A repercussão social dos megaeventos esportivos no Brasil, em razão do alto investimento e a incerteza de legado positivo, geram discussões acaloradas entre diversos setores da sociedade sobre a validade dos esforços e investimentos necessários para construir e adaptar a infraestrutura. Fato que motivou a elaboração da pesquisa com objetivos de identificar os legados dos megaeventos esportivos e refletir sobre o potencial da Copa do Mundo FIFA em alargar a prática esportiva no país. Ao debruçar sobre o referencial teórico referente aos legados de megaeventos esportivos verifica-se a possibilidade de legados em diversas áreas: cultura, mobilidade, infraestrutura, segurança, telecomunicações e outras. Entretanto, não existem garantias que ocorram todos esses impactos e constata-se que para alcançar legados positivos, tanto tangíveis como intangíveis é fundamental o planejamento antecipado de medidas obrigatórias e opcionais, sendo o Estado o principal responsável pela organização e estruturação de planos de legados nas diferentes esferas impactadas pelos megaeventos esportivos. Ao dialogar com as Secretárias de Esporte e Copa do Mundo das cidades-sede e analisar os discursos do poder público constata-se que não ocorreu planejamento para possíveis legados esportivos. O esporte será dinamizador de vários setores do país, como construção civil, telecomunicações, transporte e outras, mas continuará relegado, abandonado, desperdiçado, sobrevivendo de algum resultado esporádico.
Palavras-chaves: Copa do Mundo FIFA 2014, Legado social e esportivo, Política públicas, Democratização do esporte