Objetivos: Analisar as transições ofensivas na última etapa de formação no futebol, o escalão de Sub-19, identificando as características mais frequentes, que caracterizam o comportamento da equipa, nos momentos de transição ofensiva e que culminam em contra-ataque e ataque rápido. Verificar a existência de associações estatisticamente significativas entre algumas variáveis do momento de transição e as diferentes fases da competição. Identificar as interações entre os jogadores nas situações de ataque rápido e contra-ataque, que culminam em golo, analisando, através das networks o comportamento coletivo da equipa. Metodologia: A amostra foi constituída por 133 ações de transição ofensiva, referentes a jogos da Seleção Nacional de Portugal Sub-19, finalista vencida no Campeonato da Europa Sub-19 2014, realizado na Hungria. Foram observados 3 jogos da fase de grupos, 1 das meias-finais e 1 da final. Resultados: A partir da análise dos principais resultados verificou-se que a zona preferencial de recuperação da posse de bola foi a 3 E (12,0%). A interceção (36,8%) foi o tipo de recuperação da posse de bola preferencialmente utilizado. A maioria das situações de transição ofensiva foi desenvolvida através de ataque rápido (75,9%). A zona preferencial para execução do último passe foi a 5 E (12,0%). O passe curto/médio (60,2%) foi a forma mais comum de último passe utilizada. As zonas 6 CD (22,6%) e 6 CE (21,1%) foram as zonas onde mais vezes ocorreu o final de transição. O passe errado e o erro individual (22,6%) foram as formas mais comuns de final de transição. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre as variáveis do momento de transição e a fase da competição. Por fim, o maior número de interações realizadas com sucesso foi efetuado pelo avançado, estabelecendo ligações fortes com o defesa direito, médio interior direito e extremo direito, assim como entre o médio defensivo central e o extremo esquerdo. Discussão e conclusão: Os resultados estão, maioritariamente, de acordo com a literatura existente em escalões de elite no que diz respeito às características do momento de transição. Não existe qualquer influência das fases da competição nas características comportamentais e no comportamento coletivo da equipa analisada. Por fim, quanto à análise das interações na origem dos golos verifica-se que os jogadores que ocupam os corredores laterais (defesas e extremos direitos e esquerdos) e o avançado são os que mais influenciam e proporcionam as situações de golo.
PALAVRAS-CHAVE: Análise de Jogo, Finalização, Treino de Jovens, Networks