O presente artigo é resultado de monografia sobre a página do Facebook “Cenas Lamentáveis”, através de postagens e comentários dos “confrades”, categoria nativa para autodenominar os membros da página. Buscou-se apresentar uma interpretação dos dados por meio do cotejamento a um olhar antropológico mais geral e um diálogo com as discussões mais específicas da Sociologia e Antropologia dos Esportes. Para tanto, atentou-se para o modo como a linguagem do futebol permite pensar uma série de relações e domínios do cotidiano daqueles agentes, que mobilizavam as categorias e imagens das Cenas Lamentáveis. Com efeito, tem-se que a leitura elaborada pelos agentes da página se torna irredutível aos signos da modernidade no futebol, e parece fornecer sentido a eventos, personagens e comportamentos que receberiam sinais negativos em outros contextos. Daí também a dimensão de identidade que os confrades constroem tanto entre si quanto diante de determinados jogadores profissionais.
Palavras-chave: Confrades, representação, antropologia.