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Tese

Fisiologia das emoções

Os torcedores fanáticos de futebol
Ano

2019

Faculdade/Universidade

Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas

Tema

Tese

Área de concentração

Doutorado em Educação Física

Páginas

139

Arquivos

Resumo

O futebol foi aceito e transformado em paixão mundial parte por ações estratégicas, parte pelo seu perfil de dinâmica de tensões capaz de cativar a quem assiste. O torcedor fanático de futebol vive esta experiencia identitária de uma forma muito mais explicita. Ele se entrega a esta emoção! A experiência emocional pode significar uma representação cognitiva de estados globais do organismo, compostos por cadeias de sinalização central e periférica, específicas para cada tipo e grau de emoção (Ledoux, 2012). Assim, Nossa pesquisa se propôs a iniciar os estudos sobre a fisiologia das emoções no esporte. Convidamos 6 fanáticos pelo Corinthians, com idade média de 30 anos (± 7,8) a assistir, pela televisão, ao jogo da final do campeonato Paulista de futebol 2018 disputado em 8 de abril de 2018 (n=3) e a 24ª rodada (segundo turno) do brasileirão 2018, disputado em 9 de setembro de 2018 (n=3); ambos aos domingos às 16h, contra a Sociedade Esportiva Palmeiras. Os jogos foram assistidos em uma sala exclusivamente preparada para este fim, com temperatura controlada entre 22 e 25ºC, sem ingestão de alimentos durante o período da partida e com ingestão a vontade de água. Houve coleta de cortisol salivar, Glicose e PA em cinco momentos do dia do jogo (CF) e de um dia rotineiro (CR). Além disso, quarenta e cinco minutos antes do início do certame, os voluntários foram convidados a responder dois inventários (BECK, 1988) sobre presença/ níveis/ ausência de ansiedade e depressão. Trinta minutos antes da partida foram equipados com o medidor de frequência cardíaca firstbeat SPORTS team 4.6 performance monitoring system® (Firstbeat techinologies). A única emoção auto relatada de forma unânime foi a felicidade ao ganhar uma partida. Relacionados a esta emoção (final do paulistão) foram encontrados, um pico de FC que atingiu 68%, 72% e 86% da frequência cardíaca máxima individual e uma elevação média da concentração de cortisol salivar para 4.47 ng/mL ao término do jogo. As emoções associadas a perder um jogo (24ª rodada brasileirão), foram: tristeza, ficar bravo, piorar o dia e o humor. Nesta experiência emocional, a FC dos voluntários não alcançou 50% da máxima em nenhum momento e a concentração de cortisol salivar no final do jogo foi de 1 ng/mL. O comportamento da FC se apresentou muito peculiar entre os jogos, assim como nas ações de cada jogo. Mesmo quando o tipo de emoção auto relatada se deu de forma análoga, como a felicidade de ganhar uma partida e a felicidade de ver um gol do Corinthians, o controle da FC diferiu enormemente em cada situação (média de 75% e 66% da frequência cardíaca máxima, respectivamente). Desta maneira, este estudo ratifica a hipótese de que, embora seja relatado o mesmo significado cognitivo para uma emoção, ela se expressa fisiologicamente em dimensões de ativação e controle distintas. Além disso, sugere que vitórias, derrotas e o contexto específico de cada jogo, regulam o comportamento fisiológico dos marcadores periféricos avaliados de maneira particular. Corroborando, assim com a hipótese de Elias e Dunning (1992).

Palavras-chaves: Fisiologia; Emoções; Futebol; Torcedores; Fanáticos.

Abstract

Football has been accepted and converted into world passion, some by strategic actions some by the attractive tension dynamics. The fanatics fans live this identity experience in a much more explicitly way, he hands in to this emotion! The emotional experience can mean a cognitive representation of global organic states, build by specifics central and peripherical signalizing pathways according to the emotional type and degree (LEDOUX, 2012). Thus, our search is to start the study in sport’s emotion physiology. We invited 6 Corinthians fanatics fans to watch, on TV, the final of 2018 Paulista championship, which happened on April 8 and a Brazilian championship 24º round, which happened on September 9 of the same year. The games were seen in a specific room, with controlled temperature between 22ºc and 25ºc, without eating during the game time and water ad libitum. There was salivary cortisol, glucose and arterial pressure data collect at five time points at a game day and a routine day. Furthermore, forty-five minutes before the game starts, the volunteers answered a depression and anxiety inventory (BECK, 1988). Thirty minutes before the game starts, they were equipped with a heart rate monitor first beat sports team 4.6 performance monitoring system® (first beat technologies). The only unanimous self-reported emotion was winning a game happiness (the final of 2018 Paulista championship). Related to this emotion we found a HR individual pick of 68%, 72% e 86% of maximum heart rate and a cortisol media levels increase to 4.47 ng/ml at the end of the match. Associated emotions to a lost game (Brazilian championship 24º round) were sadness, being angry and get worse the day and humor. In this emotional experience, heart rate didn¿t reach 50%HRmax and salivary cortisol concentration was 1 ng/mL. Heart rate behavior was very singular at all time points including game actions and collect data day. Even when same emotion was described, as the happiness of winning a game and the happiness of seeing Corinthians score a goal, heart rate behavior was extremely different between those situations (75% and 66% respectively HR mean). this research emphasizes the hypotheses that even the same emotion’s cognitive significance was reported; the organic global state expressed its different in levels of activation and regulation. Furthermore, we suggest that winnings, losings and the specific game context regulate the peripherical markers of physiological behavior analyzed in this research in a particular way as it was said by Elias and Dunning (1992).

Keywords: Physiology; Emotions; Football; Fans; Fanatics

Sumário

INTRODUÇÃO, 17

CAPÍTULO I – Futebol, os contextos sociais, e os vínculos clubísticos, 23
Enquanto isso no Brasil…,30
O SCPP e a ascensão do futebol em São Paulo, 37

CAPÍTULO II – Os torcedores fanáticos de futebol e a fisiologia das emoções no futebo, 46
Mas afinal, o que é emoção? E como é sua fisiologia na literatura?, 51

CAPÍTULO III – Método da pesquisa de campo, análise dos dados, resultados e discussão, 67
População da Pesquisa, 70
Instrumentos para coleta de dados, 71
Questionário para caracterização socioeconômico e do significado de torcer, 71
Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), 72
Inventário de Depressão de Beck (BDI-I), 72
Aferição da Pressão Arterial (PA), 73
Coleta de Glicose e Cortisol Salivar, 73
Aferição da Frequência Cardíaca (FC), 74
Relação da FC com as ações dos jogos, 74
Análise de Dados, 75
Resultado e Discussão, 75
Caracterização Socioeconômica da População da Pesquisa e Significado de Torcer, 75
Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e Inventário de Depressão de Beck (BDI-I), 80
Análise do Comportamento de Marcadores Bioquímicos Periféricos, 82
Pressão Arterial, 83
Glicose Sérica, 85
Cortisol Salivar, 86
Frequência Cardíaca, 89

CONSIDERAÇÕES FINAIS, 108

Referência

CAMURçA, Aline Marques Colares. Fisiologia das emoções: Os torcedores fanáticos de futebol . 2019. 139 f. Tese (Doutorado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.