Este texto se baseia na confirmação nos Jogos Olímpicos ‘Tóquio2020’ do sucesso dos sistemas de alto desempenho vinculados ou enquadrados às Forças Armadas e policiais dos Estados. Historicamente, é conhecida a ligação entre a prática esportiva e os exercícios para a guerra, bem como a implantação de sistemas esportivos dentro das referidas instituições, além da condição física necessária de seus integrantes. Nos tempos modernos e, principalmente, com o avanço da competitividade internacional dentro dos Jogos Olímpicos, vemos como essa relação histórica se firma – um caso claro do Atleta do Estado dos EUA e da Itália – por ser atualmente uma tendência nítida em países que têm dificuldades em tornar sustentável a prática esportiva de alto rendimento, considerada um fator essencial para o desenvolvimento do esporte nacional, além de fundamental no seu trabalho de representação internacional. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo analisar a tendência de militarização dos sistemas desportivos na área ibero-americana, por meio de uma abordagem histórica do conceito de «Atleta do Estado» e da relação dos esportes de alto rendimento com as estruturas militares. A seguir, concentrar- -se-á em trabalhar o processo de militarização dos sistemas esportivos através da visão jurídica das relações de sujeição especial, para terminar analisando a tendência e suas variantes através da análise dos programas esportivos de uma parte da Ibero- -América: Espanha, Brasil, México, República Dominicana e Colômbia.
Palavras chaves: atleta estadual, esporte militar; relacionamento especial de apoio; esporte de alto rendimento; jogos olímpicos.