Historicamente, narradores e demais jornalistas de rádio e de TV que fazem as transmissões de futebol Brasil afora costumam ver a torcida de um clube como uma unidade que vai ao estádio sempre com o mesmo objetivo: torcer pelo seu time do coração. Uma leitura distante do que acontece e que muitas vezes complica o trabalho dos profissionais de imprensa, que sem as informações adequadas não sabem lidar ao vivo, por exemplo, com ocorrências originadas dentro de uma mesma torcida. Este artigo, portanto, com o pretensioso objetivo de contribuir com o trabalho da crônica esportiva brasileira, analisa jogos do Botafogo-PB sob um olhar antropológico para entender melhor como se constituem as torcidas de futebol. E tentar mostrar que bem diferente de uma unidade indivisível, a torcida de um mesmo clube é na verdade um conjunto de territórios que coexistem numa mesma arquibancada em permanente estado de negociações e conflitos.
Palavras-chave Jornalismo esportivo; Antropologia e Jornalismo; Futebol; Torcida; Território; Botafogo-PB.