A presente pesquisa propõe apreender sociabilidades e solidariedades em agremiações organizadas por afrodescendentes em Florianópolis/SC entre 1920 e 1950. Com base em fontes como jornais, fotografias, estatutos e documentos de associações formadas por afrodescendentes, percebemos uma reconfiguração política da cidade e novas formas de vivenciar o espaço público por parte das culturas de matriz africana. Diferentes associações (clubes recreativos; blocos, cordões, ranchos e escolas de samba; grupos de cacumbi; irmandades religiosas; clubes de futebol; comunidades negras) mobilizaram esforços para a alfabetização de seus membros ou de grupos populares empobrecidos, ressaltando que neste período emergiram, no espaço das instâncias políticas, muitos homens e mulheres de origem africana. Desse modo, buscamos entender como estas agremiações articularam solidariedades e sociabilidades das populações afrodescendentes em meio a nova conjuntura política e cultural de Florianópolis, pautada na reformulação das elites políticas e nas mudanças de configuração da República, em especial com o Estado Novo.