O ano de 2013 faz-se determinante para a compreensão das complexas transformações que o país tem passado. Da confusa e heterogênea massa que ocupou as ruas das principais cidades brasileiras, dois atores díspares emergiram: um campo progressista nascido através da convergência de torcedores de esquerda e outros movimentos sociais e um campo neoconservador e oposicionista. Dessa convergência, ascendeu o que convencionou-se chamar por torcedor político. Não por acaso, os anos de 2013 e 2014 marcam a aparição vertiginosa do objeto que se propõe estudar. É nesse momento em que o fenômeno das torcidas antifascistas brasileiras de fato se fez presente. Por outro lado, a ascensão verde-amarelista consolidada através da eleição de Jair Bolsonaro em 2018, explicitou dois aspectos fundamentais da nova direita brasileira: além das ruas, as redes de informação e comunicação estavam sendo disputadas por esses atores. Em síntese, o objetivo deste trabalho pautou-se por destrinchar as dimensões fundamentais para a compreensão do fenômeno das torcidas antifascistas, uma vez que a necessidade de disputar as ruas e as redes constitui um nítido reflexo das condições exigidas para o enfrentamento do que optou-se tratar por fascismo tropical.
Palavras-chave: Futebol. Torcidas Antifascistas. Nova direita brasileira. Fascismo Tropical.