O movimento das torcidas organizadas, institucionalizado em São Paulo a partir de 1969, tornou-se uma marca nos estádios ao alterar muitos elementos da cultura torcedora. O objetivo deste estudo é apresentar a trajetória das duas principais entidades de torcedores da Sociedade Esportiva Palmeiras: a TUP (Torcida Uniformizada do Palmeiras), criada em 1970, e que congregou a maioria dos torcedores organizados alviverdes até metade da década seguinte, e a Mancha Verde, que concentrou a maioria dos torcedores palmeirenses a partir dos anos 1990. A análise baseada em entrevistas de líderes das torcidas, nos jornais o Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e na revista Placar, busca refletir quais as imagens que as entidades cultivaram de si mesmas; as relações de cooperação recorrentes ao universo torcedor da década de 1970 e os enfrentamentos entre torcidas durante a década de 1980 e início dos anos 1990. As mudanças ocorridas ao longo de todo o período nos permitiram fazer uma análise das concepções de virilidade e do conceito nativo de respeito, bem como visualizar a relação entre o número de homicídios e crimes violentos em São Paulo e as relações violentas entre os torcedores na cidade.
Palavras-chave: Futebol; Torcida Organizada; Torcedores; Palmeiras; Mancha Verde.