O objetivo desse artigo é problematizar as desigualdades esportivas e como as mulheres administram a dupla carreira de formação no esporte e na escolarização, em diferentes níveis, e os possíveis impactos dessa administração no mercado da modalidade. O mercado esportivo é o ambiente social e/ou virtual propício às condições para a troca de bens, serviços e performances atléticas com vista à transformação desses em produtos econômicos. No entanto, a formação do esporte moderno, e consequentemente do seu campo no século XIX, constituíram-se como um espaço da masculinidade, quase exclusivamente formado por homens e envolto em conceitos diretamente esperados pelo gênero masculino. Os indicadores selecionados para mensurar essas diferenças de mercado esportivo foram: postos de trabalho, remuneração dos atletas, acesso a patrocinadores, exposição da imagem, competições realizadas, número de praticantes/consumidores. A existência de esportes com mercados mais consolidados e expandidos pode significar, aos olhos das atletas, um campo de possibilidades maior para a profissionalização e, consequentemente, um direcionamento maior para a prática esportiva em detrimento de outras atividades, entre elas a formação escolar.
PALAVRAS-CHAVE: Esporte, Mulheres, Dupla Carreira, Mercado Esportivo.