No que se refere ao cenário esportivo internacional, inúmeros desportes possuem grandes alcances, mas nenhuma modalidade dispõe da abrangência que o futebol desfruta. Muito reconhecido como um desporto popular, o futebol traz em suas partidas uma carga simbólica mais aprofundada, já que a sua prática é fruto da sociedade ao mesmo tempo que a compõe, refletindo em suas partidas os aspectos imbricados ao território produzido por esta mesma sociedade. Deste modo, com uma sociedade cada vez mais permeada por equipamentos urbanos, o futebol emula a disposição da hierarquia urbana vigente, uma vez que o futebol-espetáculo obedece a tal lógica. Portanto, ao observar as partidas é possível flagrar a centralidade de certos locais, que concentram a quantidade de participantes e de conquistas. Tal situação é demasiadamente vinculada ao cenário do futebol europeu, entretanto, esta conjuntura é muito influente nas demais escalas do mundo futebolístico, inclusive nos países do futebol sul-americano. Ao atentar para o caso brasileiro, a tão criticada centralidade é algo gritante, mas que é pouco tratada, pois esta foi forjada a semelhança da rede urbana do país, o que remete a gênese do processo de urbanização, que catalisou diversas desigualdades espaciais, inclusive a do futebol. Tendo isto em vista, este trabalho desenvolveu-se com o intuito de esclarecer o vínculo entre o futebol e o urbano, para explicar as dissemelhanças existentes no futebol nacional. Para tanto, sob o aporte de um embasamento teórico relacionado aos fenômenos da urbanização e da questão regional, em conjunto a informações econômicas, populacionais e futebolísticas, este trabalho traçou a influência da rede urbana brasileira no cenário do futebol nacional.
Palavras-Chave: Futebol. Hierarquia Urbana. Urbanização