Esta monografia tem como objetivo analisar o espaço do estádio Jornalista Mario Filho – o Maracanã – como arena de confronto entre duas concepções de cidade: a cidade de exceção (VAINER, 2016) e o direito à cidade (LEFEBVRE, 2015; HARVEY, 2012). Desde o momento de sua construção, iniciada em 1948, o Maracanã foi projetado para ser um grande espaço de encontros, democrático e popular, e assim se consolidou no imaginário e na vida cotidiana do cidadão carioca. Consagrado nas décadas seguintes como templo das massas, apropriado por elas para o uso criativo e o exercício do direito à cidade (LEFEBVRE, 2015; HARVEY, 2012), a partir dos anos 1990 o Maracanã foi submetido a uma série de reformas que alteraram profundamente sua natureza, transformando-o em um espaço de exceção, inserido no projeto privatizante de cidade, em curso no Rio de Janeiro desde o primeiro o primeiro mandato do prefeito Cesar Maia. Tal projeto tem como estratégia fundamental para a sua execução a realização de megaeventos esportivos em solo carioca. Deste modo, o estudo de caso da privatização do Maracanã funciona como caso-modelo para entendermos um processo de transformação urbana que é global.
Palavras-chave: Maracanã; cidade de exceção; direito à cidade; megaeventos esportivos; globalização.