Observando as várias apreciações e análises realizadas pelo jornalismo esportivo, referentes a jogadores e técnicos de futebol, notou-se um procedimento diferenciado em relação às críticas que os mesmos sofriam. Na maioria das vezes, técnicos e jogadores recebiam uma denominação que intencionou interpretar o seu comportamento técnico – tático. Sendo assim, a investigação concentra seu principal enfoque na apresentação das principais críticas jornalísticas feitas a jogadores e técnico da seleção brasileira durante a Copa Ouro e a Copa do Mundo de 1998. Descritos esses episódios, foi possível fazer uma análise dos aspectos que os fundamentaram, ou das questões que fundamentaram a crítica jornalística esportiva em curso. A exemplo, citam-se os episódios do corte do jogador Romário, a apreciação do árbitro no jogo entre Brasil e Noruega, as avaliações feitas do desempenho do jogador Bebeto durante a Copa, as apreciações dos adversários do Brasil, a interpretação das idéias do técnico brasileiro através das substituições realizadas nos jogos, o caso Ronaldinho e a derrota para a França, entre outros. Desta forma, foi possível relacionar as apreciações jornalísticas provenientes da descrição dos episódios com questões de entendimento técnico – tático, e valores e princípios que norteiam a atividade jornalística. Concluiu-se que as notícias e os comentários, na maioria dos casos descritos, não possuíam uma boa explicação, uma boa fundamentação de natureza tática. Predominantemente caracterizaram-se por serem de natureza pontual, ou seja, abrangiam na sua grande maioria aspectos isolados. Não foi possível perceber uma análise tática do jogo bem explicitada e fundamentada, foram sempre colocações que surgiam isoladamente conforme a posição do comentarista ou analista. Isso caracterizou uma ausência de fundamentação maior das críticas a jogadores e ao técnico. Sob o ponto de vista dos princípios do jornalismo, verificou-se uma regularidade de erros importantíssimos na elaboração e realização destas críticas, ou seja, em muitos casos o jornalista se apresentou como um torcedor ou como se estivesse assumindo a função de treinador. Notou-se, portanto, em relação às apreciações técnico – táticas dentro do jornalismo esportivo, um comportamento não compatível com os princípios da profissão e a conseqüente possibilidade de falsificação dos fatos.