No futebol, consideramos todos os aspectos fundamentais na procura da melhoria do rendimento e da performance dos jogadores. Porém, e tendo em conta que o aquecimento é um momento integrante de todas as sessões de treino e em períodos fundamentais em contexto de jogo (antes e durante), entendemos que face às exigências cada vez maiores do futebol de elite, esse tema se constituía como fonte de preocupação na realização do nosso estudo. Deste modo, pretendemos caracterizar o aquecimento das equipas profissionais de futebol da I e II Ligas da Federação Portuguesa de Futebol (época 2016/2017), salientando a importância do aquecimento num jogador de futebol, perspetivar e organizar conhecimentos específicos acerca do aquecimento, perceber se o aquecimento e as suas interações estão relacionados com a performance do futebolista e perceber de que forma o aquecimento como processo de ensino-aprendizagem/treino-jogo pode promover a melhoria do desempenho do futebolista. Sendo assim, a amostra do nosso estudo é constituída por 7 treinadores e 9 treinadores adjuntos e/ou preparadores físicos de 9 clubes da I Liga Profissional de Futebol e por 7 treinadores e 7 treinadores adjuntos e/ou preparadores físicos de 7 clubes da II Liga Profissional de Futebol, bem como por 1 treinador e 1 treinador adjunto e/ou preparador físico da Federação Portuguesa de Futebol. Foi aplicado um inquérito validado de acordo com a metodologia de investigação a todos os treinadores e treinadores adjuntos e/ou preparadores físicos que foram informados sobre a forma como poderiam responder ao inquérito. Neste sentido, através da análise às respostas do inquérito por parte dos técnicos inquiridos, verificamos que os resultados obtidos nem sempre estavam de acordo com os estudos evidenciados na literatura feitos nesta área. O aquecimento, visto sob a perspectiva das componentes do rendimento tática, técnica, física e psicológica, apresentam valores de importância diferentes, isto é, os treinadores e treinadores adjuntos e/ou preparadores físicos em relação ao aquecimento valorizam mais a componente físico/fisiológica e psicológica comparativamente com a técnica e tática. No aquecimento, quanto à duração, não existe unanimidade. Esta unanimidade existe quando o aquecimento é visto sob a perspetiva dos exercícios aplicados, objetivos e importância antes do jogo de futebol. Existe uma padronização dos exercícios no aquecimento para todos os jogos, e para os jogadores suplentes quando saem do banco e vão para a zona de aquecimento. A maioria dos técnicos manda aquecer só os jogadores que poderão entrar no jogo. Existe ainda preocupação no aquecimento com a prevenção de lesões, condições climatéricas e com a forma como pode influenciar o rendimento da equipa nos minutos iniciais do jogo. Permanece a subvalorização do reaquecimento antes do início da 2ª parte, do aquecimento dos suplentes antes do jogo e intervalo, bem como na interação com a performance do futebolista da não utilização de meios auxiliares para controlar a intensidade dos exercícios e otimização do aquecimento.
Palavras-chave: Futebol; Jogadores de futebol; Aquecimento; Reaquecimento.