transporte publico. Pego o trem com a filharada perto de casa, desço na Central Station, onde um ônibus com ar-condicionado nos leva para perto do estádio. Uma caminhadinha de uns 20 minutos, e chegamos. Na primeira vez que fui, jogo do Sydney FC, todo mundo de azul, e de repente, berrando ao meu lado, uns caras todos de laranja, torcedores do Brisbane Roar… Camisas, perucas e berros…tudo na boa, andamos lado a lado ate o portão. Achei incrivel, estava pronto a correr com meus filhos nos ombros… No jogo, tudo tranquilo – se voce for, leve o seu lanchinho, a comida do estadio é cara e ruim.

A torcida do Sydney veste azul. Foto: Marco Estrella.

Ao final da peleja, os jogadores vem conversar com a torcida, não há cercas ou muros, apenas uma muretinha onde ficam as propagandas – a garotada vai lá, apertar a mão dos caras, pegar autógrafo… Houve alguns jogos em que eles promoveram “torcida no gramado” depois do jogo, jogue com seu ídolo, etc… Um colega meu comentou que achou legal, mas que o pessoal que toma conta do gramado não estava feliz! Incrível como quando a coisa sai um pouco do roteiro o australiano fica desconfortável – eles são obcecados por gramados verdinhos e sem buracos…coisa do cricket… Era domingo de carnaval neste jogo Sydney x Brisbane que mencionei, e no final do jogo, quando os jogadores vieram perto, eu gritei pro Fabio se ele queria estar no Rio sambando… ele sorriu, e meu filho ganhou as tornozeleiras dele, agora o moleque vai jogar sempre com elas, adorou!

Eu também pensei – com esta muretinha, qualquer um vai invadir! Ledo Ivo3 engano: faltando uns dez minutos para acabar o jogo, os caras começam a lavagem cerebral nos telões – entrar no gramado é crime, multa de R$ 10 mil reais… Quero ver como vai ser nesta great final de domingo, se vão segurar a torcida dos Wanderers.

Na semifinal em que os Wanderers despacharam o Brisbane Roar na semana passada4, ao final do jogo entregaram para eles o ‘plate’ do ‘premier champion, e os jogadores todos foram para atras de um dos gols, junto da “geral”, a “cove” onde ficam os torcedores “organizados” de todos os times; jogadores no gramado, torcida festejando na arquibancada, todos comemorando, cantando as musiquinhas, e fazendo as dancinhas da torcida.

Fábio, o jogador brasileiro do Sydney conversa com os torcedores. Foto: Marco Estrella.

Comenta-se muito sobre as torcidas que ficam no ‘Cove’, sobre fanatismo, violência, etc. Eu nunca testemunhei nada – talvez eu esteja anestesiado, ou o meu patamar de violência seja mais paulistano… Eles ficam muitas vezes em pé, fazem dancinhas com os bracos, cantam… Em geral todas as torcidas organizadas tem um cara com um megafone, que fica animando a torcida, em cima de uma cadeira que nem aquelas de juizes de voleibol, mas de costas para o jogo – bem “interessante”. No último “Sydney derby” – isso, já inventaram uma rivalidade entre o Sydney FC e o Western Sydney – a torcida do Sydney FC levou alguns cartazes provocativos, dizendo “esta cidade é nossa”. Uma briguinha dos bairros do Leste – mais antigos e “ricos” – contra o Oeste mais multicultural e classe “baixa”. Algo como a Bruxa Má do Leste e do Oeste no Mágico de Oz. Entretanto, os dirigentes correm para tentar apagar e coibir qualquer indício de violência ou agressividade, tentam controlar as manifestações das torcidas ao máximo.

Isso muitas vezes chega a um politicamene correto extremo, ridículo, infantil. Houve um jogo entre o Melbourne Victory e o Sydney FC, em Sydney, no qual a torcida da casa levantou um cartaz dizendo : “Let’s send these TARDs back home” (vamos mandar estes TARDs para casa). No dia seguinte, a direção do Sydney FC soltou um comunicado na imprensa, pedindo desculpas para qualquer pessoa com “deficiência” que porventura se sentiu ofendida. Na nota, mostravam como querem controlar a torcida, pois falavam que aquele texto não havia sido autorizado previamente, e os torcedores que levantaram a placa seriam punidos e proibidos de entrar em alguns jogos…Tudo porque eles interpretaram o termo TARDs como uma alcunha para “retards” – retardados, bobos mentais. Além de ser ridículo querer proibir alguém de falar um palavrãozinho no estádio (na Copa 14 vai poder?), na verdade TARDs era o acrônimo (eles adoram acrônimos aqui, tem para tudo, a gente fica perdido) para “Terrible Attack, Ridiculous Defense” (um ataque horrível e uma defesa ridícula). Realmente, não sei quem foi mais bobo nesta episódio todo… Uma tendência a tirar toda e qualquer espontaneidade do jogo, um controle, um medo das coisas “horríveis” que podem acontecer…

Acho que este é o ponto mais positivo do sucesso pioneiro do Western Sydney Wanderers – a torcida diferenciada e multicultural, quebrando os paradigmas, balançando os estádios, quebrando recordes, cantando, vibrando – estamos sacudindo a Austrália! O esporte australiano precisa de torcedores diferentes, de alegria, precisa ser menos careta, contemplar a felicidade, a dança, a música – enfim, abracar o verdadeiro futebol com tudo que tem de bom!

Resumindo: mesmo sem assistir aquele futebol-arte brasileiro, e sem aquele gostinho de provocar os amigos na segunda-feira, eu gosto de ter uma liga de futebol profissional para acompanhar e torcer. Domingo, fiquem ligados, e cantem comigo – Western Sydney Wanderers, I believe!

 

________________
[1] No meu último texto no CEV, inadvertidamente e sem saber da crise de tomates que assola o Brasil, falei do tecnico vendedor de tomates, que fornece tomatinhos para a gente enquanto assistimos os jogos…nao foi nenhuma provocacao, fato verdadeiro, sorry – mas o tomate aqui tambem e’ caro…

[2] Aliás, acaba de sair um livro bem bonito sobre futebol-arte, será que alguém vai se lembrar do Dia do Índio e mandar um pro Tiozinho aqui?

(3) Só quem leu Tarso de Castro vai entender esta…

(4) Futebol-arte? Pelo menos os gols desta semifinal foram bem interessantes, um gol de letra e um gol de cobertura…

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Jorge Dorfman Knijnik

Nasci em Porto Alegre, cresci em São Paulo e brinquei carnaval em Pernambuco. Filhos, Frevo e Futebol. Tardes com meu pai assistindo o Pele jogar no Pacaembu. Recentemente publiquei o livro "The World Cup Chronicles: 31 days that Rocked Brazil", um passeio histórico e etnográfico sobre o Brasil antes, durante e depois da Copa de 2014 (https://amzn.to/2An9bWS). Atualmente moro em Sydney, na Austrália, onde sou professor da Western Sydney University - venha fazer doutorado comigo! Mas já aviso: continuo São Paulino! e um pouco gremista também.

Como citar

KNIJNIK, Jorge Dorfman. Vai terminar! A temporada Australiana de futebol profissional chega ao fim!. Ludopédio, São Paulo, v. 47, n. 5, 2013.
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