O presente artigo fará uma análise sobre como são articuladas as escolhas constituintes do acervo de longa duração, espaço voltado ao visitante, do Museu do Futebol, sediado no Estádio Paulo Machado de Carvalho. A escolha do dito museu, deve-se ao fato deste ser um dos equipamentos culturais mais procurados na cidade de São Paulo, ultrapassando recentemente a marca de 1 milhão de visitas , desde sua inauguração em 2008, e por também se intitular e representar um espaço de preservação da memória de todo o futebol brasileiro, ao contrário dos memoriais e museus que tratam de clubes específicos, constituindo-se em iniciativa inédita no país. A seleção dos documentos históricos e a forma como eles são encadeado nas diversas salas suscitam, questões relativas a que história do futebol brasileiro esse espaço de memória tenta reafirmar, forjar e também, preservar. Assim, calcada em uma seletividade histórica e de memórias, na busca de um modo específico de contar a história do futebol brasileiro, o material que é apresentado ao visitante, sofre escolhas quanto ao seu conteúdo na busca de afirmar conceitos e discursos, não colocando-os em debate, sequer em perspectiva.