O presente estudo tem o objetivo de compreender a maneira com que quatro dos principais veículos do jornalismo anglo-saxão retrataram o Brasil e os brasileiros durante a Copa do Mundo FIFA 2014. Interessa perceber como as noções de brasilidade são descritas pela imprensa estrangeira – especificamente, por veículos de comunicação dos Estados Unidos e da Inglaterra. Ambas as nações aparecem com frequência no discurso dos brasileiros em relação às ideias de cultura, de organização e de civilização (em um sentido positivista dos termos); além disso, constituem-se como duas de nossas fontes de alteridade mais proclamadas (como indica Renato Ortiz). Mas, afinal, o que definiria o Brasil como “nação” e o que nos diferenciaria de outros povos? Existiria, de fato, um “caráter” nacional? Pontualmente, seríamos vistos como “o” “País do futebol” aos olhos da imprensa estrangeira? É o que se busca compreender neste estudo, a partir da análise dos textos do corpus e da leitura de autores da historiografia nacional e da Comunicação Esportiva que, via futebol, procuram um entendimento do que é o simbólico “ser” brasileiro. A fundamentação teórica, a discussão dos resultados e as considerações se baseiam em fundamentos da Análise do Discurso Francesa, na noção de interculturalidade e nos Estudos Culturais. Sob este referencial, prosseguimos uma Análise do Discurso dos jornais The New York Times, The Wall Street Journal, The Times e The Guardian, em textos sobre o Mundial-2014, a fim de identificar se as noções de brasilidade comparecem nesses periódicos de maneira essencialista ou de maneira plural.