Biblioteca

Seja um dos 14 apoiadores do Ludopédio e faça parte desse time! APOIAR AGORA
Dissertação

Análise da criatividade nos desportos coletivos

Estudo da perceção dos treinadores e jovens jogadores de futebol
Ano

2015

Faculdade/Universidade

Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade de Coimbra

Orientador(a)

Gonçalo Dias

Co-rientador

José Pedro Ferreira

Tema

Dissertação

Área de concentração

Mestrado em Treino Desportivo

Páginas

100

Arquivos

Resumo

Objetivo: A criatividade pode ser considerada como um fenómeno inesperado que vai para além daquilo que normalmente o atleta consegue fazer no contexto da sua performance desportiva. Deste modo, vários autores indicam que é necessário aprofundar os processos que estão subjacentes ao fenómeno da criatividade no desporto, nomeadamente: inteligência, perceção, atenção, memória, entre outros fatores (e.g., Samulski et al., 2001; Memmert, 2014; Furley & Memmert, 2015). Posto isto, este estudo teve como objetivo principal analisar a perceção da criatividade de jovens jogadores e dos treinadores de Futebol 11. Metodologia: A amostra dos treinadores de Futebol 11 abrangeu 34 participantes com 28,06 ± 3,7 anos. Destes, 22 participantes eram treinadores principais e 12 participantes eram treinadores adjuntos dos escalões Sub-15 (Iniciados) e Sub-19 (Juniores), isto no decorrer da época desportiva: 2014/2015. Por seu lado, a amostra dos atletas abarcou 118 jovens jogadores de Futebol 11 (com idades compreendidas entre os 15 e 19 anos), pertencentes aos escalões Sub-15 e Sub-19, incluídos na época desportiva: 2014/2015. Para investigar a perceção da criatividade dos treinadores e dos atletas, foi utilizado o questionário intitulado: “Criatividade nos Jogos Desportivos”, desenvolvido por Roth e Raab (1998), posteriormente adaptado e validado para a língua Portuguesa por Samulski e Noce (1998), Samulski, Noce e Costa (2006) e Lapa (2010). Além disso, a performance dos atletas foi filmada ao longo de uma semana de treinos, i.e., para mensurar o comportamento criativo que foi avaliado por 34 treinadores de Futebol. Resultados: De acordo com a perceção dos atletas, os resultados deste estudo mostram que um jogador criativo é “imprevisível”, “inteligente dentro do campo” e é capaz de “inventar soluções/jogadas. Além disso, os dados indicam que um atleta criativo possui caraterísticas de ordem psicológica que o distingue da maioria dos seus pares. Por seu lado, ao nível da perceção dos treinadores, os resultados demonstram que um jogador criativo tem a capacidade de “pensar de forma diferente” dos seus colegas, ou seja, inventando “soluções técnicas e táticas”, as quais permitam “moldar a estrutura do jogo a favor da equipa”. Neste seguimento, os treinadores defendem também que um jogador pode vir a ser criativo, mesmo que não tenha predisposição genética para tal, isto se o processo de treino o afinar e calibrar para esta “capacidade”. Discussão: Os resultados deste estudo vão ao encontro de Memmert e Roth (2007) e Memmert (2011, 2014), quando defendem que os jogadores criativos são atletas originais, eficazes e imprevisíveis no contexto das suas decisões e ações. Além disso, os nossos resultados também corroboram as conclusões dos estudos de Samulski et al. (2001) e Furley e Memmert (2015), onde se constata que o ato criativo no desporto é um fenómeno multidimensional que resulta da confluência de variáveis de ordem cognitiva, “ambiental” e da personalidade do atleta, as quais influem, diretamente, no comportamento criativo dos atletas e, consequentemente, no desempenho da equipa. Perante estes argumentos, urge compreender melhor os processos que suportam a criatividade no Futebol, nomeadamente: inteligência, perceção, atenção, conhecimento e memória (Sternberg, 2000, Samulski et al., 2001; Runco & Albert, 2010 e Amabile & Pillemer, 2012). Conclusão: Conclui-se que os jogadores criativos absorvem, mais facilmente, as informações contextuais provenientes do meio envolvente, usando-as, assim, para responder adequadamente às dificuldades impostas pelo adversário ou pelas situações do jogo. Finalmente, os jogadores criativos possuem um potencial nível de “inteligência” mais refinado, assim como, também, capacidades percetivas mais eficientes e um reconhecimento mais rápido das ações do jogo.

Palavras-chave: Futebol; Criatividade; Perceção; Atleta; Treinador.

Abstract

Objective: Creativity can be considered an unexpected phenomenon that goes beyond what is normally the athlete can do in the context of their performance. In that sense, several authors indicate that it is necessary to deepen the processes that underlie the phenomenon of creativity in the sport, including: intelligence, perception, attention, memory, among other factors (Samulski et al., 2001; Memmert, 2014; Furley & Memmert, 2015). Therefore, the aim of this study was to analyze the perception of creativity of young players and football coaches. Methods: We analyzed 34 football coaches with 28.06 ± 3.7 years, from the ranks U-15 and U19, that in the course of the season: 2014/2015. Furthermore, the sample included 118 young football players (aged 15.0-19.0 years), belonging to the ranks U-15 and U-19, including the sports season: 2014/2015. To investigate the perception of creativity of coaches and athletes, we applied the questionnaire entitled “Creativity in Sports” developed by Roth and Raab (1998), adapted and validated for the Portuguese language by Samulski and Noce (1998), Samulski, Noce, Costa (2006) and Lapa (2010). Furthermore, the athletes’ performance was filmed over a week of training, i.e., to measure the creative behavior that was rated by 34 football coaches. Results: According to the perception of athletes, the results of this study show that a creative player is “unpredictable”, “smart on the field” and is able to “invent solutions”. On the other hand, the level of perception of the coaches, the results demonstrate that a creative player has the ability to “think differently” from their peers, in other words, inventing “technical and tactical solutions”, which allow “shape the structure of the game for the team”. In this connection, the coaches also argue that a player can become creative, even if no genetic predisposition for it, this is the training process the tune up and calibrate for this “capacity”. Discussion: The results are in line with Memmert and Roth (2007) and Memmert (2011, 2014), which reveals that creative players are unique, effective and unpredictable athletes in the context of their decisions and actions. In addition, our results also support the findings of Samulski et al. (2001) and Furley and Memmert (2015), which noted that the creative act in sport is a multidimensional phenomenon that results from the confluence of cognitive variables, “environmental” and the athlete’s personality, which influence directly in the creative behavior of athletes and, consequently, the performance of the team. Given these arguments, the demand for better understands the processes that support creativity in Football, including: intelligence, perception, attention, knowledge and memory (Sternberg, 2000; Samulski et al., 2001; Runco & Albert, 2010 and Amabile & Pillemer 2012). Conclusion: We concluded that creative players identify more easily the information from the surrounding environment, using them to respond adequately to the challenges posed by the opponent or the situations of the game. Indeed, the creative players have a potential level of “intelligence” more refined, and also more efficient perceptive capacities and faster recognition of gaming action.

Keywords: Football; Creativity; Perception; Athlete; Coach.

Sumário

CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO, 1

CAPÍTULO II
ESTADO DA ARTE, 3
2.1 Criatividade no desporto, 3
2.2 Tipos de inteligência e aplicações práticas no Futebol, 6
2.2.1 Inteligência e a criatividade no Futebol, 7

CAPÍTULO III
METODOLOGIA, 10
3.1 Amostra, 10
3.2 Instrumentos, 10
3.3 Procedimentos, 11
3.4 Recolha de dados, 12

CAPÍTULO IV
RESULTADOS, 15
4.1 Análise das respostas dos treinadores, 15
4.2 Análise das respostas dos jogadores, 30

CAPÍTULO V
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO, 37
5.1 Discussão, 37
5.2 Conclusão, 44
5.3 Limitações, 45
5.4 Sugestões para futuros estudos, 46

REFERÊNCIAS, 48
ANEXOS, 54

Referência

LESO, Gustavo Henrique. Análise da criatividade nos desportos coletivos: Estudo da perceção dos treinadores e jovens jogadores de futebol. 2015. 100 f. Dissertação (Mestrado em Treino Desportivo) - Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2015.
Ludopédio

Acompanhe nossa tabela do Campeonato Brasileiro - Série A