O consumo de bebidas alcoólicas pauta muito da sociabilidade e experiências torcedoras no contexto futebolístico. Beber e assistir ao futebol historicamente se associaram ao domínio do prazer e fruição. As transformações que acometem há décadas o futebol masculino e de espetáculo tem derivado importantes questionamentos a respeito desse consumo, promovendo mudanças comportamentais diversas, sejam comprometidas com novas sensibilidades e demandas por formas de torcer mais plurais, sejam de pontos de vista normativos mais restritivos, tema desse artigo. Para muitas das autoridades públicas forma-se um consenso quase que automático entre o consumo de bebidas alcoólicas e a violência física nos estádios, o que fez com que tenha se estabelecido no país uma legislação proibitiva e repressiva, que chegou a banir o álcool de todas as praças esportivas do território nacional. O presente artigo tratará de algumas dessas questões que se apresentam como controvérsias públicas, colocando em jogo os valores desse futebol até então tomado por hegemônico.