O presente artigo analisa o fenômeno dos clubes de futebol de imigrantes, problematizando o surgimento de noções como pertencimento, identidade e paixão clubística, entendidas aqui como construções históricas em diálogo com outras identidades, especialmente as étnicas e nacionais no caso dos clubes de imigrantes. De início, analisamos um debate travado na imprensa curitibana em 1919, tendo como pano de fundo as transformações ocorridas no futebol, notadamente o surgimento de uma “identidade clubística” que colocaria em xeque os padrões de conduta e valores “civilizados” abarcados pela prática esportiva. Em seguida, nos detivemos aos clubes de imigrantes, avaliando como se deu, em diversas espacialidades, a relação entre esse pertencimento clubístico e outras identidades sociais durante a primeira república brasileira. Finalmente, tendo como base os problemas levantados pelos estudiosos dos clubes de imigrantes, apresentaremos nossa compreensão à cerca do fenômeno identitário, chamando atenção para o papel desempenhado pelos clubes de futebol, enquanto atores na conformação de noções como pertencimento étnico e nacional entre os imigrantes radicados no Brasil.