Cuerpos con aguante: festividad y violencia en una barra brava de Bogotá

Este artigo pretende compreender e explicar as formas de expor o corpo entre os torcedores que integram uma torcida organizada de Bogotá, Colômbia. O texto foi elaborado a partir do trabalho de campo etnográfico, isto é, da presença frequente em diferentes atividades do grupo social e nas conversas com os sujeitos-membros. Na Colômbia, as torcidas organizadas começaram seu processo de constituição durante a década de 1990. Os grupos organizados de torcedores mostraram renovadas expressões festivas que buscavam apoiar seu time de futebol por meio de bandeiras, sombrinhas, papel, fumaça de cores, pirotecnia e músicas adaptadas ao contexto do futebol. Nas músicas, também foram evidenciadas burlas, ofensas, desafios e ameaças contra os torcedores rivais; além disso, nos enfrentamentos corporais, os torcedores incluíam pedras, paus, ferros, armas brancas ou de fogo. A festividade e a violência são denominadas o “carnaval” e o “combate”, respectivamente, e constituem o chamado “aguante” (resistência) nas torcidas organizadas. O carnaval e o combate não são contraditórios, são complementares e implicam a presença nas arquibancadas e nas ruas. Por isso, os torcedores devem participar das expressões festivas e das manifestações violentas, tendo em vista que é necessário torcer pelo time de futebol e confrontar os torcedores rivais. Por sua vez, o aguante é uma noção e uma prática originária dos grupos organizados de torcedores da Argentina, adotado e adaptado por diferentes torcidas da América Hispânica. Isso permite demonstrar a alegria e a coragem dos torcedores, opostas ao rancor e à covardia dos rivais. Em outras palavras, o aguante somente é possível se for exposto ante os outros torcedores do mesmo time e os de outros clubes; contudo, é dinâmico e oscilante, ao estar relacionado com as diferentes gerações de torcedores que integram as torcidas organizadas.

Palavras-chave: carnaval, combate, corpos, futebol, resistência, torcidas organizadas.

Descritores: Ciências Sociais, conflito social, problemas sociais, Sociologia.

El artículo busca comprender y explicar las formas de exponer el cuerpo entre los hinchas que integran una barra brava de Bogotá. El texto se elaboró desde el trabajo de campo etnográfico, es decir, a partir de la presencia frecuente en distintas actividades del grupo social y en las conversaciones con los sujetos miembros. En Colombia, las barras bravas iniciaron su proceso de constitución durante la década de 1990. Los grupos organizados de hinchas mostraron renovadas expresiones festivas que buscaban apoyar a su equipo de fútbol, a través de banderas, sombrillas, papel, humo de colores, pirotecnia y canciones adaptadas al contexto del fútbol. En las canciones también se evidenciaron burlas, insultos, desafíos y amenazas contra hinchas rivales y, además, en los enfrentamientos corporales los hinchas incluyeron piedras, palos de madera, varillas, armas blancas o de fuego. La festividad y la violencia se denominan el carnaval y el combate, respectivamente, y constituyen el denominado aguante en las barras bravas. El carnaval y el combate no son contradictorios, sino complementarios e implican estar presente en las tribunas y en las calles. Por eso, los hinchas deben participar en las expresiones festivas y en las manifestaciones violentas, dado que es necesario alentar al equipo de fútbol y pelear contra los hinchas rivales. Por su parte, el aguante es una noción y una práctica originaria de los grupos organizados de hinchas de Argentina, adoptada y adaptada por distintas barras bravas de Hispanoamérica. Este permite demostrar la alegría y la valentía de los hinchas, opuesta a la amargura y la cobardía de los rivales. En otras palabras, el aguante solo es posible si es expuesto ante los otros hinchas del mismo equipo y de otros clubes; sin embargo, es dinámico y mutable, al estar relacionado con las diferentes generaciones de hinchas que han integrado a los grupos organizados.

Palabras clave: aguante, barras bravas, carnaval, combate, cuerpos, fútbol.

Descriptores: ciencias sociales, conflicto social, problemas sociales, sociología

The article seeks to understand and explain the way in soccer fans expose their bodies when they belong to a barra brava (organized groups of supporters of a soccer team) in Bogotá. The study is based on ethnographic fieldwork, that is, frequent presence in different activities of the social group and conversations with the members. In Colombia, barras bravas began to be established in the 1990s, organized groups of fans began to engage in festive expressions of support for their soccer teams, using banners, umbrellas, paper, colored smoke bombs, fireworks, and songs adapted to the soccer context. The songs were also characterized by mockery, insults, provocation, and threats aimed at rival fans, and stones, sticks, rods, knives, or firearms were used in physical confrontations. Celebration and violence are known as carnival and combat, respectively, and they constitute the so-called endurance of barras bravas. Carnival and combat are not contradictory but complementary and they involve presence on the bleachers and in the streets. Fans have to participate in those festive expressions and violent manifestations since it is necessary to encourage the team and fight against rival fans. On the other hand, endurance is a notion and a practice that originated in the organized fan groups in Argentina, which was adopted and adapted by different Latin American barras bravas. Endurance makes it possible to show the joy and bravery of the fans, as opposed to the bitterness and cowardice of the rivals. In other words, endurance is possible only if it is shown in the presence of fans of the same team and of other clubs. However, it is dynamic and changing, since it is related to the different generations of fans that have made up the organized groups.

Keywords: barras bravas, bodies, carnival, combat, endurance, soccer.

Descriptors: social conflict, social problems, social sciences, sociology.