Buscou-se investigar, por meio deste trabalho, as manifestações de religiosidade no futebol profissional paulista. Neste universo de pesquisa, escolhemos cinco equipes que disputam a primeira divisão do campeonato estadual. Os principais motivos da escolha foram os seguintes: o grande espaço que os meios de comunicação lhes oferecem; por serem de “massa” ou “emergentes”; e também por serem o “objeto do desejo” de muitos atletas iniciantes e mesmo de profissionais consagrados do futebol. Para entender a grande presença da religião e da religiosidade nos gramados brasileiros em tempos recentes, procurou-se trabalhar em duas linhas, uma de caráter teórico-bibliográfico, e a outra, empírico. Para compreender o porquê das manifestações de religiosidade no futebol, empregamos a teoria da Sociedade de Risco, de Ulrich Beck, e elementos da Sociedade do Espetáculo, de Guy Debord (1997), essenciais em nosso construto. A aproximação das teorias risco/espetáculo em relação à realidade brasileira e, principalmente, ao “esporte das multidões”, em conjunto com a pesquisa de campo (realizada com vinte personagens do futebol), permitiram-nos concluir que o risco é um dos grandes motivadores das manifestações de religiosidade no futebol.