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ISSN 1984-3917

Museus de fronteira e a musealização do futebol – o lugar da memória futebolística no campo museal brasileiro (anos 1960-1990)

Periódico / Revista

Museologia e Patrimônio

Número

n. 1

Ano

2021

Volume

v. 14

Páginas

p. 121-147

Arquivos

Resumo

O artigo tematiza o papel pioneiro de criação de acervos de entrevistas sobre futebol no Brasil, pelos Museus da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS-RJ) e de São Paulo (MISSP). A iniciativa de dirigentes e apoiadores desses museus – como o produtor Ricardo Cravo Albin, no Rio, e o historiador José Sebastião Witter, em São Paulo – não só criou uma série específica como integrou o futebol a eixos temáticos artístico-culturais caros às duas instituições, voltadas à montagem de coleções sonoras nacionais. A realização de entrevistas com jogadores, técnicos, jornalistas esportivos e dirigentes por parte dos MISes carioca e paulista, embora sem critérios científicos reconhecidos pela Academia, ou com parâmetros incipientes que mais à frente norteariam a metodologia da História Oral no Brasil, permitiu o registro da memória e da trajetória de um conjunto de profissionais do futebol, com início nos anos 1960 e fim em meados da década de 1990. O objetivo deste texto é apresentar o processo de constituição desses dois projetos durante a segunda metade do século XX, a fim de entender o papel de determinados agentes no reconhecimento do lugar do futebol no contexto dos respectivos museus. Com efeito, em meio a continuidades e descontinuidades, trata-se de avaliar por fim o impacto desse perfil de fundo arquivístico e a influência de coleções dedicadas ao memorialismo esportivo em outras instituições museológicas brasileiras, que se autonomizaram nas décadas seguintes, a exemplo do Museu do Futebol (2008) e do seu projeto de entrevistas, inspirado no MIS: “Futebol, memória e patrimônio”.

Palavras-chave: História do Futebol. Museu da Imagem e do Som. Patrimônio esportivo. Memória futebolística.

Abstract

This article focuses on the pioneering role of the Museums of Image and Sound of Rio de Janeiro (MIS-RJ) and São Paulo (MIS-SP) in creating collections of interviews about football in Brazil. The initiative of the administrators and supporters of these museums – producer Ricardo Cravo Albin, in Rio, and historian José Sebastião Witter, in São Paulo – created a specific series and integrated football into the artistic-cultural axes dear to the two institutions, which aim to assemble collections on Brazilian sound. The interviews conducted with players, coaches, sports journalists and club managers by both museums, although without scientific criteria recognized by the Academy, or with incipient parameters that later informed the methodology of Oral History in Brazil, allowed the recording of the memory and trajectory of a set of football professionals, starting in the 1960s and ending in the mid-1990s. This article aims to present the constitution process of these two projects during the second half of the twentieth century to understand the role of certain agents in the recognition of the place of football in the context of each museum. Amid continuities and discontinuities, we seek to evaluate the impact of this type of record group and the influence of collections dedicated to sports memory in other museum-like institutions in Brazil that became autonomous in the following decades, such as the Football Museum (2008) and its interview project “Football, memory and heritage.

Key-words: History of Football; Museu da Imagem e do Som; Sports heritage; Football memory.

Referência

HOLLANDA, Bernardo Borges Buarque de; RIBEIRO, Raphael Rajão. Museus de fronteira e a musealização do futebol – o lugar da memória futebolística no campo museal brasileiro (anos 1960-1990). Museologia e Patrimônio. Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 121-147, 2021.