Biblioteca

Seja um dos 14 apoiadores do Ludopédio e faça parte desse time! APOIAR AGORA
ISSN 1983-9030
Dossiê 40 anos do livro Universo do Futebol

O androcentrismo do torcer: do Universo do Futebol ao estádio contemporâneo

Periódico / Revista

Conexões

Ano

2022

Volume

v. 20

Tema

Dossiê 40 anos do livro Universo do Futebol

Páginas

p. 1-19

Arquivos

Resumo

Objetivos: problematizamos como os sujeitos torcedores dialogam com o quadro normativo que naturaliza o ambiente dos estádios de futebol como masculino e heteronormativo, a partir de como esses mesmos sujeitos identificam suas alteridades. Metodologia: realizamos diálogos com grupos de torcedores nos quais discutíamos a mudança de um antigo estádio para uma nova arena e a possível presença de violência verbal durante as partidas. Resultados e discussão: os torcedores acabavam naturalizando o gosto pelo esporte para justificar uma maior presença masculina nos estádios; outros pareciam um tanto mais sensibilizados com pautas feministas e condenavam suas próprias atitudes; à participação das mulheres é atribuída uma diferença natural; a maior presença das mulheres acaba sendo associada de forma direta a diminuição do machismo no futebol; homens não heterossexuais também são incluídos como a alteridade do “homem” torcedor; outra alteridade foi nomeada como família; incentivando a equipe, colaborando com o clube e performando “adequadamente”, os torcedores homossexuais estariam autorizados a torcer com os demais. Considerações Finais: Podemos visualizar a existência de um quadro normativo que destaca a relação entre futebol e masculinidade no Brasil. Ele já aparecia com destaque quando do lançamento do Universo do futebol, em 1982, e parece ainda atual. Se o androcentrismo era dado como natural no Universo do futebol aqui ele é um elemento no centro das lutas por significados em um contexto social mais amplo e, também, em tudo o que envolva a prática e a apreciação do futebol.

Palavras-chave: Futebol, Androcentrismo, Masculinidade

Resumo (outro idioma)

Objetivos:problematizamos cómo los hinchas dialogan con el marco normativo que naturaliza el ambiente de los estadios de fútbol como masculino y heteronormativo, a partir de cómo estos mismos sujetos identifican sus alteridades. Metodología:mantuvimos diálogos congrupos de hinchas en los que discutimos el traslado de un antiguo estadio a unanuevaarenay la posible presencia de violencia verbal durante los partidos. Resultados y discusión:loshinchasacabaronnaturalizando el gusto por el deporte para justificaruna mayor presencia masculina en los estadios; otros parecían algo más sensibilizadas con las agendas feministas y condenaban sus propias actitudes; a la participación de la mujer se le atribuye una diferencia natural; la mayor presencia de mujeres termina directamente asociada con la reducción del machismo en el fútbol; los hombres no heterosexuales también se incluyen como la alteridad del “hombre” hincha; otra alteridad fue nombrada como familia; animando al equipo, colaborando con el club y actuando “adecuadamente”, los hinchashomosexuales podrían animar con los demás. Consideraciones finales:Podemos visualizar la existencia de un marco normativo que destaca la relación entre fútbol y masculinidad en Brasil. Ya apareció de forma destacada cuando se lanzó el Universo del Fútbolen 1982, y sigue pareciendo actual. Si el androcentrismo se daba como definitivoen el Universo del Fútbol, aquí es un elemento en el centro de las luchas por el sentido en un contexto social más amplio y también en todo lo que implica la práctica y apreciación del fútbol.

Palabras Clave: Fútbol. Machismo.Masculinidad. 

Abstract

Objectives:we problematize how the supporters dialogue with the normative framework that naturalizes the environment of football stadiums as masculine and heteronormative, based on how these same subjects identify their alterities. Methodology:we held dialogues with groups of fans in which we discussed the move from an old stadium to a new arena and the possible presence of verbal violence during matches. Results and discussion:fans ended up naturalizing the taste for the sport to justify a greater male presence in stadiums; others seemed somewhat more sensitized to feminist agendas and condemned their own attitudes; the participation of women is attributed a natural difference; the greater presence of women ends up being directly associated with the reduction of machismin soccer; non-heterosexual men are also included as the otherness of themalefan; another otherness was named as family; by encouraging the team, collaborating with the club and performing “properly”, homosexual fans would be allowed to cheer with the others. Final Considerations:We can visualize the existence of a normative framework that highlights the relationship between football and masculinity in Brazil. It already appeared prominently when the Universe of Soccerwasreleased in 1982, and it still seems current. If androcentrism was taken for granted in the Universe of Soccer, here it is an element at the center of struggles for meaning in a broader social context and also in everything that involves the practice and appreciation of Soccer.

Keywords: Soccer. Male Chauvinism. Masculinity.

Referência

BANDEIRA, Gustavo Andrada; SEFFNER, Fernando. O androcentrismo do torcer: do Universo do Futebol ao estádio contemporâneo. Conexões. Campinas, v. 20, p. 1-19, 2022.
Ludopédio

Acompanhe nossa tabela do Campeonato Brasileiro - Série A