O presente trabalho investiga a relação entre a Lei Pelé (nº 9.615/98) e as negociações de jogadores de futebol no Brasil. Trata-se de uma pesquisa sobre a nova configuração do mercado de trabalho no futebol brasileiro depois do fim do passe. Analisa os principais mecanismos de negociações entre clubes e jogadores de futebol. A pesquisa que fundamenta este artigo se utilizou de técnicas quantitativas e qualitativas. A coleta de dados se apoiou em duas técnicas de investigação do universo empírico: entrevistas e questionários. Realizou-se entrevistas com atletas, sindicalistas e jornalistas, buscando aprender as percepções destes atores sociais sobre os impactos da Lei Pelé. Foram aplicados 97 questionários aos jogadores de futebol de clubes das Séries A, B e C do campeonato nacional. A hipótese central é de que as mudanças recentes na legislação desportiva (e futebolística) flexibilizaram as relações e os contratos de trabalho no mercado futebolístico brasileiro. Considera as percepções dos jogadores brasileiros sobre os direitos federativos do atleta e as mudanças nos contratos entre clubes e jogadores depois do fim do passe. Constata-se que os direitos federativos funcionam como o passe e que as os clubes continuam “vendendo” atletas depois do fim do passe porque em muitos “casos” ambas as partes lucram com este comércio.